Contos de Terror – O Despertar – 1º Episódio


Capítulo Um

Uma Vida Nova

“Esse cara chegou aqui não faz nem um mês e já está se achando o foda.”

“É. Todas as garotas estão pagando um pau pra ele.”

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“Mas desde quando chegou, eu não vi ele pegar ninguém.”

“Deve ser um viadinho fresco. Ele tem uma cara de idiota que eu vou te falar…”

“Ele é só mais um otário. Garotas gostam de carne fresca, mas quando se acostumarem com a cara dele elas nem vão dar mais bola.”

Comentários como estes podiam ser ouvidos em alto e bom som sempre que o aluno novo, Daniel, passava perto de algum grupo de garotos que estudavam no colégio Profª. Maria Amanda Cândido – ou MAC, como era conhecido pelos alunos.

Daniel matriculara-se na escola no começo do segundo semestre do ano letivo, depois de mudar-se de sua cidade-natal onde morou durante dezesseis anos com seus pais. Após a morte recente de seu pai, sua mãe decidira se mudar para a cidade da mãe, a avó de Daniel, pois lhe dissera que se sentia sozinha sem seu pai junto a ela.

Então ele deixara tudo para trás. Seus amigos, seus flertes, sua escola de ambiente agradável, tudo isso pelo bem-estar da mãe. Mas não o fez à força. Gostou da idéia de recomeçar sua vida em outro lugar, em um ambiente totalmente novo. Sua cidade-natal estava apodrecendo, indo para o lixo e levando seus amigos e suas ideologias junto com ela. Enquanto seus amigos transformavam-se emplayboyzinhos de merda que só queriam saber de azarar garotas nos carros de seus pais, Daniel abraçou-se a idéia da mãe de mudarem de cidade.

Porém ele não sabia que essa decisão mudaria sua vida por completo.

– Mas você tem namorada? – perguntou a garota de cabelos cacheados e sardas no rosto. Seus olhos brilhavam, assim como os olhos das outras garotas ao seu lado. Estavam todas envolta da mesa de Daniel. Algumas haviam puxado suas cadeiras próximo a ele, enquanto outras se contentavam em ficar de pé com as mãos apoiadas na superfície da mesa do garoto, escutando o que ele responderia.

– Não – respondera o garoto, desviando o olhar do quadro negro e mirando o caderno no qual escrevia a matéria. Estava entediado. Não sabia que seria tão assediado assim na nova escola e aquilo já estava lhe enchendo o saco.

– Garotas, deixem o menino em paz e copiem a matéria ou vou ser obrigada a chamar o inspetor! – ordenou a professora, impaciente.

As garotas recolheram as cadeiras e voltaram aos seus lugares, mas não conseguiam conter o impulso de darem umas olhadelas no garoto de vez em quando. Mal sabiam o quanto Daniel achava ridículo tudo aquilo.

“Mas ela é diferente.” pensou Daniel, esboçando um sorriso.

Sim, a garota do primeiro ano da sala C era diferente.

Seu jeito tímido era diferente do resto das garotas fúteis que lhe assediavam, o modo de se vestir, de andar, seus cabelos negros na altura dos ombros, o alvor da pele, os olhos castanho-claro que se amarelavam sob a luz do sol. Ela não chegava nem aos pés da garota mais popular do colégio, porém chamara-lhe a atenção. Mas se Daniel não a tivesse conhecido após esbarrar-se com ela no corredor, talvez nem a tivesse reparado.

– Ah, desculpe – dissera Daniel ao esbarrar na garota, abaixando-se para ajudá-la a pegar as coisas que a fizera derrubar.

– Tudo bem – disse ela, enquanto colocava as coisas de volta no fichário – Tenho esse costume de andar com o fichário aberto, assim cabe mais coisas dentro. Mas sempre esqueço da possibilidade de esbarrar em alguém.

– E isso já aconteceu alguma outra vez? – perguntou Daniel, entregando-lhe a última coisa que ainda restava no chão, o segundo volume do mangá* de Death Note**.

– Já. Mas certos costumes são difíceis de repreender, não é? – sorrira ela, enquanto pegava o mangá da mão do garoto.

– Concordo – respondera ele, devolvendo-lhe o sorriso – Vejo que gosta de mangá.

– Ah, gosto sim! – confessou a garota, fitando o garoto com um olhar de surpresa. Não estava acostumada com pessoas que conhecessem a expressão “mangá“. No máximo chamavam de revista em quadrinhos ou a perguntavam por que ela lia a revista de trás pra frente***.

– Eu também gosto – disse o garoto, ajeitando a alça da mochila sobre os ombros num gesto inconsciente. – Geralmente gasto metade da minha mesada nisso.

O sinal da escola tocara.

– Hum, legal! – dissera a garota, esticando seu pescoço para dar uma olhada no corredor atrás do garoto – Bom, tenho quer ir, senão não entro na sala. Tchau!

– Tchau – despediu-se Daniel, encarando a figura da garota até ela entrar na sala com os dizeres “1C” escritos na porta.

– Oi, moço! Você é o menino novo, não é? – perguntara uma garota às costas de Daniel, acompanhada por mais duas garotas com seus sorrisinhos irritantes no rosto.

Saco” pensou Daniel, ao encarar as garotas que se entreolhavam excitadas.

– Sim, sou eu – respondera ele de mau gosto, sabendo que aquela não seria a única pergunta que as garotas iriam lhe fazer.

Continua…

Contos de Terror – O Despertar – de Segunda a Sexta ás 20h aqui no TV Foco

Autor: Kenny Reed

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Escreve sobre Televisão desde 2008