O âncora cedeu quase 10 minutos do jornal da Globo para uma matéria sobre as vítimas da ditadura militar
Durante a última edição do SP1, que foi ao ar nesta terça-feira, 29, a Globo surpreendeu ao exibir cenas chocantes no noticiário local que é comandado por Alan Severiano e geralmente aposta reportagens mais leves.
Após a volta de um intervalo, o apresentador interrompeu o jornal e chamou uma longa reportagem sobre um possível despejo do CAAF, centro de pesquisa que investiga ossadas encontradas em São Paulo durante o período da ditadura, considerado uma tragédia para Alan Severiano.
“Um centro de pesquisas que faz um trabalho fundamental pra identificar desaparecidos está ameaçado de despejo, como descobriu o nosso produtor Ronaldo Pascoalini. O CAAF, centro de antropologia e arqueologia forense é ligado a Unifesp e tem se dedicado a guardar e identificar as ossadas de desaparecidos políticos que foram despejados em uma vala no cemitério de Perus, na Zona norte da capital“, iniciou o apresentador.
“Um trabalho que ajuda a revelar um dos períodos mais repressivos da história brasileira: A ditadura militar, mas que também serve como consolo para a família das milhares de vítimas das muitas tragédias do país“, seguiu Alan ao convocar a matéria especial.
“Uma das fases mais sombrias da história recente do Brasil ainda está por ser revelada. Por enquanto aguarda nessa caixas do Caaf, enquanto esperam que pesquisadores descubram de quem são”, expôs o repórter Felipe Gonçalves, que seguiu.
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“Mas as ossadas só chegaram a esse espaço depois de muita luta familiares de desaparecidos políticos durante a ditadura militar e depois de passarem mais de 20 anos em uma vala clandestina do cemitério Dom Bosco, em Perus”, denunciou o contratado da Globo.
“Foi o repórter Caco Barcellos que descobriu a vala nos anos 90, quando pesquisava grupos de extermínio formados por policiais militares“, narrou Felipe, enquanto imagens dos restos mortais eram exibidos no jornal local.
Na matéria de quase 10 minutos, a Globo ainda denunciou que as ossadas de 1500 pessoas estavam escondidas e exibiu fortes desabafos de parentes das vítimas.
“É importante lembrar e não se esquecer, pra que isso nunca se repita”, desabafou uma entrevistada no final da reportagem.
De volta ao estúdio, Alan Severiano estava visivelmente abalado com as denúncias e também reforçou: “Que nunca se repita”, disse o âncora em tom de desabafo.
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