Discretamente, a direção da Globo já iniciou uma série de estudos para concretizar o fim do tradicional programa esportivo da emissora
No ar há mais de 41 anos consecutivos, o Globo Esporte está cada vez mais ameaçado na grade de programação. Suspenso há quase quatro meses em virtude da pandemia do novo coronavírus, a continuidade do programa esportivo provocou um racha na cúpula da emissora.
A reportagem do TV Foco apurou que o setor de Programação e diversas afiliadas da Globo já deixaram claro que são contra a volta do programa, mesmo com a retomada gradual das atividades esportivas. O departamento Comercial da rede, porém, é contra a extinção, já que a atração faz parte do pacote comercializado para as competições veiculadas pela emissora.
No primeiro round da briga, o núcleo da Programação levou a melhor e a suspensão do Globo Esporte foi mantida. A volta do programa chegou a ser anunciada no Rio de Janeiro, estado em que os jogos de futebol já voltaram a ser realizados, mas a emissora acabou desistindo da ideia na última hora.
E os defensores da permanência do Globo Esporte como programa solo levaram mais rasteiras nesta segunda-feira, dia 13: a primeira delas foi a demissão da boa parte das equipes encarregadas pela produção das edições regionais. Na InterTV, afiliada da Globo no Rio Grande do Norte, todos os profissionais que faziam o programa foram sumariamente demitidos.
A segunda reviravolta foi na Paraíba, onde a TV Cabo Branco abriu mão dos direitos de transmissão do Campeonato Paraibano, seguindo a tendência lançada pela matriz da rede, no Rio de Janeiro, que deixou de transmitir o Cariocão.
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O FUTURO DA ATRAÇÃO
Internamente, admite-se que o retorno do Globo Esporte como programa solo é cada vez mais improvável e o tradicional esportivo deverá ser fragmentado pelos telejornais regionais das afiliadas, como uma espécie de quadro fixo deles.
Na Globo de Brasília, por exemplo, este modelo já foi adotado. O nome Globo Esporte passou a ser utilizado pelo quadro esportivo do Bom Dia DF, além do espaço habitual dentro do DF1 desde o início da pandemia, em março.
Em São Paulo, os quadros do esportivo também tem sido agregados gradativamente ao SP1. Executivos da emissora, por sinal, se animaram com a química entre Felipe Andreoli, que apresentava a edição paulista do programa, e César Tralli, titular do noticiário. Para estes dirigentes, a dupla poderá servir de modelo para todo o país.
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