Ele se define como um diretor muito chato e controlador. Acredita na parceria, mas se o ator não gosta de ser dirigido prefere nem trabalhar com ele. Essas são algumas das convicções que Vinícius Coimbra, diretor de TV e cinema, expôs no ‘Ofício em Cena’ desta terça-feira (27).
No programa, o diretor, que assinou trabalhos de sucesso na televisão como as novelas ‘Liberdade, Liberdade’, ‘Lado a Lado’ – eleita a melhor novela da TV mundial com o Emmy Internacional em 2013 – e a minissérie ‘Ligações Perigosas’, contou como prepara uma cena e como é sua relação com os atores no set, durante as gravações. “Eu aprendi que a direção do ator não deve passar pela razão. É feita de poucas palavras e às vezes até sem palavras. Descobri que você consegue dirigir um ator sem falar nada. Existe uma conexão energética, não sei de que natureza ali. Você ouve o ator e o ator te ouve sem vocês precisarem entrar no campo da razão”, revelou.
Adepto do que chama de “gesto mínimo, palavra mínima”, o diretor considera que o fundamental é tirar o que é artificial no trabalho do ator, o que não está conectado com a emoção dele: “Quando o ator está fazendo muito é porque ele não está sentindo muito. Normalmente, isso é um recurso, um artifício que o ator usa para suplantar a falta do sentimento”. Ele explicou ainda que faz parte do seu ofício dar à cena o tom exato da emoção. “Às vezes a pessoa se prepara tanto que acaba entrando em cena com uma emoção maior do que ela pede. Faz parte do meu trabalho enxugar o que é artificial no trabalho do ator, o que não está conectado com a emoção dele”, explica.
Além das novelas e filmes, Vinícius Coimbra é fascinado por clássicos da literatura, o que fez com que ele adaptasse Shakespeare, Choderlos de Laclos e Guimarães Rosa. Apesar de não se achar um bom roteirista – “não sou um bom escritor, sou um bom adaptador, acho que interpreto bem bons textos” –, esses trabalhos não o intimidaram pela envergadura dos textos, mas o ensinaram a respeitar a palavra original e a confiar no sentimento do autor. “Pesquisando sobre como o (Walter) Avancini tinha feito o “Grande Sertão, Veredas”, eu descobri que ele teve alguns textos adaptados, alguns scripts, e no final das contas jogou tudo fora, pegou o livro, botou debaixo do braço e foi para o sertão. Aquilo me tocou muito. Falei: ‘Ele confiou na palavra do Rosa. Em vez dele modificar a palavra, ele confiou.’ E usou realmente textos na íntegra do “Grande Sertão. Eu resolvi ir nessa”, conta.
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