Pedido de falência e dívida de 10M: Grande marca de bebidas padece em país e luta para escapar do fim

Uma das maiores empresas de bebidas norte-americanas pede pela falência ao padecer em país e lutar para continuar viva no mercado

Uma das gigantes do mercado de bebidas nos Estados Unidos entrou com pedido de falência como último recurso para tentar escapar do colapso definitivo.

Trata-se da Caraway Tea Company, que, após mais de uma década de operação e enfrentando prejuízos agravados pelas consequências econômicas da pandemia de Covid-19, busca reorganizar suas finanças sob proteção judicial.

O processo foi registrado no dia 9 de junho, no Tribunal de Falências de White Plains, em Nova York.

A equipe de economia do TV Foco, com base em informações do portal West Fair, traz abaixo mais detalhes sobre o que levou essa grande empresa a essa situação.

Fundação e modelo de negócios – 2010–2020:

A Caraway Tea Company foi fundada em 2010 por Gina Caraway e Michael Caraway, em Highland, no Condado de Ulster, estado de Nova York.

A empresa cresceu com uma proposta voltada à produção de chás premium e vegetais desidratados, importados de diversos países.

Além de atender ao varejo tradicional, concentrou suas operações no fornecimento para marcas próprias e atacadistas, com um diferencial:

A certificação para comercializar seus produtos como suplementos alimentares voltados a finalidades como:

• Imunidade;
• Sono;
• Digestão;
• Energia.

Durante a década inicial, a Caraway consolidou uma clientela fiel e garantiu contratos sólidos no setor de alimentos naturais e funcionais.

Alta demanda e ilusão de estabilidade – 2021:

Com o avanço da pandemia de Covid-19, a empresa viu sua demanda aumentar significativamente em 2021.

Grandes redes de varejo anteciparam compras com receio de interrupções na cadeia de suprimentos global, o que provocou um salto temporário nas encomendas.

A Caraway projetava uma receita próxima de US$ 3 milhões para o ano e negociava contratos relevantes com margem de lucro de 11% antes dos impostos.

A sensação era de que o pior havia sido superado.

Queda brusca nas vendas e endividamento – 2022–2023:

Apesar de ter dado um certo alívio momentâneo, essa estabilidade foi curta. Isso porque, a partir de 2022, o comportamento do mercado mudou:

• Clientes passaram a consumir os estoques adquiridos no ano anterior;
• Essa situação provocou uma queda abrupta nas vendas da Caraway.

Em resposta, a empresa contraiu empréstimos para manter a operação e evitar demissões.

Mesmo com a injeção de capital, a situação não se estabilizou. Ao final de 2023, a receita havia encolhido pela metade.

Os compromissos financeiros assumidos durante a fase de expansão se tornaram impagáveis diante do novo cenário.

Assim, a empresa passou a atrasar pagamentos e acumulou dívidas.

Tentativa de recuperação e esgotamento financeiro – 2024–início de 2025:

No ano de 2024, as vendas começaram a apresentar sinais de recuperação, mas a retomada não foi suficiente para compensar os prejuízos acumulados nos anos anteriores.

A Caraway passou a operar com dificuldades estruturais:

• Dependia de um contrato de aluguel mensal;
• Enfrentava risco de despejo.

Fatalmente, sem fôlego financeiro, sem crédito e com margens apertadas, a sobrevivência tornou-se inviável sem intervenção judicial.

Pedido de falência e plano de reorganização – junho de 2025:

Diante desse cenário, a Caraway Tea entrou com pedido de proteção judicial no formato de reorganização do Capítulo 11.

Declarou ativos de pouco mais de US$ 600 mil e passivos próximos a US$ 2,7 milhões.

Em suma, a medida tem como objetivo:

• Suspender ações de cobrança;
• Preservar os contratos existentes;
• Apresentar um plano de recuperação capaz de manter parte das operações enquanto negocia com credores.

Além disso, a direção da empresa reconheceu publicamente que as dificuldades têm origem direta nas distorções de mercado geradas pela pandemia e reforçou que o foco atual é buscar viabilidade financeira de longo prazo.

Até o momento, não houve manifestações públicas de credores ou parceiros comerciais.

A empresa também não publicou notas oficiais em seus canais públicos e optou por concentrar suas comunicações nos autos do processo judicial – embora o espaço siga em aberto.

Por fim, não há registro de contestações agressivas nem de tentativas de aquisição externa. Porém, a estratégia atual é inteiramente voltada à recuperação via plano de reorganização.

Situação atual da marca

A empresa agora segue operando sob supervisão judicial e tem prazos definidos para apresentar documentos obrigatórios e um plano detalhado de reestruturação.

A continuidade da marca dependerá da aceitação desse plano por parte do tribunal e dos credores.

Enquanto isso, suas atividades estão limitadas a pagamentos autorizados pela Justiça e manutenção básica de contratos.

Conclusão

A Caraway Tea enfrenta o momento mais crítico de sua história.

A aposta na reestruturação judicial revela um esforço para preservar uma marca que, por anos, ocupou espaço relevante no mercado de chás funcionais.

Resta saber se a reorganização será suficiente para evitar o encerramento definitivo. Por enquanto, a falência é um freio de emergência — e não uma linha de chegada.

Mas, para saber sobre mais falências e casos parecidos como esse, clique aqui. *