Cíntia Machado explica como dieta livre de glúten ajudou Yasmin Brunet a perder dez quilos em dois meses

A médica detalhou os perigos dos falsos alimentos ‘gluten free’ e como dieta individualizada é benéfica para resultados mais rápidos

Embora o glúten não seja, por si só, um inimigo do emagrecimento, ele pode representar um obstáculo silencioso para algumas pessoas. A proteína, presente no trigo, cevada e centeio, é frequentemente encontrada em alimentos ultraprocessados — como pães brancos, massas e bolos industrializados — que, além de ricos em carboidratos simples, são pobres em nutrientes.

Segundo a médica Cíntia Machado, esses alimentos favorecem picos glicêmicos e o aumento da produção de insulina, além de contribuírem para um quadro de inflamação silenciosa no organismo, fatores que dificultam o processo de perda de peso. “Algumas pessoas apresentam sensibilidade não celíaca ao glúten, o que pode provocar distensão abdominal, fadiga, alterações de humor e retenção de líquidos — sintomas que comprometem o bem-estar e, consequentemente, o emagrecimento”, explica.

A especialista ressalta que se trata de compreender o impacto individual dessa proteína e o contexto alimentar em que ela está inserida. Avaliar como o organismo responde a determinados alimentos pode ser fundamental para alcançar resultados mais eficazes e sustentáveis na busca por um peso saudável.
No entanto, Cíntia Machado faz um alerta: eliminar o glúten da dieta sem orientação adequada pode levar à substituição por produtos ultraprocessados rotulados como “glúten free”, que muitas vezes contêm mais açúcar, gorduras e aditivos químicos do que suas versões tradicionais. “Isso cria uma falsa sensação de alimentação saudável, que não favorece o emagrecimento e ainda pode comprometer a saúde metabólica”, explica.

Ao optar por excluir a proteína, é fundamental manter uma alimentação equilibrada e variada. A médica recomenda diversificar as fontes de carboidratos, priorizando vegetais, frutas, grãos integrais naturalmente livres de glúten e leguminosas — estratégia que contribui tanto para a saúde geral quanto para o controle do peso.
Diagnosticada com lipedema e em busca de mais qualidade de vida, a modelo Yasmin Brunet adotou mudanças no estilo de vida que incluíram a retirada do glúten da alimentação e a prática regular de exercícios físicos. Com orientação profissional, ela emagreceu 10 quilos em dois meses, demonstrando os possíveis benefícios de uma abordagem personalizada.

Na medicina integrativa, como destaca Cíntia Machado, há casos em que a exclusão do glúten pode trazer vantagens mesmo sem um diagnóstico convencional de intolerância. Pessoas com doenças autoimunes, distúrbios de humor, condições dermatológicas ou inflamações crônicas podem apresentar melhora significativa ao retirar a substância da dieta. “É uma estratégia clínica que exige individualização e acompanhamento, mas que, muitas vezes, traz melhora na energia, na digestão e até na composição corporal”, afirma.

Conforme a médica, o glúten pode favorecer o emagrecimento quando a exclusão dele vem acompanhada de uma alimentação mais limpa e natural, com foco em alimentos in natura, vegetais, proteínas de qualidade e carboidratos de baixo índice glicêmico, como quinoa, arroz integral, batata-doce e leguminosas. “A melhora na digestão, na saúde intestinal e na inflamação também contribui para um metabolismo mais eficiente. Muitos pacientes relatam menos inchaço, mais disposição e maior saciedade — fatores que influenciam diretamente na adesão e no sucesso do processo de emagrecimento”, explica

Ela ressalta que, se bem planejadas, dietas sem glúten podem ser completas, ricas em fibras, antioxidantes, vitaminas e minerais. “O segredo está na qualidade dos alimentos escolhidos, como, por exemplo, quinoa, amaranto, arroz integral, milho e trigo sarraceno, excelentes fontes de carboidrato, sem glúten e altamente nutritivos”, afirma.

Contudo, se o paciente não tem intolerância ao glúten, mas deseja emagrecer eliminando essa proteína, a especialista salienta que cortar o glúten pode ser positivo se a substituição for feita com inteligência nutricional. Cíntia esclarece que em vez de focar em produtos “sem glúten” industrializados, o ideal é priorizar alimentos naturais como raízes, grãos, leguminosas e hortaliças.

Esse tipo de alimentação reduz o consumo de farinhas refinadas, melhora o funcionamento intestinal, regula a saciedade e ajuda na estabilização dos níveis de glicose e insulina — aspectos fundamentais para quem deseja emagrecer com saúde. “O mais importante é o paciente compreender que o emagrecimento verdadeiro vem da mudança do estilo de vida e não apenas da exclusão de um único ingrediente”, finaliza.