Exclusivo: Gloria Perez não temeu rejeição de transexual e revela mudanças na história de Bibi


Carol Duarte (Ivana) e Juliana Paes (Bibi) em "A Força do Querer" (Foto: Artur Meninea/Estevam Avellar/Globo)
Carol Duarte (Ivana) e Juliana Paes (Bibi) em "A Força do Querer" (Foto: Artur Meninea/Estevam Avellar/Globo)
Carol Duarte (Ivana) e Juliana Paes (Bibi) em “A Força do Querer”
(Foto: Artur Meninea/Estevam Avellar/Globo)

Autora de “A Força do Querer”, novela das nove da Globo, Gloria Perez afirma que não temeu rejeição da transexual Ivana (Carol Duarte), revela mudanças na história de Bibi Perigosa (Juliana Paes) e fala sobre a rotina diária de escrever a trama, entre outros assuntos.

Formada em História pela UFRJ, Gloria começou sua carreira como autora de telenovelas em 1983, com a função de colaboradora de Janete Clair em “Eu Prometo”. Com o falecimento da autora titular, assumiu a responsabilidade e levou a história até o fim, com a supervisão de Dias Gomes. No ano seguinte, assinou sua primeira novela como titular, em parceria com Aguinaldo Silva, “Partido Alto”.

Gloria é autora de várias novelas de sucesso, como “Barriga de Aluguel” (1991), “Explode Coração” (1995), “O Clone” (2001) e “América” (2005). Suas produções já lhe renderam diversos prêmios no Brasil e no exterior, como “Caminho das Índias” (2009), que foi a primeira produção nacional a ganhar o prêmio Emmy Internacional de melhor telenovela. Assinou também as minisséries “Desejo” (1990), “Hilda Furacão” (1998) e “Amazônia – De Galvez a Chico Mendes” (2007). Em 2012, escreveu a novela “Salve Jorge”. Em 2014 retornou à TV com o seriado “Dupla Identidade”.

Uma marca dos trabalhos de Gloria Perez são as campanhas de alcance social que introduz em suas tramas. Agora, com “A Força do Querer”, a autora traz a discussão temas como a transexualidade, por meio de Ivana (Carol Duarte).

Em entrevista ao TV Foco, Gloria revelou “truque” para a personagem transexual não sofrer rejeição: “sempre intui que se buscasse antes a empatia do público”. A autora também contou que a trama de Bibi (Juliana Paes) tem algumas mudanças em relação a da vida real, pois ela também coloca “histórias de outras mulheres”. Confira a conversa, na íntegra, a seguir.

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Gloria Perez no lançamento de "A Força do Querer" (Foto: Globo/Felipe Monteiro)
Gloria Perez no lançamento de “A Força do Querer”
(Foto: Globo/Felipe Monteiro)

TV Foco: Diante dos problemas enfrentados pelo horário das nove nos últimos anos, você não teve medo de que temas abordados, como a transexualidade, por exemplo, sofressem rejeição do público e a Globo intervisse em “A Força do Querer” e decepasse a história como aconteceu com outras novelas?

Gloria Perez: Não tive nenhum temor de que o tema da transexualidade sofresse rejeição. Sempre intui que se buscasse antes a empatia do público, a identificação humana dele com Ivana, as pessoas compreenderiam. Como compreenderam. Na década de 80, em Carmem, que escrevi para a Manchete, usei o mesmo artifício para a personagem do dr. Janot. Naquela época o homossexual era sempre mostrado através do humor. Fiz um empresário sério, viúvo, excelente pai, excelente amigo, excelente patrão. Ele tinha um segredo. E quando o público já estava apaixonado pelas suas qualidades, revelei que era homossexual. Todo mundo torceu por ele!

TVF: A trama da Bibi Perigosa é baseada em uma história real. Terá alguma parte em que você usará acontecimentos fictícios? Se sim, o que pode nos adiantar?

Gloria: Muitos acontecimentos são fictícios, outros reais. Além do livro, conversei muito com a Bibi, ouvi histórias também de outras mulheres, que conto como se fossem dela.

TVF: Como surgiu a ideia de colocar a história da Bibi Perigosa em “A Força do Querer”?

Gloria: Conheci o blog da Bibi quando pesquisava para Salve Jorge. E me encantei pela história de vida que ela contava ali.

TVF: Depois de várias novelas com cenários internacionais, como foi à decisão de fazer uma trama ambientada somente no Brasil?

Gloria: Continuo falando da dificuldade que as pessoas tem de aceitar e conviver com o diferente. Com outras visões de mundo, com outras culturas. Ainda que dentro do mesmo país.

TVF: A aceitação de “A Força do Querer” por parte do telespectador por meio da audiência e da repercussão nas redes sociais te surpreendeu?

Gloria: Todos nós, quando escrevemos uma novela, miramos nessa repercussão. Trabalhamos na expectativa dessa repercussão. É muito bom quando ela se cumpre.

TVF: Atualmente, o Papinha (Rogério Gomes), é um diretor muito disputado por autores da Globo. Ele foi um pedido seu?

Gloria: Sim. Fiquei encantada com Além do Tempo, e tive certeza que nós faríamos uma parceria e tanto!

TVF: Você é muito ligada nas redes sociais. Costuma acompanhar tudo que é falado sobre a novela?

Gloria: Tudo não: nem daria tempo. Eu leio por alto, perco mais do que leio. Às vezes respondo com muito atraso, porque alguém achou aquela postagem interessante e mandou pra mim.

TVF: Como é sua rotina diária para entregar os capítulos?

Gloria: Escrevo um capítulo por dia, às vezes dois. Entrego um bloco de seis por semana! Também não gosto de escaleta. Não faço. A escaleta me engessa. Vou desenrolando as cenas. Escrevo visualizando e escutando as falas das personagens. Essa é a rotina.

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Formado em jornalismo, foi um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.