Mara Telles decidiu realizar um grande desabafo sobre sua participação no BBB 18 e como isso a prejudicou de alguma forma.
De fato, o BBB vira assunto mesmo quando não está no ar. O reality show da Globo é famoso por seus participantes causarem polêmicas dentro e fora da casa mais vigiada do Brasil. Prova disso é que a ex-participante Mara Telles, que foi integrante do elenco de 2018, revelou que sofreu uma grave consequência após sua aparição na competição.
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, a cientista política Mara, do BBB 18, diz ter sido considerada culpada por quebra do regime de dedicação exclusiva na universidade por sua participação no reality show da TV Globo, em 2018. Para quem não sabe, quem adere a esse modelo de trabalho fica completamente impossibilitado de exercer outro tipo de atividade que não interfira de forma construtiva a formação do docente.
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Em um desabafo feito em rede social, Mara classificou como injusta a perseguição que sofreu após aparecer como participante do BBB. Ele recebeu um processo administrativo da própria UFMG. Procurada pelo portal Uol, Mara falou sobre o assunto.
“A dor da injustiça é incomensurável. Foi muito dolorido para mim. Eu e meu departamento contribuímos muito para a produção da ciência no país. Trabalho em prol da universidade. Soa para mim como uma punição porque fiz algo que estava fora do quadrado. Isso pode me levar a um processo de descredibilização perante a comunidade científica, além de ter sanções mais duras”, afirma.
O advogado da participante Mara, Lucas Mourão, também comentou o assunto. Segundo ele, a ex-BBB não violou o regime de dedicação exclusiva já que não prestou um serviço remunerado quando aceitou entrar no reality show. Além disso, ela diz que, durante o confinamento, onde permaneceu por uma semana, estava em período de férias da universidade.
“O contrato da Mara com a Rede Globo era de cessão de direitos de imagem e de voz. Ela não estava prestando um serviço para a Globo. Instauraram um processo administrativo disciplinar, que foi aberto em novembro de 2018. O que alegamos é que o processo já havia prescrito”, afirmou o advogado. “A alegação foi acatada e foi recomendado que o processo fosse arquivado em razão da prescrição. Não teve um julgamento, inocentando-a ou condenando-a”, explica.
Mara Telles acredita que foi punida depois de ser julgada de forma moralista por ter participado de um programa de TV. “As denúncias tratavam de questões morais. Ninguém estava preocupado se de fato eu violei a dedicação exclusiva, porque sou uma das pessoas mais produtivas do meu departamento”, afirma. Ela reproduz uma das denúncias, em que uma professora de outra universidade diz: “Questiono se a sua participação em um reality show que celebra a estupidez humana é condizente com o decoro e o comportamento esperado de uma funcionária pública e federal, professora de uma instituição de tão grande relevância”, desabafa.
A professora chegou a gritar “fora Temer” ao ser eliminada do BBB 18, e acredita que está sendo alvo de perseguição de setores dentro da UFMG. “A primeira proposta [do departamento que avaliava o processo] era que eu devolvesse um porcentual do meu salário de dedicação exclusiva [o referente às horas que ela passou no programa], o que corresponderia a 60% do que recebo. Isso para mim é perseguição política, porque a pena é totalmente desproporcional e pouco razoável ao suposto crime, por eu ter ficado uma semana no programa durante as minhas férias”, diz.
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