Antonio Fagundes e Sônia Braga voltam a atuar juntos em ‘As Cariocas’


De roupão branco, recém-saída da sala de maquiagem, uma bem-humorada Sônia Braga (foto) dá entrevista sobre sua volta à TV, num episódio da série As Cariocas da TV Globo. Chega Daniel Filho, o diretor, e anuncia: “Fafá chegou!” A atriz suspira, para tudo, desce dois lances de escada correndo e vai para a porta do estúdio esperar o amigo Fafá chegar. Quem atende pelo apelido é Antônio Fagundes (foto), seu par em Dancing Days, a quem Sônia não vê já há dez anos. “Isso não é um trabalho, é um prêmio!”, exclama o ator, lacrimejando, já com Sônia agarrada a seu pescoço — não é força de expressão.

Tendo Daniel, que dirigiu os dois também na novela de Gilberto Braga de 1978, como testemunha, os atores se abraçam, trocam beijos e afagos e colocam o papo em dia. “Cacá e Júlia, Júlia e Cacá!”, cantarola Daniel, diante da dupla renascida diante de seus olhos. O clima de alegria é generalizado, contagiante. Cacá e Júlia também serão os nomes do casal em As Cariocas, inspirada no livro homônimo de Sérgio Porto de 1967, e que estreia só em outubro (ainda não está certo em qual dia da semana). É uma brincadeirinha de Daniel, que os escolheu para estrelar A Adúltera da Urca, da qual participa também Regina Duarte — a atriz vive Malu, a amiga saidinha de Júlia.

São dez episódios independentes, tendo Daniel como narrador-comentarista. O elenco é eclético: vai da estreante Cintia Rosa, do grupo Nós do Morro, que vive Gleyci, ´A Internauta da Mangueira´, até Fernanda Torres (Cris, ´A Invejosa de Ipanema´). Numa tarde fria de julho, um dia depois de Fagundes gravar a última cena da novela Tempos Modernos, a reportagem acompanhou gravações nos estúdios Tycoon, na Barra da Tijuca. No galpão que abrigava o apartamento de Cacá e Júlia, o clima era quentinho, de família. “São saudades de 32 anos sem trabalhar com Sônia”, contabilizava o ator. “Só aceitei fazer porque era com ela, O cansaço da novela ficou em segundo plano.”

Muitas mulheres – Passaram-se 43 anos, e, como era de se supor, levando-se em conta que o programa se passa no século 21, do original de Sérgio Porto restaram apenas ´A Desinibida do Grajaú´ e ´A Noiva do Catete´. ´A Grã-fina de Copacabana´, ´A Donzela da Televisão´, ´A Currada de Madureira´ e ´A Desquitada da Tijuca´ sobraram; deram lugar, pelas mãos de Euclydes Marinho e outros roteiristas, a oito textos novinhos. O humor cínico e a verve do cronista, de pseudônimo Stanislaw Ponte Preta — saudado por Jorge Amado, quando do lançamento de As Cariocas em 67, como “o recriador da vida carioca, dono e senhor de sua língua viva, dos sentimentos, dos dramas, das alegrias, desesperos e tristezas da gente carioca” — estarão na tela, diz Daniel Filho, que divide a direção com Amora Mautner e Cris D´Amato.

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“O jeito irônico e gozador que existe no Sérgio/Stanislaw é o molho destes contos. Comédias de comportamento são de todas as épocas”, acredita Daniel, para quem voltar a trabalhar com Sônia Braga e Antônio Fagundes é uma alegria. “Continua a mesma química. Pena que foram apenas dois dias.” Casada há 30 anos, Júlia, ´A Adúltera da Urca´, descrita pelo narrador como “de uma fidelidade à prova de bala”, que, “como o metrô, nunca saía da linha”, de uma hora para outra se vê às voltas com a desconfiança do marido, que está certo de que está sendo passado para trás. O telespectador também é tomado pela dúvida. O clima lembra o de A Vida Como Ela É…, série baseada em Nelson Rodrigues, também com adaptação de Euclydes Marinho e direção de Daniel Filho.

Além de Sônia, Fernanda Torres e Cintia Rosa, Daniel chamou para viver as mulheres atrizes da nova geração de estrelas da Globo: Alinne Moraes (Nádia, ´A Noiva do Catete´), Paola Oliveira (Clarissa, ´A Atormentada da Tijuca´) e Deborah Secco (Alice, ´A Suicida da Lapa´). Adriana Esteves faz Celi, ´A Vingativa do Méier´; Alessandra Negrini, Marta, ´A Iludida de Copacabana´. No total, o elenco conta 150 nomes. A série já está toda gravada. É curioso pensar que ´A Desinibida do Grajaú´, vivida num Caso Especial de 1994 pela ex-pantera Andrea Guerra, que causava furor ao aparecer de microshort, dessa vez caiu no colo da comportadinha Grazi Massafera. O papel de ´A Traída da Barra´ coube à apresentadora Angélica — que, a propósito, vai contracenar com o marido, Luciano Huck, como já fizera no cinema, antes do casamento. O detalhe: na vida real, o casal mora na mesma Barra.

Desavergonhadas, recatadas, adúlteras, corneadas, inocentes, ardilosas. Na tela, as personagens vão refletir as múltiplas facetas femininas que Sérgio — um “perito em mulher”, como é apresentado na primeira edição — mapeou. Na série, a personalidade delas dialoga com a geografia do bairro em que estão inseridas, as características das ruas. Em ´A Noiva do Catete´, por exemplo, antes de apresentar Luci Maria Simões, 24 anos, solteira, “carioca e bonitinha”, o autor fala da “velha Rua do Catete”, “a conservar ainda alguns sobradões de outrora, que resistem heroicos à fúria imobiliária”, Luci (na TV, Nádia), parece uma mocinha solitária, para quem a única companhia constante é a do gatinho Pelé. Mas logo se sabe que de santa ela nada tem.

AE

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