Sucesso nas pistas cariocas, DJ Rapha Andrade fala sobre machismo: “Não aceito ganhar menos que um homem”


Raphaella ganha espaço na cena carioca e fala sobre a carreira de DJ (Foto: Divulgação)
Raphaella ganha espaço na cena carioca e fala sobre a carreira de DJ (Foto: Divulgação)
Raphaella ganha espaço na cena carioca e fala sobre a carreira de DJ (Foto: Divulgação)

Na época em que as mulheres mostram cada vez mais a sua força, é sempre válido falar dessas personalidades femininas que estão deixando os marmanjos no chinelo, em todos os sentidos. Esse é o caso de Rapha Andrade, carioca que deixou a função de psicóloga em time de futebol para despontar na carreira de DJ. Dona de belas curvas e personalidade forte, a Diva (como é apelidada) faz sucesso nas noites do Rio de Janeiro pela versatilidade nos setlists, executando desde a Black Music até o Rap nacional.

Após experiência nos Estados Unidos, a musa desembarcou na comunidade do Vidigal e, de cara, ganhou a Zona Sul da cidade maravilhosa. Com participações em clipes de Marcelo D2 e também dos rappers americanos T.I. e Snoop Dog, a DJ evita fazer planos para o futuro e revela o desejo de trabalhar nas rádios, além da produção de eventos culturais.

Confira a entrevista exclusiva:

Marcos Martins: De onde partiu o interesse de discotecar logo Hip Hop e R&B, algo que foge dos estilos mais eletrônicos?

Rapha Andrade: O Hip Hop e o Rap são influências que eu tenho desde o início da adolescência. Aos 14 anos, ganhei do meu pai um CD da revista Trip com uma seleção de raps nacionais. Escutava o dia todo! Pouco tempo depois, comecei a acompanhar meus amigos que curtiam bailes funks de favela, onde tocava os “proibidões” e tinha shows de MCs.

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Esse gênero do funk falava da realidade do mundo do crime, sofrimento dos trabalhadores… Havia uma intercessão com o RAP, igual ao Rap do Solitário e Rap do Salgueiro. Era uma maneira de manifestar a minha rebeldia, na época, e ser autentica. Já falando do presente, o que determinou a minha escolha por esse estilo musical foi eu ter morado na Califórnia.

M.M.: Como foi essa experiência nos Estados Unidos?

R.A.: Foi um aprendizado através das dificuldades. Eu fui pra uma cidade no interior, com 80 mil habitantes, para estudar e jogar futebol no time da faculdade. Passei frio, fome, solidão… Algo que mudou a minha vida pra sempre. Ganhei coragem para enfrentar as situações difíceis e autonomia para correr atrás das coisas que eu quero. E isso me presenteou com uma nova profissão [risos]. Repetiria tudo de novo. Sou apaixonada pela Califórnia, principalmente pela região de San Francisco. É muito semelhante ao Rio e linda em diversas formas.

M.M.: Você sofre preconceito por ser uma das poucas mulheres dentro de um cenário dominado pelos homens?

R.A.: Hoje em dia não vejo preconceito nenhum. Ser mulher até me dá um ponto a favor porque as outras mulheres, que estão curtindo a festa, se identificam com a minha onda. Quando comecei, fui alvo de preconceito, mas não posso dizer que sofri por isso. Não me abalou. O trabalho como psicóloga em clubes de futebol trouxe maturidade. E não é um preconceito apenas por eu ser mulher, mas por ser loira, por ser vaidosa, por frequentar academia… É uma série de fatores, mas nada que me abalasse.

M.M.: O que você acha do machismo, que ainda se reflete em boa parte da cultura do país?

R.A.: Acho péssimo, algo horrível que me revolta. Ainda mais quando vejo que o machismo parte da própria mulher e elas mesmas querem colocar barreira em determinadas situações. Tudo parte da mulher se posicionar na situação em que ela se encontra. Eu, por exemplo, não aceito ganhar menos que um homem ou ser proibida de fazer qualquer coisa porque sou mulher.

Gosto de esporte, gosto de rap, eu gosto de ser independente, então concluo que a mulher tem que militar em causa própria e coletiva, sem esperar que os caras façam isso. Tem que ser “braba” com eles.

M.M.: O assédio nas noites é muito grande?

R.A.: É sim, às vezes. Dependendo da estrutura da festa, se a pessoa tem acesso ao local que estou, atrapalha um pouco. Eu lido da melhor forma.

M.M.: E o namorado?

R.A.: Agora ele está acostumado, mas no começo sentia incômodo. Tive que fazer um trabalho de conscientização no relacionamento. Hoje ele sabe que é meu trabalho e isso faz parte do processo. Hoje recebo muito apoio nessa correria.

M.M.: Você pretende continuar nas pistas ou quer seguir também outros ramos da área artística?

R.A.: Deixo as coisas fluírem com naturalidade, evito fazer planos. Tenho muita vontade de estar nas rádios e também de me envolver na produção de eventos culturais. Comunicar e compartilhar ideias são desejos futuros.

M.M.: Rapha Andrade em uma frase…

R.A.: Abençoada com um coração meigo e pavio muito curto.

M.M.: Qual recado você deixa para os nossos leitores?

R.A.: Agradeço a todos pela oportunidade, principalmente a você pelo espaço. Beijo grande a todos!

Por Marcos Martins (@MarcosMartinsTV)

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Autor(a):

Jornalista apaixonado pelos meios de comunicação, em especial a TV. (TWITTER e INSTAGRAM: @marcosmartinstv)