Refilmagem da história de 1977 terá 60 capítulos e pode indicar um novo rumo para a teledramaturgia
Foi uma novela, mas agora não é mais. Também não é série nem minissérie. O Astro, um dos grandes sucessos da TV brasileira na década 1970, volta em nova versão hoje e vai repetir uma das mais famosas perguntas da teledramaturgia brasileira: quem matou Salomão Hayalla? Com a fórmula das novelas dando claros sinais de desgaste, a Globo faz uma aposta aparentemente segura: a refilmagem de uma história que até hoje segue no imaginário popular – originalmente, O Astro foi ao ar em 1977 – e uma trama de 60 capítulos, o que, teoricamente, deixará a história mais ágil. A macrossérie, normalmente exibida em janeiro, como A Muralha e Um Só Coração, vai ao ar às 23h e pela primeira vez no meio do ano e baseada em uma novela.
A experiência pode indicar à Globo um novo caminho para as novelas, que despertam cada vez menos interesse do público, que se divide entre a TV por assinatura, que atinge cada vez mais lares, aparelhos como videogames e DVDs e a internet.
Até mesmo autores já concordam com uma mudança de postura da audiência em relação às novelas. Ricardo Linhares, que assina Insensato Coração ao lado de Gilberto Braga, não vê mais espaço para tramas repletas de situações fantasiosas.
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“Não existe mais lugar para um enredo como o de Saramandaia [novela exibida às 22h em 1976]”, disse o autor ao portal UOL.
Quem matou? Baseado na obra de Janete Clair e adaptado por Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, O Astro tem Rodrigo Lombardi no papel principal, o vidente charlatão Herculano Quintanilha, em 1977 vivido por Francisco Cuoco e que, na nova versão, será o mentor do anti-herói.
Atração que marca os 60 anos da teledramaturgia brasileira, O Astro inaugurou nas novelas a pergunta: “quem matou?”. O assassinado é o milionário Salomão Hayalla, que será interpretado por Daniel Filho. Há 34 anos, o assassino era o jovem Filipe Cerqueira. Na refilmagem, será ele mesmo? “Também quero descobrir”, despista Rodrigo Lombardi. Colaborou José Raphael Berrêdo
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