Fraca, “Supermax” foi a maior decepção do ano na televisão


(Foto: Divulgação)
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* O texto contém spoilers

Eis o vencedor do título de maior decepção da televisão brasileira em 2016: “Supermax”. A Globo exibiu nesta terça-feira (13) o não muito esperado episódio final da série.

As notícias que surgiram recentemente davam conta de que os objetivos da Globo com a produção de “Supermax” iam muito além da expectativa por um bom desempenho em audiência na televisão. A emissora já esperava uma queda de índices no horário — talvez não tão grande — , mas o seu foco era outro. Com a popularização da Netflix, a Globo ficou alerta e pôs em prática a produção de uma série que foge dos seus padrões convencionais, com o objetivo de fisgar usuários do serviço de streaming, além de fortalecer o seu novo aplicativo, o Globo Play, com a estratégia de disponibilizar os episódios na plataforma antes da estreia na TV.

Terror, drama, suspense e ficção científica. Essa era a mistura de gêneros proposta pela aguardada “Supermax” para dar início a uma revolução na realização de séries na Globo. A inovação, entretanto, ficou apenas na produção. O enredo e a narrativa — os principais problemas de “Supermax” — , usaram e abusaram dos clichês desses gêneros, o que culminou em uma história frágil. A exemplo de um autêntico filme de terror escracho, a série adaptou o recurso de mortes violentas e chocantes, por mais que os personagens possam ter conquistado um mínimo de empatia com o público, além do famoso e previsível clichê em que todos lutam pela sobrevivência, mas apenas um se salva no fim.

A premissa de “Supermax” era das mais interessantes e promissoras: “Um grupo de pessoas participa de um reality show e são confinadas em um presídio de segurança máxima abandonado, onde lidam com o sumiço da produção e fenômenos sobrenaturais”. Essa logline certamente foi o que também chamou a atenção do mercado internacional, que já procura a Globo para adquirir os direitos do projeto. Porém, foi no decorrer da história e na revelação dos mistérios que “Supermax” se perdeu, com furos de roteiro, diálogos superficiais, mini-conflitos que não colaram muito e atuações fracas. Os atores estreantes não convenceram e os rostos conhecidos, como Cleo Pires e Mariana Ximenes, quebraram um pouco a proposta da série de ser diferenciada, justamente por serem rostos já conhecidos na telinha.

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O pior ainda estava por vir: o final. Os criadores José Alvarenga Jr., Marçal Aquino e Fernando Bonassi deixaram para copilar oito mortes em um único episódio, o derradeiro. Pela falta de tempo, o desenrolar de alguns desfechos tiveram que ser acelerados, ou até omitidos. Muita coisa construída por boa parte dos personagens durante a série terminou sem um mínimo de “consideração”.

“Supermax” realmente não funcionou. Talvez o único ponto positivo da atração tenha sido o esforço da produção, que realizou um bom trabalho de arte e efeitos especiais. Mas no geral, e principalmente em termos de enredo e desenvolvimento, a série foi um fiasco. Nem o fato de querer “zombar” de realities shows, como o “Big Brother Brasil” — e contando até com a participação de Pedro Bial, fato condenado por muitos telespectadores — , conseguiu salvar a atração.

Sem muito sentido, a Globo já sinaliza a produção de uma segunda temporada. Fica a torcida para que esse plano permaneça apenas na teoria, a exemplo (injusto) de “Dupla Identidade” (2014) e “A Cura” (2010), e que a emissora parta para novos projetos, ou no mínimo, aprenda com os erros e volte com uma segunda temporada bem melhor que a primeira, que a essa altura, diante dos desfechos, parece pouco provável que aconteça.

É de se ressaltar e elogiar a boa iniciativa da Globo em investir em novos gêneros, além do marco de “Supermax” em dar início a esta revolução. Porém, os novos projetos desse nicho deveriam passar por um filtro e análise de potencial mais apurada por responsáveis pelo fórum de séries da emissora, para que resultados como esse não se repitam, do contrário, seria um verdadeiro tiro no pé. Afinal, não é muito inteligente subestimar a inteligência do público.

Nota: 4.5 / 10

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Formado em jornalismo, fui um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.