Autor defende “final aberto” de Onde Nascem os Fortes


Fabio Assunção e Jesuíta Barbosa em Onde Nascem os Fortes. (Foto: Divulgação / Globo)
Fabio Assunção e Jesuíta Barbosa em Onde Nascem os Fortes. (Foto: Divulgação)
Fabio Assunção e Jesuíta Barbosa em Onde Nascem os Fortes. (Foto: Divulgação)

Ontem (16), foi ao ar o último capítulo de Onde Nascem os Fortes, supersérie que promete ficar marcada na teledramaturgia da Globo por investir em uma nova proposta de produção, mais próxima do estilo de séries e que flerta até mesmo com o cinema, com uma narrativa mais complexa e cadenciada. E o desfecho da trama não poderia seguir outro caminho senão algo “aberto” e que fez muita gente refletir bastante sobre o que acompanhou.

Em entrevista ao blog do jornalista Mauricio Stycer, George Moura, um dos autores da trama, saiu em defesa do final complexo da sua obra, e explicou a decisão. “Nossa ideia foi essa mesma. Um final que o espectador pode também construir”, disse. “A ideia de um final em aberto me agrada como provocação”, completou.

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Para explicar a proposta do final, o roteirista ainda citou uma frase do cineasta israelense Amos Gitai: “Os bons filmes não são aqueles que começam quando a luz do cinema apaga. Mas aqueles que começam quando a luz acende e você vai para casa com ele dentro de você”.

Muitos telespectadores ficaram em dúvida sobre o desfecho de personagens como Valquíria (Carla Salle), o delegado Plínio (Enrique Diaz), o juiz Ramiro (Fábio Assunção) e o seu filho, Ramirinho (Jesuíta Barbosa). Em relação a esses dois últimos, o autor explicou o gesto do filho, que levou o pai para o hospital. “É uma história de amor, ódio e perdão também. Uma alternativa ao clima de intolerância e intransigência”, finalizou.

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FALTA RITMO?

Desfrutando da liberdade que a faixa das 23h da Globo oferece, Onde Nascem os Fortes vem ousando ao apostar em uma narrativa e produção mais experimental, que flerta com a de trabalhos realizados no cinema, com um “ritmo mais lento”. Essa questão, aliás, foi discutida pelo autor George Moura em entrevista à jornalista Cristina Padiglione.

Assinando a trama junto com Sergio Goldenberg, George rebateu às críticas ao estilo mais “cadenciado” e complexo da história, e explicou suas escolhas. “A gente fez apostas radicais. Do ponto de vista da economia dos diálogos, que não são expositivos e tentam ou cotejar a poesia ou a ‘faca só lâmina’, o substantivo sem gordura, só musculatura: isso é uma escolha incomum hoje na narrativa audiovisual. Então, a gente escolheu um processo de filmagem com pouca decupagem. Não é plano e contra-plano. A gente escolheu uma linguagem que tem 70% de externas e 30% de estúdio, e um ritmo de escrita, de narrativa, que é um ritmo que não é (estala os dedos, indicando imediatismo). Quem tem ritmo é escola de samba. Ritmo é escola de samba. A gente tem dramaturgia. A gente busca essa dramaturgia. E essa dramaturgia é um suor para chegar lá. Agora, é natural que alguma parte do público, acostumada a um tipo de narrativa, estranhe, ou venha a aderir, mas com uma curiosidade”, disse o autor, revelando ainda que não teve observações do diretor de dramaturgia da Globo, Silvio de Abreu, em relação ao conceito da obra.

“Fala-se pouco, mas o que se fala é muito relevante, porque às vezes, o excesso de palavras banaliza. Isso tem a ver com ‘vamos fazer uma supersérie, não vamos fazer uma novela’. Então, qual foi a preocupação matriz, para a largada? O horário permite temas mais intensos, tramas um pouco mais complexas, poucos personagens. Então, para nós, do ponto de vista da narrativa, se um seriado americano tem 12 episódios, nós estamos fazendo 4 temporadas e meia de uma vez só”, declarou.

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Formado em jornalismo, fui um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.