Falência, ruína e venda à rival: Fim de fábrica alimentícia nº1 devasta Curitiba, PR, após 100 anos

22/05/2025 às 9h10

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Fábrica alimentícia entra em falência após 100 anos de história em Curitiba, PR (Foto Reprodução/Montagem/Tv Foco/Canva/Lennita)

Queda histórica: Saiba como foi o colapso da maior indústria alimentícia de Curitiba, a qual teve sua falência após um século de operação

Quando uma indústria alimentícia fecha as portas, o efeito vai muito além dos muros da fábrica.

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Afinal de contas, esse tipo de ruptura desencadeia uma crise que afeta diretamente trabalhadores, fornecedores e consumidores.

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Esse foi o caso da curitibana Todeschini Alimentos, que acabou entrando em colapso após 100 anos de história na capital paranaense, o qual foi marcado por:

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  • Dívidas
  • Falência
  • E até venda a uma forte rival na indústria.

Acontecimento esse que devastou Curitiba e deixou milhares de paranaenses sem chão.

Dito isso, a partir de informações coletadas por meio dos portais Tribuna Wiki, a equipe especializada em economia do TV Foco traz todos os fatos dessa quebra e os impactos gerados na região.

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Rótulo antigo de macarrão Todeschini (Foto Reprodução/Italianíssimo)
Rótulo antigo de macarrão Todeschini (Foto Reprodução/Italianíssimo)

MAS ATENÇÃO: Embora exista uma empresa chamada Todeschini, especializada em móveis planejados, é importante esclarecer que não há qualquer relação entre essa empresa e a fábrica alimentícia Todeschini.

São empreendimentos distintos, com atuações em segmentos diferentes e sem vínculos societários ou operacionais entre si.

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Um século de tradição interrompido

A história da Todeschini teve início em 1885, quando o italiano Giuseppe Todeschini chegou ao Brasil com o saber culinário de sua terra natal.

No entanto, em Curitiba, ela começou a fabricar macarrão de forma artesanal, usando uma prensa manual — em uma época em que a massa ainda era uma novidade por aqui:

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  • O crescimento da clientela levou à instalação da primeira fábrica em 1906.
  • Além disso, o maquinário, movido por tração animal, representava um avanço para o setor.

Nos anos seguintes, a marca diversificou sua produção:

  • Em 1932, passou a fabricar balas;
  • Em 1951, lançou sua primeira linha de biscoitos recheados.
Antiga fábrica da Todeschini (Foto: Reprodução/Internet)

Auge e inovação

Durante as décadas seguintes, a Todeschini consolidou-se como referência nacional.

Na década de 90, inovou ao lançar massas coloridas com sabores diversos, como espaguete ao tomate — um diferencial que marcou época nas gôndolas dos supermercados brasileiros.

Declínio e tentativa de reestruturação

No entanto, toda a sua tradição não foi suficiente para suportar os desafios que o novo milênio trouxe.

A partir dos anos 2000, a empresa enfrentou concorrência feroz de grandes conglomerados do setor e passou a conviver com erros administrativos que enfraqueceram sua base financeira.

Em 2006, na tentativa de reverter a crise, a Todeschini firmou sociedade com a Imcopa, criando a AC Alimentos e Condimentos.

Porém, nem mesmo essa parceria conseguiu estabilizar as finanças da companhia...

Linha do tempo da derrocada

  • Dezembro de 2012: A empresa suspendeu a produção.
  • Janeiro de 2013: Os funcionários retornaram das férias coletivas e encontraram a fábrica fechada.
  • Fevereiro de 2013: A Justiça decretou oficialmente a falência da empresa.

Ao longo desse processo, a diretoria da empresa não se manifestou publicamente sobre os motivos do fechamento.

Fábrica em ruínas:

Após o encerramento das atividades, as instalações localizadas no bairro Pinheirinho, ao longo da Linha Verde, foram deixadas ao abandono.

O complexo fabril deteriorado virou foco de queixas da comunidade.

Com o tempo, o local se tornou ponto de encontro para usuários de drogas e prática de crimes, gerando insegurança para os moradores.

Estado de uma parte da fábrica da Todeschini Alimentos (Foto: Reprodução/Internet)
Estado de uma parte da fábrica da Todeschini Alimentos (Foto: Reprodução/Internet)

Relatos à imprensa indicaram que, durante a noite, os vizinhos evitavam circular pela região e o imóvel, que outrora era repleto de produções, se encontrava pichado e destruído.

Além disso, infelizmente, acabou virando símbolo da decadência e ruínas…

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Projeto engavetado e passividade do poder público

Em 2018, o proprietário do imóvel — que preferiu não se identificar — afirmou ao portal Tribuna Paraná que planejava erguer um shopping no terreno.

Entretanto, alegou que a instabilidade política e econômica desestimulava os investidores.

Posteriormente, a Secretaria Municipal de Urbanismo notificou o dono do imóvel em 2017 para que limpasse o local.

Após inspeção, os agentes constataram que o terreno estava isolado e atendeu às exigências.

Mesmo assim, nenhuma proposta concreta de revitalização saiu do papel.

O que aconteceu com a marca Todeschini?

Enquanto a fábrica ficou inativa, a marca seguiu outro rumo. Em 2014, a Selmi — conhecida pelas marcas Galo e Renata — licenciou os direitos sobre a Todeschini.

E, em 2021, comprou definitivamente a marca, integrando-a ao seu portfólio.

Desde então, a nova gestão manteve parte da linha de massas no mercado, embora tenha descontinuado produtos mais específicos que outrora figuravam nas prateleiras dos supermercados.

Hoje, a marca continua ativa sob o comando da Selmi e possui até canal no YouTube com receitas utilizando os novos produtos.

A marca da Todeschini passou para a Selmi (Foto Reprodução/YouTube)

Conclusão:

Em suma, o fechamento da Todeschini Alimentos, de Curitiba, PR, pôs fim a uma trajetória centenária marcada por inovação e tradição na indústria alimentícia brasileira, após 100 anos de história.

O impacto ultrapassou os limites econômicos, atingindo o tecido social da cidade com desemprego e abandono urbano.

Mesmo sob nova gestão, a marca ainda carrega o peso simbólico de sua origem.

O caso reforça a urgência da reinvenção contínua para empresas longevas em mercados competitivos. Mas, para saber mais sobre essas histórias de falências, retomadas e muito mais, clique aqui*.

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Autor(a):

Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.

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