Um dos diretores de teledramaturgia mais respeitados da atualidade no Brasil, Wolf Maya segue fora da Globo desde 2015, quando foi dispensado pela emissora carioca após 35 anos de contrato, mas tenta agora emplacar trabalhos fora do país.
Uma das primeiras investidas do profissional no exterior foi na TV portuguesa, que nos últimos anos vem se tornando uma boa alternativa para atores brasileiros. Por lá, o diretor iria comandar a produção de uma nova novela de Rui Vilhena, autor português que já tem experiência na TV brasileira, chegando a escrever Boogie Oogie (2014), na Globo. Porém, com seu estilo polêmico e exigente, Wolf “espantou” o canal TVI, e não conseguiu chegar a um acordo para fazer sua estreia na TV lusitana.
De acordo com o colunista Ancelmo Góis, Wolf foi entrevistado por um programa local recentemente, e sem poupar modéstia e sinceridade, afirmou que no país é “tudo muito atrasado” e que iria revolucionar a TV portuguesa.
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Em janeiro, o diretor já havia concedido uma entrevista polêmica à revista Quem, na qual menosprezou os folhetins do país. “Eles não sabem fazer novelas. Eles não têm nada do naturalismo e do realismo que a gente tem [no Brasil]”, declarou o diretor, mesmo diante do fato de que foi uma novela portuguesa (Ouro Verde) a vencedora do Emmy Internacional 2018, enquanto que o Brasil não recebeu uma indicação sequer à categoria de melhor folhetim.
Porém, em resposta ao colunista, Wolf ressaltou que não tinha nada acertado com a TVI, e que a razão para não chegarem a um acordo foi uma divergência em relação a contratação de uma equipe para a nova novela. “Eu disse a eles que o projeto, com base num roteiro de Rui Vilhena, autor de Boogie Oogie, só teria sentido se fosse contratada uma equipe. Ninguém faz nada sozinho”, disse.
NOVELA SEM BRASILEIROS E COM MADONNA?
Ainda em entrevista à revista Quem, Maya surpreendeu ao declarar que não pretendia contratar atores brasileiros para a nova trama portuguesa.
“Vamos fazer televisão moderna. Só com português. Não quero um brasileiro. Brasileiro só na minha equipe, cenário, produção. Meu time é brasileiro. Brasil só por trás das cenas. É o país deles. Eu vou lá ficar colocando ator desempregado da Globo para fazer ponta? Não. Eu vou ensinar eles a mandarem bem. Aí, começo a dirigir a novela com seis diretores portugueses. Vou acompanhar as externas, tudo”, disse o diretor, que sonhava com a participação de uma grande estrela internacional no elenco: Madonna.
“A história é ótima. Parece uma comédia americana de Nova York. É muito moderna. Não é nada de época, não. Eu quero a Madonna para abrir. Ela mora lá do lado. Quero ela para fazer uma abertura, uma participação”, completou.
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