Falência: Gigante de Belo Horizonte, MG, fecha as portas e funcionários se desesperam com calote
23/05/2025 às 9h45

Colapso empresarial em Minas Gerais: a falência de uma das maiores empresas de Belo Horizonte escancara drama de cerca de 200 trabalhadores
Uma cena devastou Belo Horizonte, MG, em maio de 2023: portas fechadas, luzes apagadas e funcionários do lado de fora em estado de choque marcaram o fim de uma das maiores e mais gigantes empresas da capital mineira.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Pois é, assim terminou a trajetória de 58 anos do Grupo Pneusola, um dos maiores nomes do setor automotivo em Minas Gerais.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A empresa sucumbiu a uma crise financeira prolongada, culminando em um pedido de autofalência, deixando cerca de 200 colaboradores sem salários, sem direitos garantidos e sem respostas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O que aumentou ainda mais o desespero dos funcionários, diante do calote e da incerteza.
Mais do que uma falência, o que se viu foi o colapso de um modelo de negócio que não resistiu às:
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
- Pressões econômicas pós-pandemia;
- Restrições comerciais impostas por fornecedores estratégicos;
- Um ambiente de crédito cada vez mais hostil.

Inclusive, o caso Pneusola acendeu o alerta no setor e escancarou que até mesmo as mais tradicionais empresas podem sucumbir diante de um cenário de rápida transformação econômica.
Sendo assim, a partir de uma reportagem do Balanço Geral MG, da Record, e do portal Além do Fato, a equipe especializada em economia do TV Foco traz todo o desenrolar do colapso abaixo:
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Anos de crescimento e confiança no mercado
Fundada em 1965, a Pneusola construiu sua reputação como distribuidora de pneus e prestadora de serviços automotivos.
Por décadas, operou como revendedora autorizada de marcas líderes, com destaque para a italiana Pirelli.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A empresa chegou a operar mais de 15 unidades em Belo Horizonte e cidades vizinhas, como:
- Contagem;
- Betim;
- Nova Lima;
- Pedro Leopoldo.
Com a fidelização de uma clientela ampla e foco em qualidade técnica, a Pneusola firmou sua presença como uma das gigantes do segmento em Minas Gerais.

Crise, dívidas e retração de mercado
O cenário começou a mudar com a chegada da pandemia de COVID-19.
A queda na circulação de veículos, o fechamento temporário do comércio e a desaceleração da indústria automotiva foram apenas os primeiros sinais de alerta.
Somou-se a isso o aumento dos juros e o encarecimento do crédito, fatores que afetaram diretamente o capital de giro da empresa.
Em 2021, já enfrentando dificuldades, o Grupo Pneusola entrou com pedido de Recuperação Judicial, reconhecendo um endividamento inicial de R$ 89 milhões — cifra que em pouco tempo saltaria para R$ 128 milhões após reavaliações dos credores.

Restrição territorial e o golpe indireto da Pirelli
Uma das reviravoltas mais críticas ocorreu quando a Pirelli, principal fornecedora da Pneusola, limitou sua atuação no estado.
A multinacional passou a restringir a venda de pneus apenas para a região metropolitana de Belo Horizonte, forçando o fechamento de unidades no interior e reduzindo brutalmente o faturamento da empresa.
Na petição judicial, a Pneusola relatou que a medida foi decisiva para o colapso:
“A restrição imposta à nossa atuação comercial inviabilizou economicamente diversas lojas, levando ao encerramento em massa de atividades.”
Falência decretada e o drama dos trabalhadores
Sem fôlego para sustentar a operação, o grupo anunciou oficialmente sua autofalência em maio de 2023.
No comunicado público, a direção lamentou o desfecho, atribuindo o fracasso à combinação de pressões externas, inadimplência de clientes e restrições de fornecedores.
Com o fim das atividades, cerca de 200 funcionários foram dispensados sem aviso prévio e sem qualquer compensação financeira imediata.
Muitos deles relataram nas redes sociais e à imprensa local que sequer haviam recebido os últimos salários e benefícios legais.
Administração judicial e a lenta marcha da Justiça
A 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte nomeou a EXM Partners como administradora da massa falida.
Portanto, a missão ficou em arrecadar, avaliar e leiloar os ativos da Pneusola. Os bens, que inicialmente estavam avaliados em R$ 19,8 milhões, passaram a receber propostas bem abaixo do mercado — uma delas, de R$ 9,7 milhões.
Porém, a situação gerou polêmica ao propor pagamento parcelado.
De acordo com a legislação, os trabalhadores sempre têm prioridade na fila de credores nesses casos.
No entanto, de acordo com apurações, o processo segue sem conclusão definitiva e ex-funcionários continuam à espera de uma definição sobre o pagamento dos valores devidos.
Quais impactos foram causados pela falência da Pneusola?
A falência da Pneusola também atingiu em cheio seus fornecedores e a cadeia de serviços associados.
Afinal de contas, pequenos prestadores de manutenção, transportadoras e distribuidores locais deixaram de receber, gerando um efeito cascata na economia regional.
A perda de dezenas de empregos diretos e indiretos impactou famílias inteiras em municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Conclusão
Em suma, a queda da Pneusola é mais do que o fim de uma empresa — é o retrato de um setor vulnerável às mudanças bruscas do mercado.
Os 58 anos de história não foram suficientes para proteger a empresa de decisões estratégicas equivocadas e de um ambiente econômico adverso.
Enquanto a justiça caminha a passos lentos, 200 ex-funcionários seguem na incerteza, esperando que seus direitos sejam respeitados.
O caso serve como alerta para empresários, trabalhadores e para o próprio sistema jurídico, que precisa garantir mais agilidade em processos de falência com alto impacto social. Mas, para saber mais informações sobre outras falências, clique aqui*.
Autor(a):
Lennita Lee
Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.