Nível dos reservatórios em junho estava menor que no ano do apagão


Nível dos reservatórios de Sudeste e Centro-Oeste em junho é o mais baixo para o mês desde 2001Reprodução: iG Minas Gerais

Os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste chegaram ao fim de junho com o armazenamento médio mais baixo para o mês desde 2001, ano em que o país enfrentou um racionamento de energia. Os dados são do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e foram compilados pelo GLOBO.

Participe agora do nosso grupo exclusivo do Telegram

O armazenamento médio nas duas regiões ao fim de junho deste ano era de 29%. Em 2001, na mesma época, o nível médio dos reservatórios era de 28,7%. A diferença é de apenas 0,3 ponto percentual.

Além disso, o ONS já espera que julho se encerre com um nível de armazenamento para o Sudeste/Centro-Oeste piores que 2001. O órgão calcula que as barragens dessas regiões devem terminar este mês com 26,6% da capacidade de armazenamento. Em 2001, o mês de julho terminou com 26,8% de volume de água dos reservatórios.

O país está passando por um período em que os níveis de água dos reservatórios estão bastante próximos ao de 20 anos atrás.

Receba nossas notícias diretamente no seu WhatsApp


As regiões Sudeste e Centro-Oeste concentram mais da metade da capacidade de armazenamento do setor elétrico nacional e são represas que costumam ficar com níveis mais altos ao longo do ano. Elas são usadas para “regularizar” o sistema, ou seja, garantir o fornecimento de energia mesmo nos momentos de seca.

Esses reservatórios também estão próximos dos principais centros de consumo e há limites de transmissão de energia entre o Norte e Nordeste para o Centro-Sul. Por isso, o nível da água do Sudeste/Centro-Oeste é o que mais preocupa o governo. Mesmo que as hidrelétricas do Norte e do Nordeste tenham níveis melhores de armazenamento, nem tudo que é gerado pode ser transmitido para o restante do país.

O governo nega risco de um novo racionamento. Entretanto, admite a gravidade da situação, já emitiu alerta de risco hídrico e anunciou medidas para evitar escassez de energia. Uma medida provisória (MP) publicada nesta semana permite centralizar a gestão da crise no Ministério de Minas e Energia (MME) e também criar um comitê de crise.

A queda no nível dos reservatórios também provoca o encarecimento das tarifas de energia no país porque, para garantir o suprimento de eletricidade, o governo aciona usinas termelétricas, que são mais caras — além de poluentes.

Nesta semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) subiu o valor da bandeira vermelha 2 (a mais alta do sistema) de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. E estuda uma nova alta para agosto ou setembro, quando a bandeira pode chegar a R$ 11,50. A bandeira vermelha 2 está em vigor desde o mês passado e deve continuar até pelo menos novembro, quando tem início o período úmido.

Depois do racionamento de 2001, o Brasil promoveu a diversificação do sistema elétrico, ou seja, investiu em diferentes fontes de geração de energia, como a térmica, a eólica e a solar. É essa diversificação, especialmente o parque de usinas termelétricas, que dá hoje mais segurança ao sistema e permite que o país atenda à demanda por energia. A interligação do sistema também deu segurança ao processo.

O governo vem tomando uma série de medidas, como privilegiar o uso dos reservatórios para a geração de energia (e reduzir a vazão da água para outros fins). O Ministério de Minas e Energia também prepara de mais usinas térmicas no sistema, além de negociar com operadores a inauguração de usinas de geração de energia e também de linhas de transmissão de energia.

Numa tentativa de atuar pelo lado da demanda, o governo negocia com a indústria a redução do consumo no horário de pico (entre 12h e 18h), em troca de desconto nas contas de luz.

🚨 Celso, Patrícia e Rebeca em novo programa + Domingão em 2 partes cancelado + Demissão no SBT        

NOS SIGA NO INSTAGRAM

Logo do TvFoco

TV FOCO

📺 Tudo sobre TV e Famosos que você precisa saber.

@tvfocooficial

SEGUIR AGORA