Plantão África 2010 | Sul-Africanos vibram em treino da seleção brasileira


A eletricidade no ar respirado nas ruas de Soweto era evidente. O mais famoso distrito sul-africano, um símbolo da luta contra o apartheid, fervia. Nos arredores do estádio de Dobsonville, uma elegante estrutura de metal erguida em meio às casas baixinhas do distrito, a aglomeração aumentava. A ansiedade era traduzida em canções e gritos de “Brasil”.

De repente, um murmúrio. A poeira vermelha levantada pelo vento anunciava a chegada do comboio. Mais de quinze carros da polícia e de serviços de emergência de Joanesburgo e, no meio deles, um ônibus verde-amarelo. Quinhentas pessoas, entre velhos, crianças e jovens – todos negros – vibravam e esperavam. Uma breve visão, uma foto de perto, quem sabe um autógrafo, um sorriso ou um olhar. Às 15h28m, hora local (10h28m de Brasília), o ônibus embicou na Rua Sifuba para delírio das vuvuzelas. A seleção brasileira de futebol tinha chegado.

fãs de kaká pedido de casamento

Uns fotografaram. Outros berraram. Muitos cantaram. O Brasil tinha chegado a Soweto – e a emoção no ar era quase palpável. Um breve treino, muitos significados. O acrônimo Soweto vem de Southern Western Townships (Cidadelas do Sudoeste) e foi palco dos protestos estudantis de 1976 contra o ensino obrigatório de africâner para os negros. A polícia reprimiu e matou estudantes, gerando ultraje mundial.

Hoje, Soweto tem três milhões de habitantes, negros em sua maioria esmagadora. Para o treino público obrigatório de todas as seleções, a Fifa escolheu para o Brasil o estádio de Dobsonville, com capacidade para 24 mil pessoas. Mas, temendo excesso de público, a polícia pediu que as rádios divulgassem um pedido: apenas moradores de Dobsonville, um bairro dentro de Soweto, poderiam comparecer. E teriam que levar comprovante de residência para ganhar ingresso.

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Na hora H, não foi necessário. Mas muita gente desistiu de ir. O estádio não ficou lotado. O público começou a se acomodar no estádio sob um sol tímido. E a seleção conseguiu, ao entrar no campo, um feito raro na África do Sul: abafar as vuvuzelas. Cerca de duas mil pessoas aproveitaram a oportunidade única de assistir à seleção pentacampeã mundial de perto, mesmo que em um treino. Os sul-africanos vibraram ainda mais intensamente quando, poucos minutos depois de pisarem no campo, os jogadores foram em direção à arquibancada e retribuíram com acenos.

Porém, apesar de toda a empolgação, a temperatura e o treino físico e técnico foram, aos poucos, freando o ânimo dos presentes. Ainda que fizessem festa o tempo inteiro, raros foram os que resistiram ao frio que chegou quando o sol se pôs. Quando a seleção deixou o gramado por volta de 17h30m (12h30m de Brasília), o estádio já estava praticamente vazio.

Julio Cesar fica no hotel em tratamento com fisioterapeuta

Sem Julio Cesar, que ficou na concentração do hotel fazendo tratamento com o fisioterapeuta Luiz Rosan (o goleiro levou uma pancada no amistoso contra o Zimbábue, mas não preocupa), a seleção iniciou a atividade com a tradicional roda de bobo. Depois, alguns jogadores, divididos em duplas, tocavam a bola um para o outro, enquanto o restante fazia alongamento e abdominais.

Nem assistir ao circuito físico comandado pelo preparador físico Paulo Paixão chegou a desanimar os sul-africanos presentes. Na arquibancada, o som das vuvuzelas predominava, enquanto em alguns setores as pessoas dançavam numa coreografia única. A empolgação aumentou quando um grupo formado por Elano, Robinho, Luis Fabiano, Felipe Melo, Thiago Silva, Michel Bastos e Gilberto Silva passou a correr em torno do gramado.


Crianças e adultos gritavam e pulavam, enquanto alguns faziam reverência aos ídolos, esticando os braços e curvando o tronco. Foram três voltas e a mesma reação do público. Quem deu sorte foi um dos quatro gandulas postados atrás das balizas. Ele foi em direção a Elano e conseguiu um aperto de mão.

O resto dos atletas foi dividido em duas rodas de bobo, enquanto Gomes e Doni treinavam com Wendel Ramalho e Taffarel. Dunga depois realizou um treino técnico com três times de quatro atletas, sendo que duas equipes tinham como objetivo não permitir que o terceiro grupo roubasse a bola. Kaká, depois substituído por Lúcio, era um curinga e jogava sempre com os times com a bola, mas só podia dar um toque nela.

Treino Seleção Brasileira 3 de junho

Com a monotonia no gramado e o frio cada vez mais intenso, os torcedores foram deixando o estádio. No fim, o comandante armou um ataque contra a defesa, para alegria dos poucos torcedores que resistiram ao intenso frio. Primeiro, eles se assustaram com um gol perdido por Kleberson, que chutou na trave e, no próprio rebote, mandou para fora com Doni caído. Porém, bastou que a rede sacudisse algumas vezes para que os presentes vibrassem.

Sem pedalada ou show e com a temperatura caindo ainda mais, as arquibancadas ficaram praticamente desertas. Antes que o treinador encerrasse o trabalho, a grande maioria já tinha ido embora. A atividade acabou sem que houvesse um lance bonito para encher os olhos da torcida. Mas, aparentemente, nenhum sul-africano que conseguiu um dos concorridos ingressos deixou o local arrependido, ainda mais depois que os brasileiros foram, pela última vez, agradecer a torcida.

Fonte: GloboEsporte.com

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