Uma das varejistas mais amadas de Recife, PE, teve portas fechadas, deixando milhares de clientes órfãos em todo o Brasil após falência e anos de atuação
Uma das varejistas mais amadas e nº1 de Recife, PE, fechou definitivamente suas portas, depois de declarar sua falência.
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Trata-se da Casa Viana Leal, cuja notícia abalou não apenas os recifenses, como também os clientes espalhados por todo o Brasil, que viam na loja uma referência de tradição e inovação no varejo nordestino.
O fim da Casa Viana Leal encerrou uma trajetória quase centenária, deixando uma lacuna que dificilmente será preenchida.
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Sendo assim, a partir de informações divulgadas pelo portal Diário de Pernambuco e Valor Econômico, a equipe especializada em economia do TV Foco separou todos os detalhes desse fim e o que restou desse nome além das lembranças.
O nascimento da lenda (1929):
A Casa Viana Leal nasceu em 1929, pelas mãos do empreendedor Manoel da Costa Leal e de seu sócio João Viana.
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Da união dos sobrenomes surgiu o nome da loja, que rapidamente se destacou no centro do Recife.
No início, vendia tecidos e artigos variados, mirando no sonho das famílias pernambucanas que desejavam produtos de qualidade em um ambiente acolhedor e inovador.
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Mas, em 1942, a Viana Leal deu um salto: inaugurou sua famosa loja na Rua da Palma, com seis andares e um quadro de centenas de funcionários.
Em 1954, instalou a primeira escada rolante do Norte e Nordeste, vinda da Alemanha, que virou sensação na cidade e símbolo de modernidade.
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O auge: Natal, Papai Noel e multidões:
Durante décadas, a Casa Viana Leal dominou o varejo de Recife:
- Nos Natais, o sexto andar transformava-se no reino do Papai Noel, atraindo crianças e adultos de toda a cidade.
- Em dias de véspera natalina, a loja chegava a receber até 65 mil visitantes.
- Assim, a Casa Viana Leal virou mais do que um comércio: tornou-se um ponto de encontro, uma tradição afetiva no imaginário do recifense.
A tentativa de expansão e o início da decadência:
Em busca de expansão, a Casa Viana Leal abriu uma filial no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
A aposta parecia promissora, mas revelou-se um erro estratégico. O novo público da região, mais voltado a marcas de shopping centers, não aderiu à proposta da loja.
O investimento pesado e o retorno abaixo do esperado começaram a pressionar as finanças da empresa.
Ao mesmo tempo, o surgimento de shoppings modernos, como o Shopping Recife, na década de 80, acelerou o esvaziamento do comércio de rua tradicional do Bairro de Santo Antônio.
Sem se modernizar nem se reposicionar para o novo mercado, a Viana Leal entrou numa espiral de dificuldades financeiras.
A chegada em Fortaleza (CE):
Em meio ao apogeu no Recife, a Casa Viana Leal expandiu suas operações para Fortaleza, Ceará.
A unidade cearense foi instalada na região central da cidade, área que concentrava o comércio de rua mais vibrante na época.
A filial fortalezense oferecia um mix similar ao da matriz: roupas, calçados, eletrodomésticos e artigos para casa. No começo, a unidade cativou uma clientela fiel e parecia replicar o sucesso recifense.
Porém, a história se repetiu: nos anos 1980 e 1990, Fortaleza também viu o seu centro comercial perder força.
Shoppings como o Iguatemi Fortaleza começaram a mudar os hábitos de compra dos consumidores, afastando-os do comércio tradicional de rua.
A loja de Fortaleza resistiu o quanto pôde, mas não escapou da crise que já corroía a matriz.
Em meados dos anos 1990, a unidade também fechou suas portas.
Por que a Casa Viana Leal faliu?
Embora não tenha dados oficiais quanto à falência da Casa Viana Leal, especula-se que esse fim resultou de uma combinação explosiva:
- Má gestão: A aposta mal planejada na expansão em Boa Viagem drenou recursos importantes.
- Mudança de mercado: O crescimento dos shoppings centers alterou o perfil de consumo de maneira irreversível.
- Falta de inovação: Enquanto concorrentes investiam em marketing moderno e novos modelos de negócios, a Viana Leal manteve um formato clássico, que envelheceu mal diante das novas gerações.
- Deslocamento urbano: Tanto em Recife quanto em Fortaleza, o deslocamento do comércio de rua para grandes centros de compra contribuiu para a perda de fluxo e faturamento.
O que aconteceu com o prédio da Casa Viana Leal de Fortaleza?
Após o fechamento da loja em Fortaleza, o prédio onde sediava a Casa Viana Leal passou por um período de abandono.
Posteriormente, o espaço passou a abrigar pequenas lojas populares, vendendo artigos variados como roupas, bolsas e acessórios.
Ou seja, no lugar da loja de departamentos elegante, surgiram estabelecimentos menores, voltados para o comércio de rua que ainda sobrevive, mesmo que longe dos dias de glória.
Mas o prédio ainda permanece com o nome estampado daquela que seria uma das varejistas mais amadas por todos …
Conclusão:
A Casa Viana Leal marcou profundamente a memória afetiva dos recifenses e de muitos nordestinos.
Sua história reflete o auge e o declínio de um modelo de comércio que dominou o Brasil por boa parte do século XX.
Mais do que uma loja, a Casas Viana Leal representava um estilo de vida.
Mesmo fechada, ela continua viva no coração de quem um dia subiu suas escadas rolantes para encontrar o Papai Noel; Veja alguns comentários dos antigos frequentadores abaixo:
É, quem viveu… viveu! Mas, para saber mais informações sobre outras falências, clique aqui*.