Calote e falência: Como loja de móveis nº1 de Porto Alegre (RS) chegou ao fim no Brasil

Fim oficial da nº1 em móveis de Porto Alegre: Loja icônica fecha as portas no Brasil após calote milionário e falência
Depois de seis décadas liderando o varejo de móveis e eletrodomésticos no Rio Grande do Sul, uma das maiores lojas de móveis, vista como nº 1 por muitos, encerrou oficialmente suas atividades no Brasil.
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Trata-se da icônica Manlec, a qual dominou o mercado em Porto Alegre por gerações.
Infelizmente, ela foi à falência após acumular dívidas impagáveis e o colapso deixou milhares de consumidores, especialmente mulheres, completamente sem chão após o fim.
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A queda da Manlec expõe as fragilidades de empresas tradicionais diante de crises econômicas e mudanças estruturais no setor varejista.
Sendo assim, a equipe de economia do TV Foco, com base em informações do portal Wiki e Valor Econômico, traz abaixo mais detalhes sobre o que levou esse nome que simbolizou o sonho de consumo porto-alegrense ao fim.
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De uma marcenaria de bairro à liderança no varejo
A Manlec surgiu em 1953 no bairro Bom Fim, em Porto Alegre, como uma pequena fábrica de móveis.
Em 1967, os fundadores decidiram abrir as portas para o varejo.
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O crescimento foi rápido. Nas décadas seguintes, a empresa se consolidou como a principal rede de móveis e eletrodomésticos do estado:
- Em seu auge, operava 38 lojas no Rio Grande do Sul;
- Além disso, ela empregava mais de 600 funcionários;
- A marca construiu uma relação sólida com o público local.
Inclusive, famílias inteiras compraram móveis, eletrodomésticos e utensílios domésticos em carnês da Manlec, muitos dos quais foram pagos ao longo de anos.
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Primeiros sinais de colapso – 2014
Fatalmente, o império começou a ruir em 2014. Afundada em dívidas, a Manlec entrou com pedido de recuperação judicial.
O passivo total ultrapassava R$ 105 milhões, conforme dados do Valor Econômico:
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- Desse montante, R$ 9 milhões referiam-se a débitos trabalhistas — incluindo rescisões, férias e 13º salários;
- R$ 96 milhões estavam vinculados a fornecedores e bancos.
A empresa propôs um plano com deságio de 43,7% sobre o total da dívida, parcelamento em até 20 anos e carência de 18 meses.
Tentava ganhar tempo para recuperar o fôlego financeiro e reorganizar sua operação.

Tentando se salvar
Como parte da reestruturação, a Manlec fechou seis lojas, encerrou sua plataforma de vendas online, cortou 237 postos de trabalho e reformulou seu mix de produtos.
A direção apostava em itens de maior margem para melhorar os resultados. Em paralelo, buscava captar até R$ 20 milhões em capital de giro para estabilizar o caixa.
Naquele momento, a empresa ainda faturava cerca de R$ 5 milhões por mês e o plano, no papel, até que parecia viável.
Mas a realidade econômica do país e a velocidade das mudanças no varejo jogaram contra.

Falência decretada – 2017
Foi aí que, no dia 27 de julho de 2017, a Justiça decretou oficialmente a falência da Manlec.
O juiz responsável concluiu que a empresa não tinha mais condições operacionais nem fluxo de caixa para sustentar a recuperação. Além disso, na época, restava apenas uma loja funcionando.
Porém, apesar de toda a crise que a envolvia, o advogado da empresa, João Medeiros Fernandes Jr., disse ter recebido a decisão com surpresa.
Ele argumentou que a estrutura havia sido enxugada e que a operação, mesmo reduzida, era viável. A Justiça não se convenceu.
Com a falência, os bens foram bloqueados, a marca perdeu registro ativo e a operação foi descontinuada.
O que aconteceu com o que sobrou da Manlec?
Após o encerramento, os antigos pontos comerciais da Manlec passaram a abrigar outros empreendimentos — a maioria redes farmacêuticas, lojas de conveniência e pequenos mercados.
Alguns imóveis foram vendidos, outros seguem fechados. Mas nenhum novo ocupante conseguiu herdar o valor simbólico da antiga rede, que durante anos fez parte da rotina de milhares de gaúchos.
Conclusão
Em suma, a queda da Manlec é mais do que o fim de uma loja: é o desmonte de uma instituição da memória urbana de Porto Alegre.
A história revela o quanto empresas tradicionais, mesmo consolidadas, podem ruir diante de má gestão financeira, resistência à inovação e mudanças no comportamento de consumo.
A Manlec não soube se adaptar e desapareceu.
Por fim, o varejo brasileiro, cada vez mais competitivo e digitalizado, segue exigindo respostas rápidas — de quem quiser sobreviver.
Mas, para saber sobre mais falências e casos parecidos como esse, clique aqui. *
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Autor(a):
Lennita Lee
Lennita Lee é jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.