2k funcionários na rua e encerramento de atividades: Fábrica nº1 decreta adeus em Fortaleza, CE

Fábrica crucial da região de Fortaleza, CE, tem fim anunciado e deixa 2 mil trabalhadores sem emprego; Saiba os impactos e o destino do local deixado por ela

No dia 10 de janeiro de 2023, Fortaleza, capital do Ceará, CE, perdeu uma peça essencial de sua engrenagem econômica.

A fábrica do Grupo Guararapes, detentor da marca Riachuelo, anunciou o encerramento de suas atividades na capital cearense, deixando cerca de 2 mil funcionários desempregados, após quase 50 anos de atuação na região.

A unidade, uma das maiores do grupo no Brasil, representava quase 10% da força de trabalho da empresa.

A notícia, inesperada, abalou a economia local e acendeu debates sobre gestão, responsabilidade social corporativa e futuro do espaço deixado.

Sendo assim, a partir de informações divulgadas pelo portal Diário do Nordeste e Valor Invest, a equipe especializada em economia do TV Foco separou todos os detalhes dos fatos e os impactos reais gerados nos antigos funcionários.

MAS ATENÇÃO! Antes de prosseguirmos com a matéria, é bom deixar claro que essa decisão de encerramento não tem ligação alguma com crises ou instabilidades financeiras, e sim com uma reestruturação, conforme confirmado pela própria empresa.

O anúncio do fechamento:

A empresa comunicou o fechamento da fábrica aos funcionários no mesmo dia em que tornou a decisão pública.

Conforme informações do portal Valor Investe, os trabalhadores foram surpreendidos e pegos desprevenidos.

Naquele momento, a Guararapes afirmou que o encerramento da unidade fazia parte de um processo estratégico de concentração das operações na fábrica de Natal (RN), buscando, segundo a empresa:

“Intensificar a reatividade, eficiência e competitividade”.

Como citado acima, o Grupo Guararapes desinvestiu no Ceará deixou cerca de 2 mil trabalhadores na rua.

Mas, antes do encerramento oficial, algumas funções já vinham sendo informadas extraoficialmente sobre o fim das operações em Fortaleza, sendo oferecidas a elas a transferência para outras unidades ou ainda o desligamento.

Inclusive, o grupo garantiu que:

• Ofereceria a possibilidade de realocação dos funcionários para Natal ou São Paulo;
• Manteria sua atuação no Ceará por meio de lojas físicas;
• Respeitaria todos os direitos trabalhistas com pacotes de apoio.

Impactos reais:

Apesar das promessas de suporte, o fechamento teve efeitos profundos e dolorosos sobre os trabalhadores:

• Funcionários relataram erros no cálculo das rescisões, como mostrou o Diário do Nordeste;

• Casos emblemáticos: Uma funcionária com 30 anos de casa recebeu apenas R$ 6 mil de rescisão;

• Denúncias foram feitas ao Ministério Público do Trabalho do Ceará (MPT-CE), solicitando investigação sobre possíveis irregularidades;

• Críticas ao Sindicato: Trabalhadores também denunciaram omissão do Sindicato das Costureiras (Sintconf).

Em resposta, a Guararapes negou irregularidades e sustentou que tudo foi conduzido com “seriedade e compromisso”.

Ainda segundo a companhia, adaptações de máquinas de costura doadas, como prometido, estavam sendo feitas — porém relatos de ex-funcionárias apontaram que esse custo estaria recaindo sobre elas.

Veja o vídeo abaixo:

O que foi prometido?

Em notas oficiais, a empresa detalhou as ações prometidas aos demitidos:

• Extensão do plano de saúde (dobro do tempo previsto no aviso prévio);
• Bônus extra equivalente a um salário adicional para 1.050 funcionários;
• Meio salário mínimo (R$ 675) para todos os 2 mil funcionários;
• Doação de máquinas de costura para cerca de 950 trabalhadores;
• Programas de qualificação e apoio à realocação profissional.

Apesar do discurso oficial, relatos de trabalhadores indicaram que parte dessas promessas não se concretizou na prática.

Segundo apurações do TV Foco, não foram encontradas, até então, nenhuma atualização sobre o caso dos funcionários citados acima.

Por que o Grupo Guararapes encerrou em Fortaleza?

A Guararapes afirmou que a decisão foi estratégica, focando em centralizar a produção para tornar o negócio mais sustentável. No entanto, a conjuntura da empresa indica que a situação financeira influenciou:

• Em 2021, o quadro de funcionários na fábrica de Fortaleza era de 3,9 mil, conforme dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ou seja, a unidade já sofria redução progressiva;

• A Guararapes, avaliada em R$ 3,1 bilhões, amargou queda de 35,2% em valor de mercado em 2022 e quase 62% em cinco anos;

• Em dezembro de 2022, a empresa iniciou conversas para fusão com rivais como Arezzo e SBF (Centauro).

Fatores financeiros e mudanças no consumo de moda rápida (“fast fashion”) também pressionaram a necessidade de reestruturação.

O que aconteceu com o espaço da antiga fábrica do Grupo Guararapes, em Fortaleza?

De acordo com o portal O Otimista, a antiga fábrica do Grupo Guararapes em Fortaleza, está sendo transformada em um shopping center chamado Buena Vista Big Mall.

A inauguração está prevista para o segundo semestre de 2025 e quatro grandes empresas âncoras já estão confirmadas: Mix Mateus, Mateus Eletro, Pague Menos e Smartfit.

Qual é a importância do Grupo Guararapes em 2025?

De acordo com a Neo Feed, apesar do fechamento em Fortaleza, CE, em 2025, o Grupo Guararapes continua sendo um importante player no mercado de moda no Brasil, com foco em crescimento e sustentabilidade. 

Inclusive, a empresa tem como meta expandir suas operações e fortalecer sua posição como líder em indústrias e varejo de moda, além de investir em tecnologia e inovação. 

Conclusão:

Em suma, o fechamento da fábrica da Guararapes em Fortaleza representou um duro golpe para a economia local e para milhares de famílias.

Apesar das ações de mitigação prometidas pela empresa, o impacto social e emocional permaneceu visível.

A reconstrução do espaço e o futuro profissional dos trabalhadores seguem como desafios para a cidade.

No entanto, o Grupo Guararapes segue em plena expansão e tal fechamento foi uma decisão estratégica e não proveniente de crises.

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