O telespectador que conhece telenovela deve perceber similaridades entre Cora, personagem de Drica Moraes em “Império”, e a perversa Violante Cabral, interpretada pela mesma atriz em “Xica da Silva”, telenovela brasileira de Walcyr Carrasco produzida pela extinta Rede Manchete.
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A similaridade é gritante, pois em ambas as novelas Drica interpreta mulheres frígidas e mal amadas. Chegava a ser cômico, em alguns momentos, ver as reações de Xica, a protagonista interpretada por Taís Araújo, contra as armações de Violante, que agia envenenando, meticulosamente, os outros a sua volta da mesma forma que faz Cora. Comicidade explorada também na personagem Cora. Em “Xica”, Violante termina como uma “moça velha” e louca sem nunca ter recebido um beijo de amor de quem esperava, o contratador João Fernandes (Victor Wagner), o que agora ocorre em “Império” com o comendador José Alfredo (Alexandre Nero). Cora é uma virgem de 50 anos. Embora a interpretação de Drica seja impecável, ela merece mais, merece uma vilã por completo. Ela não poderá ser “meia-vilã” a novela inteira.
“Império” é uma boa trama, mas a Globo não pode se iludir e achar que os números astronômicos do passado das audiências das novelas vão voltar, pois os tempos são outros. É desconfortante perceber que personagens como a de Drica têm tudo para ser mais do que são, mas que ainda não foram melhor explorados.
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