Em live com Ana Hickmann, Ana Lisboa afirma que psicopatas não aceitam ajuda: “Eles vão negar e dizer que a problemática é a mulher”


Divulgação

“Eles nunca vão assumir que precisam de ajuda, os psicopatas são perfeitos, não tem defeitos, eles não vão pedir ajuda”, explica a terapeuta. Para Ana, a estratégia dos agressores é parecer a vítima da situação

Na noite desta terça-feira (27), Ana Hickmann conduziu uma live diferente das transmissões que tem realizado em seu perfil do Instagram, desde quando foi vítima de agressão pelo ex-marido, o empresário Alexandre Correa. A apresentadora tem promovido importantes discussões sobre leis e proteção à mulher, mergulhando profundamente no universo da autoestima e da superação de todos os tipos de violências que as mulheres são vítimas.

Ao lado das especialistas Ana Lisboa, terapeuta e professora da maior comunidade de mentalidade e feminino do mundo, e Carolina Leão, psicóloga de destaque, a apresentadora abordou temas cruciais para a compreensão e enfrentamento da violência contra a mulher, começando pelos tipos de violência que existem.

De acordo com Ana Hickmann, desde as primeiras transmissões, ela se comprometeu a levar a seus seguidores um entendimento mais amplo das questões que envolvem a violência, informações sobre leis, proteção à mulher ou combate à violência contra a mulher e desde o começo, contou com o apoio essencial da imprensa na divulgação dessas importantes conversas. Nesta ocasião, a escolha de Ana foi direcionada para o resgate da autoconfiança feminina, trazendo à tona duas profissionais reconhecidas por seu trabalho nesse campo delicado.

O início da entrevista foi marcado por uma reflexão incisiva sobre a compreensão da agressão, onde Ana Hickmann provocou a audiência ao destacar que a violência psicológica, muitas vezes, é subestimada por não deixar marcas visíveis. Ana Lisboa, com sua vasta experiência como terapeuta e ex-advogada especializada, elucidou a complexidade desse tipo de violência, apontando-a como a raiz profunda de todo ciclo de abuso.


Ana Lisboa explicou que, antes de se tornar terapeuta, atuava como advogada especialista neste tipo de atendimento e que fez a transição de carreira porque entendeu que estava fazendo mais terapia com as clientes do que propriamente atuando dentro dos processos.

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Segundo Ana Lisboa, “dentro da própria lei existe a diferenciação dos tipos de violência: física, psicológica, patrimonial, sexual, moral; porém, a violência psicológica é a mais grave, porque ela é a que mantém as demais e tem uma raiz mais profunda de todo início da violência”.

Carolina Leão reforçou a fala da terapeuta e trouxe à discussão a perspectiva de que a violência psicológica não apenas inicia o ciclo de abuso, mas também o perpetua, sendo muitas vezes a única forma de violência presente em relacionamentos abusivos. Sua análise sobre como os agressores manipulam as vítimas através da culpa e do medo ressaltou a dificuldade em identificar e combater essa forma de abuso.

 

As palavras contundentes de Ana Lisboa deixaram um alerta sobre os perfis dos agressores, especialmente os psicopatas, que se recusam a buscar ajuda e frequentemente invertem os papéis, fazendo com que as vítimas se sintam responsáveis pela cura deles. Ela enfatizou a dor e a desconexão que as mulheres enfrentam nesse processo, em que a busca por tratamento para o agressor se sobrepõe à sua própria cura.

Para Ana Lisboa, o psicopata – um dos perfis dos abusadores e agressores – não tem como receber ajudar, porque para ele, quem precisa de ajuda é a mulher. “A maluca é a mulher, ela que precisa se tratar. Ele jamais vai receber ajuda. Então a gente recebe muito isso dentro dos grupos de terapias, sempre a mulher buscando ajuda para o homem.”

“Na verdade, quando a gente vê esse pedido de ajuda dessa mulher, o que ela está pedindo sem saber, é que ela seja vista também, mas ela está tão desconectada dela mesma, que ao invés dela dizer ‘eu preciso de ajuda’, ela se envolve numa culpa e numa trama, porque ele manipula ela através da culpa, a ponto de ela sentir que ela deve de alguma forma, ajudá-lo. Se ela sair desse relacionamento, a culpa de alguma coisa que acontecer com ele, de alguma coisa dar errado, é dela. Então, ela sente até nesse movimento onde ela é vítima, mas ela não se reconhece como vítima, porque esse cara está num lugar onde ele joga com ela essa culpa, esse medo”, explica Ana Lisboa.

Ana Lisboa destacou a armadilha da codependência, onde a mulher se submete a um ciclo doloroso de acolhimento e rejeição, buscando incessantemente a cura para o outro enquanto negligencia a sua própria. “Então, fica nesse jogo onde uma hora ela é acolhida e outra hora ela é rejeitada, numa hora ela tem solução, outra hora ela não presta mais para nada. Isso é um jogo psicológico bem doloroso. Eu acredito que não tem violência pior, a mulher ela se desconecta dela mesma. Essa mulher é tão codependente, que ao invés ela olhar para a cura dela, ela está buscando tratamento para o outro, como se ela fosse responsável pela cura do outro também”, finaliza Ana Lisboa.

A apresentadora Ana Hickmann foi vítima de violência doméstica
A apresentadora Ana Hickmann foi vítima de violência doméstica – Instagram
Ana Hickmann compartilhou os canais em que as vítimas de agressão podem pedir ajuda - Foto Instagram
Ana Hickmann compartilhou os canais em que as vítimas de agressão podem pedir ajuda – Foto Instagram
Pela primeira vez, Ana Hickmann realiza live com duas profissionais - Foto Instagram
Pela primeira vez, Ana Hickmann realiza live com duas profissionais – Foto Instagram

Sua análise ressaltou a urgência de reconhecer e interromper esse padrão destrutivo, que mantém as mulheres aprisionadas em relacionamentos abusivos. “Eles nunca vão assumir que eles precisam de ajuda, os psicopatas eles são perfeitos, eles não tem defeitos, eles não vão pedir ajuda e eles vão negar e dizer que a problemática é a mulher, que ela que precisa de buscar apoio, que ela que precisa se tratar e de alguma forma, ainda vão anular essa possibilidade de que ninguém é capaz de tratá-la, que ela é tão ruim, na perspectiva dele, que ela não vai conseguir ajuda lá fora, às vezes eles vão fazer ou ter encenações de que eles são os únicos que compreendem ela”, adverte a terapeuta.

Ana Hickmann encerrou a conversa reforçando todos os canais em que as mulheres que se identificam como vítimas de algum tipo de violência podem pedir ajuda. Os contatos foram compartilhados em caixa alta na legenda do vídeo:

“- LIGAR 190 SE FOR EMERGÊNCIA E A AGRESSÃO ESTIVER ACONTECENDO NA HORA (SE FOR TESTEMUNHA, PODE SER ANÔNIMO)
– LIGAR 153 PARA A GUARDA CIVIL METROPOLITANA EM CASO DE QUEBRA DA MEDIDA PROTETIVA
– LIGAR 180 PARA PEDIR AJUDA/ORIENTAÇÃO E DENUNCIAR. O PAINEL DO LIGUE 180 TRAZ OS SERVIÇOS DE ATENDIMENTO EM TODO O BRASIL. ACESSEM GOV.BR/MULHERES/LIGUE180
– ACIONAR A OUVIDORIA DAS MULHERES DO MINISTÉRIO PUBLICO DE SP PARA DENÚNCIAS E PEDIDO DE INFORMAÇÕES NO CANAL ON-LINE: MPSP.MP.BR
– PROCURAR A CASA DA MULHER BRASILEIRA PARA APOIO OU, ONDE NÃO HOUVER, A DELEGACIA DA MULHER, CREAS OU CRAS (CENTROS DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DAS PREFEITURAS)”

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