Comunicado do Banco Central revela se os cartórios acabarão no Brasil

Papel das instituições entrou no foco das notícias com chegada de novo sistema no setor financeiro; Banco Central se manifesta

Uma nova tecnologia desenvolvida pelo Banco Central tem movimentado o setor financeiro e acendido o alerta em diferentes segmentos do país.

Entre os mais impactados, estão os cartórios — instituições tradicionais, vistas por muitos como sinônimo de burocracia, mas também de segurança jurídica.

Com a aproximação do lançamento do Drex, surgiram dúvidas quanto ao destino dessas instituições. Mas o que, de fato, foi decidido? O TV Foco reuniu tudo que você precisa saber.

O que é o Drex?

Previsto para entrar em operação no final de 2024, o Drex é a nova plataforma digital do Banco Central baseada em blockchain, a mesma tecnologia por trás das criptomoedas.

Seu objetivo é modernizar o sistema financeiro por meio da tokenização do dinheiro e de ativos, permitindo transações automatizadas com mais agilidade e segurança.

Como o DREX funciona?

Mas afinal, como o Drex funciona? Bem, no caso da compra de um imóvel, por exemplo, o processo será simplificado: o valor em dinheiro (em formato digital) só será transferido ao vendedor se, ao mesmo tempo, o bem também for transferido ao comprador.

Ou seja, isso elimina o risco de uma das partes não cumprir sua parte do acordo. Essa lógica vale para imóveis, veículos, títulos e até ações.

O papel dos cartórios no novo sistema

Com o avanço do Drex, uma dúvida ganhou força: os cartórios ainda serão necessários em um ambiente totalmente digital?

A resposta oficial é clara: sim, eles continuarão existindo. Porém, com novas funções. Ao portal Valor, o coordenador do projeto-piloto do Drex, Fábio Araújo, explicou.

“O cartório vai ter que registrar a existência [do imóvel] e, uma vez registrada, a transferência fica muito mais fácil e simples. A gente simplifica os processos, agiliza e reduz custos. Mas você sempre vai precisar de alguém para garantir que o bem que está sendo negociado existe”, afirmou Araújo.

Ou seja, os cartórios deixam de ser protagonistas nas etapas burocráticas para se tornarem validadores jurídicos dentro do sistema digital.

Cartórios já se movimentam para o Drex

Agora, as entidades representativas do setor notarial estão cientes da transformação e já atuam para garantir sua participação no novo modelo.

A Associação dos Notários e Registradores do Brasil (AnoregBR) e o Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo (CNB/SP) têm mantido reuniões com o Banco Central para alinhar a integração.

A principal proposta em desenvolvimento é a criação das chamadas “smart escrituras”, ou escrituras inteligentes.

Em suma, tratam-se de documentos digitais que funcionarão como contratos autoexecutáveis, com regras e condições programadas para serem cumpridas automaticamente.

Em resumo, essas novas escrituras poderão incluir:

• Dados do imóvel;
• Situação jurídica e gravames;
• Regras de financiamento;
• Fluxo de pagamento de parcelas;
• Penalidades em caso de inadimplência.

Considerações Finais

Apesar das inovações promovidas pelo Drex e do avanço dos contratos inteligentes, os cartórios não deixarão de existir no Brasil. Mas a população deve seguir atenta as mudanças.

Afinal, o comunicado do Banco Central confirma que essas instituições continuarão exercendo papel fundamental na validação e registro da existência jurídica dos bens, agora em um novo ambiente digital.

Ou seja, a função dos cartórios será adaptada, não eliminada. Em vez de intermediadores físicos de papeladas, passam a atuar como pontos de confiança dentro de um ecossistema automatizado.

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