Pedido de falência e calote: Fábrica de guardanapos n°1 das donas de casa padece e vive terror em país

Crise silenciosa: Como um ataque derrubou uma gigante centenária da indústria de papel na Alemanha, deixando milhares de donas de casa em choque
Uma das mais tradicionais fabricantes de guardanapos da Europa entrou com pedido de falência no início de junho, após viver terror em um país, o qual desencadeou alguns calotes.
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Isso porque a mesma sofreu um devastador ataque de ransomware que:
- Paralisou operações;
- Bloqueou sistemas;
- Desestabilizou financeiramente a companhia.
Trata-se da Fasana, fundada há mais de 100 anos. A empresa alemã assistiu à sua estrutura digital ruir em poucas horas, comprometendo:
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- Pedidos;
- Salários;
- Toda a cadeia de produção.
A partir de então, entrou em colapso administrativo e passou a operar, de forma parcial, sob administração judicial.
A seguir, a cronologia dos fatos, com base em apuração junto aos principais veículos de imprensa regionais da Alemanha, como o Kölner Stadt-Anzeiger, a emissora WDR e documentos do processo de insolvência.
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O ataque:
Na madrugada de 19 de maio, a Fasana teve todos os seus servidores e computadores comprometidos por um ataque de ransomware.
Impressoras da sede, localizada na cidade de Euskirchen, começaram a emitir automaticamente mensagens de resgate exigindo pagamentos.
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Nenhum sistema escapou da criptografia maliciosa
- Softwares de faturamento;
- Controles de estoque;
- Pedidos de clientes;
- Impressoras industriais foram bloqueadas de uma só vez.
Com a infraestrutura digital comprometida, forçamos a empresa a interromper a emissão de faturas e a execução de pedidos, o que fatalmente gerou calotes.
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De acordo com relatos de fontes internas à imprensa local, em menos de 24 horas, deixamos de processar mais de 250 mil euros em pedidos.
A total paralisação comercial perdurou por duas semanas, gerando um prejuízo direto estimado em 2 milhões de euros.
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Efeitos em cascata:
Conforme mencionamos acima, Fasana não apenas perdeu capacidade de produção, como teve que lidar com a impossibilidade de realizar pagamentos:
- Não depositaram os salários dos cerca de 240 funcionários, uma vez que o sistema financeiro interno da companhia também havia sido comprometido.
- Em diversos setores, a operação foi paralisada por completo.
- Onde ainda havia alguma funcionalidade, adotou-se um modo de emergência, com registros feitos manualmente e comunicação interna reduzida ao mínimo necessário.
- Equipes de TI da própria empresa e técnicos contratados trabalharam na tentativa de restaurar parte da infraestrutura.
Além disso, desmontaram, reconfiguraram e reintegraram cerca de 190 computadores à operação.
Ainda assim, três semanas após o incidente, somente o setor de atendimento ao cliente havia conseguido retomar, com limitações, suas atividades normais.

A falência:
Diante da gravidade da situação, a Fasana protocolou, no dia 1º de junho, um pedido de insolvência junto ao tribunal distrital de Bonn.
O advogado especializado em reestruturação empresarial, Dirk Wegener, foi nomeado administrador judicial.
Em declarações públicas, ele confirmou que a situação da empresa era crítica: nem sequer era possível emitir notas fiscais ou comprovantes de entrega, o que inviabilizava qualquer tentativa de normalização no curto prazo.
O objetivo da administração judicial passou a ser encontrar, em um prazo inicial de oito semanas, um investidor disposto a assumir a operação.
O plano previa a venda da companhia ou parte significativa de seus ativos, de modo a preservar os empregos e evitar a liquidação.
Salários passaram a ser pagos por meio do programa estatal de proteção ao trabalhador em situação de falência, conhecido como Insolvenzgeld, que garante até três meses de remuneração durante o processo.

Tentativas de retomada e negociações discretas
Com apoio técnico, restauraram gradualmente parte dos sistemas. A emissão de faturas voltou a funcionar em alguns setores e retomaram as entregas pontuais.
No entanto, a operação seguia comprometida:
- Faziam-se muitos controles manualmente, o que gerava atrasos e imprecisões.
O administrador judicial iniciou conversas com possíveis compradores, mas reconheceu as dificuldades impostas pelo momento do mercado.
O aumento do custo de insumos, a instabilidade do setor de papel e a aproximação das férias de verão na Europa reduziram o apetite de potenciais investidores.
Ainda assim, até meados de junho, o processo seguia aberto, com reuniões programadas com credores e interessados.
Investigações e silêncio institucional
Apesar da gravidade do ataque, a Fasana não se manifestou publicamente desde o início da crise. Toda comunicação tem partido da equipe jurídica e da administração nomeada pelo tribunal.
A empresa não divulgou informações técnicas sobre a origem do ataque, o método utilizado pelos invasores ou se houve falha interna que facilitou o acesso criminoso aos sistemas.
As autoridades de investigação da Renânia do Norte-Vestfália informaram que o grupo responsável pelo ataque já é conhecido da polícia, mas não revelaram nomes nem detalhes.
A empresa não confirma que pagou qualquer quantia exigida pelos cibercriminosos, tampouco se iniciou negociações com os invasores.
A orientação oficial é de que o caso está sendo tratado como crime financeiro com finalidade extorsiva, sem envolvimento político ou ideológico.
Qual é a situação atual da Fasana?
A Fasana segue operando em regime de insolvência, sob comando judicial, e parcialmente ativa. A estrutura digital ainda está em processo de reabilitação.
Os funcionários permanecem contratados e recebem por meio do programa de insolvência, enquanto a administração tenta concluir a venda da companhia ou atrair um investidor estratégico.
Até o momento, não há decisão final sobre o futuro da marca, que permanece vulnerável às incertezas de mercado e à velocidade com que conseguirá restabelecer sua operação plena.
Conclusão:
Em suma, o caso Fasana escancara os riscos que empresas tradicionais correm ao depender de sistemas digitais sem resiliência cibernética.
Em poucos dias, uma companhia centenária foi colocada de joelhos por um ataque altamente coordenado e silencioso a obrigando a pedir pela falência.
A tentativa de sobrevivência agora depende da recuperação parcial dos sistemas e da chegada de um investidor disposto a reerguer uma marca ferida.
A janela de tempo para isso, no entanto, é curta — e incerta. Mas, para saber sobre mais falências e casos parecidos como esse, clique aqui. *
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Autor(a):
Lennita Lee
Lennita Lee é jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.