A presidente Leila Pereira, do Palmeiras, optou por interromper a entrega da quota de bilhetes destinada às caravanas das torcidas organizadas para a semifinal da Copa Libertadores. As vendas dos ingressos para o jogo agendado para o próximo dia 28, contra o Boca Juniors, em Buenos Aires, seguirão critérios de preferência do programa de sócio-torcedor Avanti.

Essa medida representa mais uma ação na disputa que Leila mantém com a torcida organizada Mancha Verde, que foi sua aliada desde o período em que ela cogitava se candidatar ao Conselho Deliberativo em 2017.

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Leila Pereira e a Mancha Verde têm enfrentado conflitos desde o início de seu mandato como dirigente, quando a organizada pressionou Leila a afastar seu assessor pessoal, Olivério Júnior, do cotidiano do clube devido às suas ligações com Andrés Sanchez e outros indivíduos importantes da política do Corinthians.

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O Palmeiras, ao ser contatado pela reportagem, esclareceu que a gestão de Leila Pereira nunca reservou cotas de ingressos para torcidas organizadas.

A Trivela obteve informações de pessoas ligadas às torcidas de que houve tentativas de convencer a presidente do clube sobre a importância de assegurar a presença dos torcedores uniformizados em La Bombonera, por motivos festivos, de representação e até mesmo de segurança.

Foi mencionado que, em 2017, membros da Mancha Verde e outros torcedores uniformizados entraram em confronto com torcedores do Peñarol, em Montevidéu, após um jogo na fase de grupos da Copa Libertadores, que resultou em uma virada do Palmeiras por 3 a 2.

A confusão se desencadeou após a equipe de segurança do estádio Campeón del Siglo permitir a entrada de torcedores do Peñarol na área destinada aos palmeirenses. Relatos indicam que os torcedores uniformizados ajudaram a salvar centenas de pessoas nesse dia, mas não houve consenso.

A Trivela entrou em contato com o Palmeiras para buscar esclarecimentos sobre o assunto. O clube respondeu que a decisão sobre a distribuição dos ingressos é uma questão interna e que estão seguindo os critérios estabelecidos pelo Avanti. O Palmeiras também não divulgou quantos ingressos foram alocados para os pacotes da Palmeiras Viagens.

Leila vai para o jogo?

O UOL informou em uma matéria na terça-feira (19) que dezenas de conselheiros da situação foram convidados por Leila para viajar a Buenos Aires em aeronaves de sua propriedade para assistir ao jogo. Esse convite veio na semana seguinte à suspensão dos ingressos para conselheiros da oposição, que tinham direito a uma entrada gratuita, outra com 50% de desconto e outra com preço integral.

A entrega de ingressos para venda aos membros das torcidas organizadas era uma prática comum desde a época em que o presidente do Palmeiras era Mustafá Contursi (1992 a 2007), de acordo com a Mancha Verde. Essa prática foi interrompida durante a gestão de Paulo Nobre (2013 a 2016), quando Nobre rompeu laços com a Mancha após membros da torcida atirarem uma xícara em direção ao goleiro Fernando Prass durante uma discussão no Aeroparque Jorge Newbery, em Buenos Aires, em 2013. O alvo original da xícara era Valdivia.

A decisão de Leila causará problemas para as torcidas organizadas. A Mancha Verde, por exemplo, já havia reservado oito ônibus para uma caravana até Buenos Aires com ingressos garantidos. Diante da possibilidade de que esses torcedores não obtenham ingressos, a torcida está avaliando como procederá.