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Dívida de R$1 bilhão: O fim de gigante dos eletrodomésticos após afundar contra as Casas Bahia no Brasil

16/06/2024 às 7h00

Por: Lennita Lee
Loja gigantesca que rivalizava com a Casas Bahia acabou tendo fim decretado (Foto Reprodução/ Montagem/Lennita/Lee/TV Foco/Canva/Casas Bahia)
Loja gigantesca que rivalizava com a Casas Bahia acabou tendo fim decretado (Foto Reprodução/ Montagem/Lennita/Lee/TV Foco/Canva/Casas Bahia)

Gigantesca no setor de eletrodoméstico afundou em dívidas e acabou tendo um fim após rivalizar com a Casas Bahia

Ao longo da nossa história, muitas varejistas e empreendimentos que marcaram a história do país acabaram tendo um fim inesperado, causando surpresa e até mesmo uma certa tristeza em alguns clientes.

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Esse é o caso da gigante Arapuã, fortíssima no setor de eletrodomésticos e que se afundou mesmo sendo uma das rivais mais intensas que concorriam contra a Casas Bahia.

Infelizmente, após anos no mercado, ela acabou tendo um fim ao se afundar em dívidas e ter sua falência decretada duas vezes pela Justiça.

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Tradição e história

Sua história se iniciou no interior de São Paulo, na cidade de Lins, ainda no ano de 1957, por Jorge Wilson Simeira Jacob, e chegou a ter 265 pontos de venda pelo Brasil.

De acordo com o portal UOL, sua era de ouro ocorreu entre a década de 90 e 80, quando a varejista se tornava uma das mais influentes e tradicionais do setor, que como mencionamos bateu de frente tanto com a Casas Bahia como o Ponto Frio.

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Na época ambas as varejistas ainda não faziam parte do mesmo grupo.

Sua relevância era tão grande que até os seus comerciais contavam com famosos, como o ator Tony Ramos, da Globo, como podem ver no vídeo abaixo:

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Ela também ficou nacionalmente conhecida pelo icônico slogan: “Arapuã, ligadona em você!”

Conforme informações do portal Wiki, no fim da década de 80, Simeira Jacob partiu com um grupo de executivos para os Estados Unidos.

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Dias depois, ele voltou convencido de que era preciso mudar o foco dos negócios.

À época, a Arapuã era líder nacional nas vendas de móveis e eletroeletrônicos. De uma só tacada, ela promoveu o fechamento de 120 lojas.

A linha de produtos foi reduzida de 7.500 para 700 itens. A empresa, que chegou a ter em seus estoques de televisores a tapetes e cristais, concentrou suas vendas apenas em eletroeletrônicos.

Em junho de 1998, a empresa abriu concordata e passou a diversificar os produtos, vendendo novamente móveis, utensílios para o lar como faqueiros, relógios e até brinquedos numa tentativa de reverter o baixo desempenho das vendas.

Queda e falência

Foi no ano de 1998 que a varejista começou a ter os primeiros sinais da sua ruína definitiva.

Isso porque, conforme o portal UOL, na época o governo brasileiro provocou o  aumento dos juros o que prejudicou as vendas a prazo e o aumento da inadimplência das vendas a prazo.

Em junho daquele ano, os créditos em atraso somavam cerca de R$550 milhões. Com a dívida milionária, a empresa pediu concordata no dia 2 de junho de 1998.

A Arapuã  iniciou então um plano de recuperação para evitar a falência.

Porém no ano de 2002, com uma dívida de R$1 bilhão, ela passou a fechar lojas e promover demissões em massa e não conseguiu cumprir integralmente o acordo.

O que fez a mesma correr ainda mais o risco da Justiça decretar a sua falência. Vale dizer que a empresa estava com três parcelas vencidas das concordatas.

Porém, ainda assim, a Justiça não havia decretado a falência da empresa por confiar no seu plano de reestruturação.

Foi em julho de 2002, que a Justiça determinou em primeira instância decretar a falência da Arapuã por descumprimento da concordata, mas a empresa conseguiu reverter a decisão em segunda instância no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

No ano de 2009, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou o recurso de duas empresas credoras que pediam a decretação da falência da empresa, para que assim seus bens pudessem ser utilizados para quitar dívidas.

Na ocasião, o STJ confirmou a falência da Arapuã por descumprimento da concordata pedida em 1998. O tribunal fez valer a lei de falências de 1945 que entrou em em vigor até 2005.

Entre a decisão do STF e a publicação do resultado, a Arapuã solicitou um pedido de recuperação judicial previsto na lei de 2005, que foi concedido pelo TJ-SP.

Na época o tribunal entendeu que ainda cabia recurso ao julgamento do STJ. A Justiça paulista aplicou um dispositivo da lei atual de falências em 2005, que permite o pedido de recuperação judicial de empresas que não tenham descumprido as obrigações assumidas.

Quando aconteceu o fim definitivo das redes Arapuã?

Porém, em junho do ano de 2020, uma empresa credora juntamente com o Ministério Público de São Paulo recorreram da decisão pela segunda vez.

Nesse meio tempo, a Arapuã aprovou um plano de recuperação judicial e alienou parte dos seus bens para o pagamento de parte das dívidas.

Ela chegou a afirmar que pagou alguns credores e dívidas trabalhistas.

Porém, em uma nova decisão ainda no ano de  2020, o STJ determinou que o resultado do julgamento do TJ-SP foi ilegal porque a Arapuã havia descumprido a concordata e já tinha a falência decretada, o que inabilitou a empresa a qualquer pedido de recuperação judicial.

Assim, os ministros do STJ decretaram a falência definitiva, e pela segunda vez, por 4 votos a 1.

De acordo com a Folha de S.Paulo, ao procurar o advogado que representa a Arapuã na época do processo, a mesma não quis se manifestar porém alegou que poderia recorrer da decisão do STJ.

Porém, é bom deixar claro que o espaço permanece aberto caso a mesma ainda queira expor sua versão dos fatos.

Importância da Arapuã:

Como mencionamos ao longo do texto a Arapuã era uma das mais tradicionais lojas de móveis e sua credibilidade conquistou milhares de consumidores.

Ela chegou mais de 220 lojas espalhadas pelo Brasil, vendendo, majoritariamente na região do sudeste do país.

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Autor(a):

Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.

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