Foco na TV | Excesso de assistencialismo e apelo emocional já prejudica programas da Record


Gugu realiza sonho de gari cantor em seu programa. (Foto: Reprodução/TV Record)
Gugu realiza sonho de gari cantor em seu programa. (Foto: Reprodução/TV Record)
Gugu realiza sonho de gari cantor em seu programa. (Foto: Reprodução/TV Record)

Acompanhando a programação da Record de uns meses pra cá, é possível observar que a emissora encontrou o que seria a sua “carta coringa”: o assistencialismo. A cada edição, algumas atrações do canal, como o “Domingo Show” e o programa de Gugu, apostam suas fichas em pautas praticamente integrais de apelo emocional. Ultimamente, é raro não vermos uma edição desses programas, que não tenham realização de sonhos, reencontros e outras coisas do gênero, se transformando em uma espécie de padrão na emissora. A proposta da Record parece clara: tentar “fisgar” o telespectador pela emoção.

Durante algum tempo, esse gênero de pauta aparentemente solucionou o problema dos programas, garantindo bons índices de audiência, mas agora parece ter se transformado no principal problema.

“Domingo Show”

Só para ressaltar que esta crítica não é totalmente em cima do assistencialismo em si, já que apesar de alguns pontos negativos, de alguma maneira, os programas geralmente auxiliam e tornam possível o sonho de algumas pessoas, muitas carentes. A crítica é feita com um olhar apontado especialmente para a televisão e se sustenta em cima do apelo e da exploração exagerada que as atrações da emissora fazem em cima desse tema.

É evidente que o abuso do assistencialismo não surgiu agora. Quem acompanha televisão há mais tempo, sabe que esse tema já foi utilizado com exaustão em pautas de programas de outras emissoras e em outras épocas. A própria Record já exagerou no tema anos atrás, e agora volta a apostar nele.

Reencontro no "Gugu"
Reencontro no “Gugu”

É possível afirmar que o “Domingo Show” foi o responsável por trazer de volta o exagero do assistencialismo à Record e generalizar para outros programas. Virgílio Abranches, ex-diretor da atração de Geraldo Luís, apostou no tema e viu a audiência corresponder. Com a sua migração para o programa “Gugu”, decidiu levar a estratégia junto e deixou de “herança” no dominical.

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O abuso da estratégia, que já se estende por meses, agora faz os dois programas oscilarem negativamente. Com as pautas de assistencialismo e apelo emocional desgastadas, o “Domingo Show”, que estava consolidado na vice-liderança, agora vem lidando com o crescimento ascendente do “Domingo Legal” (SBT), que aposta no game “Passa ou Repassa” e já assumiu o segundo lugar no último mês. O Gugu, que também vinha praticamente consolidado na vice, agora já começa a fechar em terceiro.

Porém, a queda nos índices parece não inibir muito a produção dos programas na preferência por pautas deste gênero. Neste próximo domingo (12), por exemplo, o “Domingo Show” exibe mais uma reportagem “especial” mostrando um garotinho cearense que chama atenção pela voz, e que deve receber ajuda do programa. Ainda na mesma edição, a atração vai estrear um quadro com a modelo Andressa Urach, que após se converter e assinar com a Record, se diz “mudada”. O quadro apostará em mais apelo emocional, onde a modelo mostrará histórias de superação.

Na televisão sempre é necessário se renovar, mas os programas da Record vêm ignorando essa regra e insistindo em pautas do mesmo gênero. Os primeiros sinais deste desgaste já começam a refletir na audiência. A proposta da emissora de tentar “fisgar” o público pela emoção pode parecer coerente, mas nesse meio tudo tem um prazo de validade.

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Formado em jornalismo, fui um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.