Ao contrário do que dizem, nunca se viu tanta televisão no Brasil como agora. No ano passado, o telespectador brasileiro passou em frente ao televisor uma média de 6 horas e 17 minutos por dia, 16 minutos a mais do que em 2015.

Trata-se de um recorde no consumo de TV no país. Para se ter uma ideia, em 2010, o brasileiro via uma hora a menos de TV por dia, como informa Daniel Castro.

Os dados consideram todo o tempo em que os televisores permanecem ligados nos domicílios, sejam conectados a emissoras abertas, em canais pagos ou plataformas de vídeo online, como Netflix e YouTube, no caso de Smart TVs, que ainda são raridade em solo nacional.

Uma das razões apontadas para isso é a crise econômica que abateu o país nos últimos anos. Com menos dinheiro para se gastar, os televisores se tornaram a melhor opção de lazer.

“Por conta do momento econômico, muitos brasileiros têm dado preferência aos momentos de lazer em casa. Desde 2015, percebemos um aumento de atividades realizadas nos domicílios, incluindo o consumo de mídia em geral (TV, internet, video on demand etc.)”, diz Fábia Juliasz, diretora de medição de audiência de TV da Kantar Ibope.

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Além disso, o estudo revela que as mulheres são as donas do controle remoto. O público feminino passou 37 minutos a mais na frente da TV. Em 2016, as mulheres consumiram 6 horas e 34 minutos de TV, contra 5 horas e 57 minutos dos homens.

O consumo de TV vem crescendo inclusive entre as faixas de público mais jovens, quebrando o discurso de produtores da TV querendo justificar as baixas de algumas novelas. No ano passado, a faixa etária com maior crescimento de consumo de mídia foi a de 18 a 24 anos, com aumento de 6,7%. Crianças (4 a 11) e adolescentes (12 a 17) ampliaram o tempo na frente da TV em 3%.

“É possível dizer que a televisão mantém seu papel de destaque devido ao seu alto poder de alcance: está presente em praticamente todos os lares brasileiros, impactando um número considerável de pessoas. De 2012 para cá, vemos crescimento tanto no percentual de aparelhos ligados quanto no tempo médio diário dedicado à atividade de ver televisão. Mesmo com consumo de mídia sendo diversificado em outras telas e plataformas, a TV mantém o crescimento”, afirma Fabia Juliasz.

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