Glória Perez defende escolha de mulher para interpretar transexual


Autora Gloria Perez em palestra (Foto: Anderson Barros/EGO)
Foto: Anderson Barros/EGO
Foto: Anderson Barros/EGO

A Globo continua optando por usar atores comuns para representar personagens que sofrem preconceito, como é o caso dos transexuais. Apesar das críticas que recebeu, a autora Glória Perez defende a escolha para a sua próxima novela.

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Ela vai abordar a vida dessa classe de pessoas em “À Flor da Pele”, que estreia em abril de 2017, e falou sobre o assunto nesta terça-feira  (20), ao visitar o “Projeto Damas”, da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS) do Rio.

Lá, ela explica que a sua novela visa promover a inclusão social e inserção ao mercado de trabalho de travestis e transexuais, e falou sobre o motivo de escolher uma mulher para viver o papel de transexual, ao invés de uma atriz transexual.

“É o momento que todos falarão disso e será muito discutido em todo o país. Infelizmente vivemos num país em que através de uma novela podemos fazer mais do que por meio de um movimento organizado”, disse Glória Perez no início da conversa.

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“Eu farei um trans homem, muita gente não estava sabendo disso, achavam que seria um homem virando mulher. Por isso acho que ficará mais fácil para o público colocar uma mulher, que se incomoda com seu corpo, que odeia seus peitos crescendo, e que quer ser homem”, revela.

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“Se eu colocasse um trans já formado, ele teria barba, já aceitaria seu corpo, e não passaria realmente esse sofrimento de não se identificar com o corpo. A garota da trama vai ter que se descobrir”, disse Glória Perez. A atriz que viverá a personagem será Caroline Duarte.

Foto: Anderson Barros/EGO
Foto: Anderson Barros/EGO

No entanto, haverão transexuais verdadeiros na história. “Fizemos muitos testes e vamos mostrar os transexuais quando o personagem começar a se descobrir incomodado com seu corpo”, adianta. A personagem principal será mostrada desde ainda bebê.

Ela será filha de uma socialite, perua, que sonhou em tornar sua filha uma princesa. “Esse processo da trama, da atriz descobrir que não se encaixa no corpo de mulher, irá durar mais ou menos um mês e meio. E vai mostrar todo o incômodo da personagem em ter sido escolhida para ser a princesinha da família”, explica.

“Ela não se encaixa nisso, mas não sabe direito o que ela é. E esse processo dolorido precisa ser mostrado ao público”, falou a autora. As alunas do  “Projeto Damas”, por sua vez, não gostaram da explicação da novelista e questionaram a decisão.

“Não existe a possibilidade de colocar uma transexual em nenhum papel de destaque?”, perguntou a aluna Negrini. “Estamos procurando sim atrizes transexuais que mostrem seu talento e que por isso mereçam entrar na novela. Eu quero colocar a Maria Clara Spinelli, por exemplo”, respondeu a autora.

“Preciso de atrizes verdadeiras para os papéis, por isso estamos realizando tantos testes. Não precisamos que um policial de verdade fizesse o Capitão Nascimento no cinema, e o Wagner Moura brilhou. É isso. Eu quero conhecer a história dos trans, mas colocarei os atores que melhor se encaixarem para o papel”, completou.

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