No mês da Consciência Negra, a atriz Solange Couto resolveu participar da campanha “Senti na Pele” que tem o objetivo de apresentar relatos de pessoas que foram vítimas de racismo.
Atualmente, Solange que atua na novela “Malhação” no papel de Dona Vanda, foi fotografada com uma placa que diz o seguinte:
“37 personagens, 25 empregadas/ escravas, 5 dançarinas, 7 sem esteriótipos”.
Entrevistada por Ernesto Xavier, que é idealizador do projeto, Solange fez seu relato sobre quando foi vítima de racismo (Leia na integra abaixo) e confessou nunca ter parado para analisar a divisão das suas personagens.
“Eu não tinha percebido que só cinco de trinta e sete personagens eram pessoas médio ou bem posicionadas no mundo. Só essas 5 teriam de verdade o seu lugar no mundo? Uma posição bem vista, que poderia comprar uma joia ou aquele vestido? É triste”, disse.
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Solange ainda revelou que não se arrepende dos papéis que fez, e que caso venha a falar com os diretores que lhe convidaram para os personagens, acredita que eles dirão que esse não foi o motivo para os convites.
Confira o relato:
“SOLANGE, 59 anos, atriz “Eu trabalhava em show. Na época, no Rio de Janeiro, existiam muitos lugares de show business e espetáculos para turismo nacional e internacional. No caso do local onde eu trabalhava não existia prostituição. Éramos protegidas de verdade pelo profissionalismo de uma pessoa chamada Osvaldo Sargentelli. Recebíamos pagamento semanal e um dia eu passei na frente de uma loja em Ipanema e vi um vestido amarelo. Era próximo do réveillon e eu disse “quero comprar esse vestido para o meu réveillon”. Eu vi à noite, eu estava indo para a boate fazer show. E no dia do pagamento, no dia seguinte, eu decidi ir à loja. Cheguei e perguntei pra vendedora: – Quanto custa aquele vestido amarelo da vitrine?
Ela não me respondeu. Por quatro vezes eu perguntei e ela não me respondeu. Até que eu me dirigi à uma senhora do caixa. Era uma loja bem bonita. Eu perguntei a senhora se ela era dona ou gerente. Ela disse que era gerente. E eu falei:
– É porque eu estou querendo comprar aquele vestido da vitrine e a menina insiste em não me dizer o preço. Ela parece que não está me vendo.
Aí a senhora disse: – Você com certeza não tem dinheiro para comprar esse vestido. Se retire da nossa loja, por favor.
Eu não tinha essa consciência, na verdade. Essa maldade. Eu senti que ela estava achando que eu era uma empregada doméstica, que era considerado “feio” na época. Mas na hora eu não tive a consciência de que era uma coisa absurdamente racista, que era por causa da minha pele.
Eu saí da loja irritada, chateada, porque eu não comprei o meu vestido amarelo do réveillon. Só anos depois eu me dei conta do que eu realmente havia passado. Eu tinha 19 anos. Portanto isso foi há 40 anos.” Foto: Leonardo Cossatis
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