(Foto: Globo/Paulo Belote)
Autor do sucesso Avenida Brasil (2012), João Emanuel Carneiro quer se afastar e “dar um tempo” das novelas na Globo para se dedicar a projetos diferentes. O escritor, alçado ao horário das nove em 2008 após fazer sucesso na faixa das sete, está cansado de escrever apenas novelas.
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Durante a NATPE 2019, em Miami, nos Estados Unidos, onde a Globo foi lançar suas produções para o mercado internacional, Carneiro falou sobre seus planos para o futuro. “Tenho muitas ideias, mas o problema é que acabo fazendo novela novamente e leva dois anos e meio da minha vida. Tenho que parar esse ciclo, fazer algo diferente”, declarou em entrevista à revista Variety.
No ano passado, no lançamento de sua trama das 21h, o novelista revelou à Globo que começou a escrever seu primeiro romance, mas confessou que ainda não havia conseguido engrenar: “Faço uma página por dia, de vez em quando. Uma hora sai”.
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O autor, que está nos EUA para o lançamento internacional de Segundo Sol, comentou sobre a trama: “Novelas são muito atrativas para quem é escritor. A ideia de que tantas pessoas assistem o que você faz é muito emocionante. Você fica viciado em criar novelas. Segundo Sol é a história sobre o recomeço de uma família que está despedaçada”.
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No mercado internacional, o folhetim sobre o cantor de axé Beto Falcão (Emilio Dantas) foi compactado em 130 capítulos (25 a menos que a exibição no Brasil) e ganhou o título de A Segunda Chance para ser lançado na NATPE junto com outras tramas, como O Outro Lado do Paraíso e Deus Salve o Rei.
(Foto: Globo/João Cotta)
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Questionado ainda sobre a diferença entre escrever novela das sete e das nove da Globo na entrevista à revista norte-americana Variety, Carneiro afirmou:”A diferença é que às nove horas a família está na frente da TV, já às sete, você tem que conquistá-los. É muito mais visual, ação e comédia. Mesmo assim, o horário das sete da noite teve novelas de grande sucesso na história do Brasil”.
O escritor ainda falou sobre A Favorita (2008) e disse que tem dúvidas se a novela faria sucesso atualmente: “Criei um personagem que era a heroína da história no começo, mas que se tornou mal e sombria à medida que avançava. Ninguém sabia quem era a verdadeira vilã até o final. Não tenho certeza se poderia fazer isso hoje. Somos direcionados pelo custo, dinheiro e audiência. Um problema que vejo agora na TV é que as pessoas estão com medo de tentar algo novo e optam pelo mais tradicional”.
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João Emanuel Carneiro trilhou uma carreira de sucesso no cinema, como roteirista de obras autorais ou adaptações, como Central do Brasil (1998), Orfeu (1999), A Partilha (2001), e A Dona da História (2004), entre outros. Após colaborar em minisséries e novelas da Globo, estreou como autor principal na TV em Da Cor do Pecado (2004) e logo conquistou o horário nobre com A Favorita (2008) e o fenômeno Avenida Brasil (2012), que foi exportado para mais de 130 países.
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