Dr. Dráuzio Varella estreia quadro ‘É Bom pra Que?’ hoje no ‘Fantástico’


No país com a maior biodiversidade de plantas do mundo e uma tradição ´curandeira´ de séculos, quem nunca ouviu dizer que chá de boldo combate dor de estômago, chá de berinjela abaixa a pressão ou que babosa cura ferimentos? Desmitificar informações como essas não é tarefa fácil – e pode dar muita dor de cabeça, já que mexe com toda uma indústria, a de produtos naturais. Mas Dráuzio Varella (foto), que estreia hoje sua nova série no Fantástico, da Globo (´É Bom pra Quê?´, sobre fitoterápicos, o tratamento com plantas e derivados), está ciente da polêmica.

“Na minha idade, com a experiência que adquiri com medicina e comunicação, não estou interessado em agradar ou desagradar pessoas”, declarou, em conversa por telefone. “Tenho de usar meu tempo e espaço na TV para tentar melhorar o atendimento de saúde no país.” O doutor diz que, mesmo antes de a série ir ao ar, recebe críticas dos que “acreditam nos fitoterápicos como ideologia” e o acusam de “beneficiar as multinacionais farmacêuticas”. Com quatro episódios, de 15 minutos cada, a série vai mostrar as normas da Anvisa para esses medicamentos, as pesquisas feitas no Brasil, além de entrevistas com médicos, professores universitários e pesquisadores da área. Ao todo, a equipe de produção do programa percorreu, desde fevereiro, nove Estados (São Paulo, Rio, Maranhão, Pará, Amazonas, Ceará, Goiás, Mato Grosso e Rio Grande do Sul), para mostrar pacientes que se curaram e tratamentos que não deram certo.

Sem comprovação – Drauzio diz não ser contra os fitoterápicos e conta que pelo menos 1/3 dos remédios da medicina moderna são derivados de plantas. Em áreas como a oncologia, especialidade do doutor, essa proporção sobe para metade dos medicamentos. A crítica ao uso indiscriminado de ervas e plantas está na carência de estudos clínicos, que testam em centenas de pacientes o que foi comprovado em laboratório. “Existe muito teste laboratorial, mas quase nada de testes clínicos. Só que o que é bom para o rato pode não ser bom para humanos.”

Há 15 anos à frente de um projeto de pesquisas no Rio Negro, na Bacia Amazônica, o médico conta que sua equipe recolhe plantas da região para estudo. Até hoje são mais de 2.200 extratos – menos de 25, porém, com atividade antitumoral. “Agora veja se tem cabimento pegar qualquer um desses 25 extratos e sair receitando para as pessoas, sem separar os princípios ativos? Vai que no meio da substância tem algum composto tóxico?”, questiona.

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De acordo com o doutor, não há um paciente seu que não tenha recebido indicação de um chazinho, para minimizar a ação da quimioterapia ou até curar câncer. “Quando me perguntam o que acho, minha resposta honesta é: não sei. Quem falou que aquele chá não atrapalha o tratamento?” Para Drauzio, a fitoterapia pode ser o futuro da indústria farmacêutica brasileira. “Mas enquanto não tivermos estudos que comprovem a eficácia clínica, em centenas e milhares de pacientes, aceitos por revistas de primeira linha, nunca vamos avançar com a fitoterapia, podemos até retroceder.”

Dom da palavra – De fala mansa e jeito calmo, Drauzio tem o poder de influenciar pessoas. E isso não apenas por sua experiência de quase 40 anos como oncologista ou escritor de livros que inspiraram filme, série e peças. Seu tom didático e franco é capaz de traduzir os mais herméticos termos, o que lhe rendeu a fama de popularizar a medicina no país. Prova disso é que de 12 de março a 12 de abril do ano passado, logo após o Fantástico estrear a série ´Transplante – O Dom da Vida´, também sob sua batuta, a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos indicou um aumento de 14,5% no número de potenciais doadores notificados no país. Um mês antes de a série ir ao ar, a média era de 426,4 potenciais doadores; depois, subiu para 488,6.

Tanta popularidade, entretanto, não enche os olhos do doutor que, aos 67 anos, diz não ter pretensões na TV. “Só penso em parar”, revela. “Mas quem faz coisa educativa na TV cai numa armadilha: dá muito trabalho, mas não tenho coragem de parar.” Agora, Drauzio Varella só quer separar crendice de ciência. “Se conseguir mostrar que o ´se não fizer bem, mal não faz´ é mentira, já valeu a pena fazer a série.

AE

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