Foco na TV | “BBB” altera sistema de apuração, mas método de votação ainda favorece fã-clubes


Daniel foi eliminado do "BBB16". (Foto: Reprodução/TV Globo)
Daniel foi eliminado do "BBB16". (Foto: Reprodução/TV Globo)
Daniel foi eliminado do “BBB16”. (Foto: Reprodução/TV Globo)

Nesta terça-feira (16), o “Big Brother Brasil” anunciou um novo sistema de apuração de votos. A partir deste domingo (21), o candidato que alcançar a maioria simples de votos na internet em cada uma das cinco regiões brasileiras, ganhará um ponto, que depois será somado a mais um ponto da maioria simples dos votos por telefone e SMS. Em caso de empate, os votos por telefone e SMS terão peso em dobro. Segundo a Globo, o objetivo da mudança é “garantir maior representatividade a cada região”.

Recentemente, a coluna abordou a interferência direta de fã-clubes em votações de programas. O tema é pertinente, e volta à tona especialmente após a eliminação de Daniel no paredão desta terça. Enquetes apontavam que o carioca não só permaneceria na casa, como também seria um dos favoritos ao prêmio de R$ 1,5 milhão, ao mesmo tempo em que Ana Paula e Munik, que eram suas principais rivais no jogo, apresentam fã-clubes ativos nas redes sociais e que demonstraram apoio a Ronan, que teoricamente possuía popularidade bastante inferior em comparação com Daniel. Não há como comprovar que nessa situação a eliminação do carioca ocorreu devido a interferência de fã-clubes, mas tudo leva a crer que a participação ativa deles pode ter sido determinante para este resultado.

Ana Paula
Ana Paula

Ao que tudo indica, Munik e Ana Paula, aliás, devem chegar a final e uma delas acabar levando o prêmio, graças a força de seus fã-clubes e independente da opinião da maioria do público da atração.

É quase comprovada a tese de que há sim interferência direta de internautas “organizados”, que “floodam” as votações e ofuscam a preferência do público “não-organizado”, que é maioria. A questão toda gira em torno do método de votação do “BBB”, que também vale para “A Fazenda” (Record). Como se sabe, por alguma razão incerta, as produções dos realities dão a liberdade para que o público possa votar quantas vezes quiser.

A questão se aplica do seguinte modo: de maneira aproximada, um membro de fã-clube – que possui milhares de integrantes – chega a votar 300, 500 vezes ou mais a favor do seu candidato preferido, enquanto que um telespectador não-ligado à fã-clubes se limita a votar cerca de 50 vezes em outro candidato. Ou seja, os fã-clubes já iniciam as votações com uma grande margem de votos a seu favor. Há de se constar que existem exceções, como pode ter ocorrido na última temporada do “BBB”, que terminou com vitória de Cézar Lima. Porém, nota-se praticamente um predomínio em outras temporadas do reality global e principalmente em “A Fazenda”.

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Munik
Munik

Na primeira abordagem sobre o tema, houve algumas mensagens de leitores que não compreenderam bem o contexto e interpretaram como uma crítica aos competidores de realities que teriam sido beneficiados em votações pelos fã-clubes. Quero deixar claro que assim como na primeira coluna, o propósito desta edição não é questionar o merecimento de determinados competidores em atrações do gênero. O objetivo é apenas abordar o tema e questionar a razão ou razões pelas quais as emissoras ainda insistem com esse método de votação discutível.

A solução mais sugerida, até mesmo pelo público, seria a implantação do sistema de voto por IP. Desta forma, o sistema de votação identificaria e permitiria apenas um voto por aparelho, impedindo assim os “floods” e a interferência de fã-clubes nas votações.

Se o objetivo das produções de tais realities é prezar pela opinião da maioria dos seus telespectadores, por que dá margem a esse tipo de situação? Tais atrações já sofrem com acusações do público devido a falta de transparência nas apurações de votos, então por que insistir em mais um erro aparentemente fácil de ser solucionado?

Há situações que até levantam suspeitas de manipulação, mas prefiro acreditar no contrário, levando em conta um discurso comum no meio televisivo, que diz: “a atração e a emissora representam muito mais que um simples participante”. Lógico que por questões de dinâmica e audiência, alguns até chegam a receber uma certa proteção, como estaria ocorrendo com a Ana Paula nesta temporada, mas não a ponto de haver uma interferência direta da equipe em votações.

Apesar disso, fica difícil crer em “disputa justa”, não só em realities, mas em toda atração que lança votações e que permitem um número ilimitado de votos por pessoa. Com a união e interferência de fã-clubes, a sensação é que o telespectador comum dá seu voto praticamente em vão, já que disputa individualmente contra grupos que poderão quase sempre definir as votações de acordo com suas preferências. São resultados adversos, onde um candidato quase sempre se torna vencedor com base na preferência de uma minoria. Afinal, para quem são feitos os programas desse gênero?

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Formado em jornalismo, fui um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.