Análise | “Êta Mundo Bom!” termina como melhor novela das 18h dos últimos tempos


Candinho (Sério Guizé) casou com Filó (Débora Nascimento) no último capítulo de "Êta Mundo Bom!" (Foto: Reprodução/Globo)
Candinho (Sério Guizé) casou com Filó (Débora Nascimento) no último capítulo de "Êta Mundo Bom!" (Foto: Reprodução/Globo)
Candinho (Sérgio Guizé) casou-se com Filó (Débora Nascimento) no último capítulo de “Êta Mundo Bom!” (Foto: Reprodução/Globo)

Êta Mundo Bom!” teve seu último capítulo exibido pela Globo na noite desta sexta-feira (26). Ao contrário de muitas outras atrações que se despedem, a atual trama das 18h da emissora carioca deixará saudades profundas em um público imenso, o qual acompanhou fervorosamente as emoções do folhetim de época.

Depois do sucesso estrondoso de “Verdades Secretas” no horário das 23h, surgiu a notícia de que o autor Walcyr Carrasco escreveria um novo folhetim na faixa que o consagrou, 18h. Eis que “Êta Mundo Bom!” não só foi ao ar, como também se tornou mais um grande sucesso que Carrasco levará guardado em seu extenso currículo como novelista.

Pancrácio (Marco Nanini) deu vida a várias personagens na novela (Foto: Divulgação/Globo)
Pancrácio (Marco Nanini) deu vida a várias personagens na novela (Foto: Divulgação/Globo)

“Êta Mundo Bom!” prometeu e cumpriu. Com tramas marcadas pela simplicidade e recheadas com características essencialmente folhetinescas – personagens cativantes, mocinhas, vilões, bordões, paixões, triângulos amorosos, núcleos cômicos e ganchos. Tais aspectos necessitam estar presentes em uma novela, caso contrário, o público não comparecerá.

Resumidamente, a trama narrou à história de Candinho (Sério Guizé), que partiu do interior em busca de sua mãe, Anastácia (Eliane Giardini), e teve de enfrentar na cidade grande pessoas com personalidades nada puras.

Para contar essa história, a equipe da novela utilizou-se de uma linguagem altamente rebuscada, porém sem prejudicar a compreensão do público; montou cenários condizentes e realistas para a época em que se passava a novela; selecionou uma trilha sonora muito pertinente e gostosa de ouvir; e lançou mão de um elenco de atores extremamente qualificado.

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Os noveleiros se apegaram à ousadia de Maria (Bianca Bin), à ingenuidade de Mafalda (Camila Queiroz), à beleza de Filó (Débora Nascimento), ao amor de Gerusa (Giovanna Grigio) e Osório (Arthur Aguiar), aos conselhos do professor Pancrácio (Marco Nanini), à esperteza de Pirulito (JP Rufino), à comédia de Cunegundes (Elizabeth Savala) e Eponina (Rosi Campos), à superação de Claudinho (Xande Valois), à pureza de Manuela (Dhu Moraes) e ao otimismo contagioso de Candinho (Sério Guizé).

Atores se despedem do público de "Herança de Ódio" (Foto: Divulgação/Globo)
Atores se despedem do público de “Herança de Ódio” (Foto: Divulgação/Globo)

Uma forma expressiva de inovação se deu pela radionovela “Herança de Ódio”, a qual era admirada pelos personagens da trama e que teve seus capítulos veiculados integralmente no site oficial da emissora carioca, o Gshow. A radionovela que contou a história de Adriano Trindade, Cristina Monteiro, Colman e companhia se despede com “Êta Mundo Bom!”.

Em um trabalho tão grandioso, as falhas foram devidamente encobertas pelos inúmeros acertos, mas elas existiram. Filomena, personagem de Débora Nascimento, não apresentou constância na trama e teve seu protagonismo significativamente ofuscado pela história de outra mocinha, Maria, personagem defendida brilhantemente por Bianca Bin. Além disso, alguns atores ficaram nitidamente sem função na novela, como foi o caso do ator Miguel Rômulo, que deu vida ao Quincas.

Bianca Bin, interpretando Maria, conquistou grande espaço na trama (Foto: Divulgação/Globo)
Bianca Bin, interpretando Maria, conquistou grande espaço na trama (Foto: Divulgação/Globo)

“Êta Mundo Bom!” presenteou o público com sua leveza e suas histórias de superação, amor e otimismo (este representado pelo protagonista Candinho e pelo próprio título da novela). Com isso, tornou-se por meses uma válvula de escape para os telespectadores, incentivando-os a seguirem firmes nas lutas diárias, sobretudo em um país cada vez mais cheio de desesperança.

O folhetim teve uma repercussão grandemente positiva, tanto pela imprensa especializada como através dos comentários das pessoas nas ruas e principalmente nas redes sociais. Ademais, cravou índices históricos de audiência para o horário, consolidando médias altíssimas (acima dos 30 pontos), ficando em vários dias com a maior audiência da emissora e estabelecendo números não conquistados há anos pela Globo na faixa.

Êta Mundo Bom!” termina com o título honroso e merecido de melhor novela das 18h dos últimos tempos. Tudo isso graças ao elenco de atores arrasador, e principalmente ao texto caprichado do experiente Walcyr Carrasco, aliado à direção primorosa de Jorge Fernando (uma dupla que já provou várias vezes que é quase imbatível quando o assunto é novela).

Fica o lema: “Tudo que acontece de ruim na vida da gente é para melhorar!”

*Ainda não viu a nova edição do “Fuxicando” do TV Foco? Aaron Racanicchi e Ofrásia falam sobre a “censura” sofrida por Porchat e muito mais, confira clicando aqui.

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Autor(a):

Escreve artigos de opinião sobre televisão desde 2009. Enfermeiro, Mestrando da UFRN, autor de livro - Morte Gêmea - e contos, e apaixonado pelos afins da televisão. Integra a equipe do TV Foco/iG desde maio de 2013, assinando atualmente a coluna semanal ‘Ligado na TV’, na qual lança seu olhar sobre o curioso universo televisivo. (e-mail: [email protected])