Como o TV Foco já informou, a próxima novela das 21h, a exemplo de “A Força do Querer”, abordará temas polêmicos e que estão sendo amplamente debatidos na nossa sociedade. Um dos temas que Walcyr Carrasco abordará em “O Outro Lado do Paraíso” é a violência contra a mulher. A discussão estará posta no núcleo principal da trama, especialmente fazendo referência à personagem de Bianca Bin, Clara. Em entrevista ao jornal Extra, Bianca falou um pouco sobre a importância do debate sobre o assunto.
“Essa novela tem uma função social muito importante. A violência contra a mulher, assunto abordado no meu núcleo, é algo que me toca profundamente. Nunca aconteceu comigo, mas tenho casos na família e amigas que viveram relacionamentos abusivos. É uma grande honra e uma responsabilidade tremenda carregar esse papel agora, num momento tão simbólico. Distanciar a mulher empoderada, que estou tentando me tornar, de Clara, uma menina ainda imatura, ingênua, é um desafio e tanto”, opina.
A atriz ainda revelou que não leva a sério o velho ditado que diz que “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”.
“Esse negócio de não se meter em briga de marido e mulher não está com nada! Eu me meto, sim! Às vezes, na rua, meu marido me segura e pede para eu me controlar. Quero dizer para aquela mulher que ela não está sozinha, que estou ali se ela precisar. Temos que gritar, denunciar. Eu me envolvo demais! Novinha, eu dizia que queria ser psicóloga, e meu pai respondia: ‘Não é profissão para você, porque vai absorver os problemas do mundo'”, conta.
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Bianca Bin também contou para o jornal detalhes de sua infância. A atriz acredita ter tido uma educação machista se comparada sua liberdade com a de seu irmão.
“Sou de família italiana tradicional, religiosa, careta. O que mais me incomodava era ver meu irmão muito mais livre do que eu. Ia e vinha quando quisesse. Eu, não. E não era por conta da idade, já que ele é só um ano e meio mais velho que eu, mas porque é homem. E foi a primeira pessoa a praticar bullying comigo, quando percebi meus seios crescendo, na pré-adolescência. Comecei a andar curvada e com dois casacos para me esconder, de vergonha do meu corpo. Tudo isso é sintoma dessa sociedade patriarcal, que oprime, aponta o dedo. Nós, mulheres, lutamos por nossos direitos desde que nascemos. Se não acontece dentro de casa, rola na rua, no trabalho. Não é fácil!”, diz.
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