OPINIÃO | Protagonistas fracos e audiência alta de Poliana impedem crescimento substancial de Segundo Sol


Luzia (Giovanna Antonelli) e Beto (Emilio Dantas) em cena de Segundo Sol (Foto: Globo/Raquel Cunha)
Luzia (Giovanna Antonelli) e Beto (Emilio Dantas) em cena de Segundo Sol (Foto: Globo/Raquel Cunha)
Luzia (Giovanna Antonelli) e Beto (Emilio Dantas) em cena de Segundo Sol (Foto: Globo/Raquel Cunha)

Esta coluna cometeu certo equívoco algumas semanas atrás ao afirmar que apenas vilãs deixam a desejar no conjunto da obra de Segundo Sol. Como forma de corrigir tal passagem, esta edição ressalta a fragilidade dos protagonistas do folhetim, Beto Falcão/Miguel (Emilio Dantas) e Luzia Batista/Ariella (Giovanna Antonelli). Além disso, salienta-se que tais problemáticas, aliadas ao sucesso de audiência de As Aventuras de Poliana do SBT, têm impedido que a novela global obtenha o almejado êxito.

Pode-se dizer que os números de audiência de Segundo Sol não são ruins, porém, deixam a desejar quando se compara, por exemplo, sua média acumulada com a antecessora O Outro Lado do Paraíso, conforme noticiado aqui no site.

Todavia, a novela de João Emanuel Carneiro poderia estar numa situação bem pior se não fossem os bons enredos dos núcleos secundários. Os protagonistas de Emilio Dantas e Giovanna Antonelli não conseguiram fisgar o carinho e a torcida dos telespectadores. Nada tem a ver com o bom trabalho dos atores, mas com os próprios personagens. O público não consegue digerir a história de Luzia nem de Beto, muito menos torcer pelo relacionamento dos dois – algo bem importante em se tratando de novela.

Vendida como a história de um cantor de axé que “morre, só que não” e passa a viver as consequências da ascensão pós-morte, a trama central da novela acabou sendo, na prática, ofuscada pelo impacto mais atrativo dos demais núcleos. Sem dúvidas isso é fruto dos caminhos duvidosos percorridos pela autoria, produção e direção do folhetim. A “morte” e as consequências disso acabaram virando apenas segundo plano para manter no ar intrigas e confusões em torno de romances, o que inclui até mesmo as grandes vilãs.

Ressalta-se ainda que o mistério em torno das verdadeiras identidades de Beto e Luzia, outro foco central da trama, acabou não sendo produtivo. Pelo contrário, pode-se dizer que esse entrecho é causa principal do apagamento dos protagonistas. Desse modo, deveria ter havido antecipação sobre os rumos de Luzia e Beto. Isto, entretanto, ainda nem ocorreu na trama. Passados mais de 80 capítulos, Luzia ainda está sendo revelada aos demais personagens do folhetim, assim como poucos sabem que Miguel é Beto. Trata-se do clássico e prejudicial “andando em círculos”, tão presente em novelas.

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Contextualmente, Segundo Sol ainda sofre com uma concorrência em ascensão. Os excelentes números de audiência conquistados por As Aventuras de Poliana além de serem concorrentes diretos da novela global, ainda garantem a permanência de público na reprise de Chiquititas, trama na sequência da programação do canal de Silvio Santos.

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Nesse sentido, resta saber se há soluções para Segundo Sol. Caso sim, elas estariam nas mãos principalmente de sua autoria e direção, no sentido de agilizarem e darem reviravoltas emergenciais aos protagonistas. Afinal, a própria Globo já fez sua parte ao intensificar em sua programação as chamadas promocionais do folhetim das 21h. Assim, melhorias dramatúrgicas poderiam reconquistar parcela do público perdido no horário.

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As opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do TV Foco

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Escreve artigos de opinião sobre televisão desde 2009. Enfermeiro, Mestrando da UFRN, autor de livro - Morte Gêmea - e contos, e apaixonado pelos afins da televisão. Integra a equipe do TV Foco/iG desde maio de 2013, assinando atualmente a coluna semanal ‘Ligado na TV’, na qual lança seu olhar sobre o curioso universo televisivo. (e-mail: [email protected])