Autor de Orgulho e Paixão revela por que e como adaptou obras de Jane Austen para novela


Susana (Alesandra Negrini) e Elisabeta (Nathalia Dill) em Orgulho e Paixão (Foto: Globo/ Cesar Alves)
Susana (Alesandra Negrini) e Elisabeta (Nathalia Dill) em Orgulho e Paixão (Foto: Globo/ Cesar Alves)
Susana e Elisabeta: vilã e mocinha inspiradas em obras de Austen em Orgulho e Paixão
(Foto: Globo/ Cesar Alves)

Autor de Orgulho e Paixão, Marcos Bernstein falou da novela e, além de contar detalhes sobre a história e escalação de atores, revelou por que e como fez a adaptação de obras da escritora inglesa Jane Austen na trama.

Natural do Rio de Janeiro, diretor, roteirista de filmes e autor de novelas, Bernstein acumula ao todo mais de 26 anos na carreira artística. Com uma trajetória de sucesso no cinema com longas como Faroeste Caboclo, Chico Xavier, Meu Pé de Laranja Lima, Terra Estrangeira e Central do Brasil, ele se prepara para estrear sua segunda novela autoral na Globo – a primeira foi a fracassada Além do Horizonte (2015), que escreveu em parceria com Carlos Gregório.

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Entrevista com o autor Marcos Bernstein

O autor Marcos Bernstein e o diretor Fred Mayrink (Foto: Globo/Marília Cabral)
O autor Marcos Bernstein e o diretor Fred Mayrink
(Foto: Globo/Marília Cabral)

Como surgiu a ideia desse projeto?
Eu sempre gostei muito do universo da Jane Austen por ser muito encantador e ter bem enunciado a poesia de como as pessoas se relacionam. Todo esse jeito de se comunicar e trazer o romance em primeiro plano me lembra bastante o universo da dramaturgia diária e, sobretudo, uma trama das seis. ‘Orgulho e Paixão’ é uma novela que tem uma vocação romântica, que parte da história desta mãe que busca casar suas cinco filhas de qualquer jeito, e como o próprio nome da novela diz, toda a trama se desenrola com muita paixão, romance, humor, leveza e graça.

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Quais obras da Jane Austen inspiraram a novela?
Na verdade, a novela tem seus personagens inspirados no universo da autora inglesa. E dentro do raciocínio de trazer essa linguagem da literatura para a dramaturgia, eu comecei a pensar de quais obras da Jane Austen eu poderia beber na fonte. Pensei logo em ‘Orgulho e Preconceito’, que foi a primeira grande trama que eu busquei como ponto de partida para contar essa história. A partir da trama da mãe que busca casar as cinco filhas, de ‘Orgulho e Preconceito’, eu pude me permitir criar da minha maneira. Duas das cinco filhas são personagens de outro romance da escritora. Mariana e Cecília foram inspiradas em ‘Razão e Sensibilidade’ e ‘Abadia de Northanger’, respectivamente. Temos também a personagem da Susana, que me inspirei em um breve romance da Jane, chamado ‘Lady Susan’, que é uma mulher misteriosa e ardilosa, tudo a ver com a nossa vilã. Para trazer um clima de mistério à novela, eu incluí também o ambiente da mansão ‘A Abadia de Northanger’. A governanta é Fani (Tammy di Calafiori), que vem apresentando esse suspense, e também elementos da novela ‘Mansfeld Park’, que é um dos meus ingredientes em ‘Orgulho e Paixão’. Enfim, além de me inspirar nos personagens da Jane Austen, eu me permiti mergulhar nessa fonte e criar personagens originais, porém vindos deste mesmo universo, com este mesmo perfume de romance, comédia e leveza.

A novela tem personagens femininas muito marcantes, como você vê a presença das mulheres dentro da trama?
A novela traz a mulher do início do século XX no plano principal, mas com questionamentos que são universais e atemporais. A personagem da Elisabeta, por exemplo, poderia ser naturalmente uma mulher dos dias atuais, que busca seu lugar no mundo, independente do seu estado civil. Ou então, a personagem da Julieta (Gabriela Duarte), uma mulher empoderada que foi à luta, criou o filho sem pai e abriu a própria empresa, sem a presença masculina em sua vida. Na nossa novela, nós brincamos um pouco com isso. Não é a minha intenção colocar esses questionamentos em uma forma de manifesto, porém os temas de ontem acabam se misturando com a atualidade. Trazer isso para a tela com leveza e naturalidade é um grande desafio.

A história da novela parte da família Benedito: pai, mãe e suas filhas. Como foi chegar em Vera Holtz e Tatu Gabus para os papeis?
Fomos muito felizes na escalação do elenco, desde os personagens do núcleo do Vale do Café e da Família Benedito, como o casal protagonista. Vera Holtz, que interpreta a Ofélia, traz o humor e astral sempre para cima. A novela pede isso, essa vibração intensa que a Vera nos traz. Em paralelo temos também o Tato Gabus Mendes interpretando o Felisberto Benedito, concentrado e econômico no seu gestual e palavras, puxando a Vera para a sensatez, o que eu acho genial.

Como Orgulho e Paixão deve se apresentar ao público?
A ideia é construir todas as tramas com muito dinamismo para que o público possa receber uma trama vibrante e cheia de energia, com romance, humor, muita aventura, e uma pitadinha de drama.

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Formado em jornalismo, foi um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.