Record abandona Jair Bolsonaro e humilha o presidente: “Não temos político de estimação”


O presidente Jair Bolsonaro ao lado de Edir Macedo, dono da Record (Foto: Reprodução)
O presidente Jair Bolsonaro ao lado de Edir Macedo, dono da Record (Foto: Reprodução)
O presidente Jair Bolsonaro ao lado de Edir Macedo, dono da Record (Foto: Reprodução)

Uma das emissoras da Record fez um longo editorial atacando decisões tomadas por Jair Bolsonaro

Tudo leva a crer que o coronavírus fez mais uma vítima: a relação do presidente Jair Bolsonaro com a Record, veículo de mídia que o apoiava de maneira ferrenha, parece estar se desgastando em tempo recorde. Desde domingo, dia 22, o Jornalismo da emissora passou a adotar o confronto como opção editorial, ao invés do afago ao mandatário.

Tudo começou com o Domingo Espetacular: o jornalista Eduardo Ribeiro, âncora da atração da Record, confrontou Jair Bolsonaro em diversos momentos, algo que não acontecia antes. O tom das perguntas feitas também mudou e deixou de ser ameno.

Na madrugada de terça-feira (24) para quarta (25), o Jornal da Record dedicou boa parte de sua duração para mostrar vídeos dos panelaços contra o governo federal após um pronunciamento controverso em rede nacional. E, na noite desta quarta, veio o ápice da crise.

A RIC, uma das principais afiliadas da Record e que possui o bispo Edir Macedo como membro de seu quadro societário, fez um extenso editorial alfinetando Jair Bolsonaro e afirmando “não ter político de estimação”. O texto foi lido na íntegra no Cidade Alerta Paraná e no RIC Notícias, e continuará sendo veiculado nesta quinta, dia 26.

Leia a íntegra do editorial da RIC Record TV sobre o governo de Jair Bolsonaro:

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“Nós da RIC, afiliada Record, não temos político de estimação, bem como não temos partido favorito. Nossa dedicação total está voltada para nossa audiência. É por você que pedimos: siga as recomendações atuais das autoridades de saúde e fique em casa. Por enquanto, respeitar o isolamento social é o melhor que podemos fazer para evitar o colapso do sistema de saúde.

O presidente Jair Bolsonaro errou quando relativizou o risco do Coronavírus e convocou a população a desobedecer a quarentena, entretanto, ao chamar atenção que uma severa recessão econômica pode causar fome, violência e outros flagelos, ele -o presidente Jair Bolsonaro- acerta, apesar da forma equivocada que optou por utilizar.

Por isso, nós da RIC Record queremos fazer um convite para enxergar além do muro da unanimidade do isolamento que tomou conta da discussão sobre as medidas de combate ao Covid-19. A ciência está debatendo os caminhos que devemos tomar. Neste momento, os principais centros de pesquisa do mundo buscam formas de manter a letalidade baixa e ao mesmo tempo permitir que as pessoas voltem ao trabalho o mais cedo possível e com segurança.

Pesquisadores das Universidades de Yale e Stanford já começam a publicar estudos que questionam o período indefinido como solução para o problema. Países já estudam determinar uma data de retorno à normalidade. As pesquisas apontam que as quarentenas totais precisam justamente ter tempo pré-definidos, períodos para que os sistemas de saúde aumentem leitos e prepararem equipes para atender a demanda que poderá vir.

Isso está acontecendo, o mundo se concentrou na construção de hospitais, ativação de novos leitos e reforço equipamentos e equipes de saúde. É preciso pensar no agora, em cuidar para que o Covid-19 não faça vítimas fatais, sem descuidar do amanhã. O desemprego também não pode ser uma epidemia fora de controle.

Tentar evitar um possível colapso do sistema de saúde, causando o colapso de toda a economia, é gerar o colapso do próprio sistema de saúde, que é mantido por impostos recolhidos da atividade econômica. Recessão econômica traz fome, insegurança, menos recursos para investir em saneamento básico, em atenção básica à saúde e até em UTIs, tudo isso também resulta em mortes.

Não podemos cair na falsa dicotomia de escolher vidas ou dinheiro, não se trata de nada disso. A economia precisa de pessoas para existir, e as pessoas precisam de uma economia funcionando para viver em sociedade. Os dois pontos são fundamentais, se complementam.

Temos que ficar em casa agora, mas acompanhar com atenção os estudos que podem propiciar a retomada da normalidade com urgência.

Temos que seguir com esperança no tripé de defesa da vida, soluções econômicas e confiança nas pesquisas científicas. Estamos em guerra contra um inimigo invisível. Precisamos como uma sociedade humana, unir esforços para vencer as próximas batalhas juntos e liderados não pela politicagem ou histeria, mas pela informação. Esta é a opinião da RIC Record”.

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Jornalista especializado na cobertura de entretenimento, com ênfase em notícias sobre os bastidores da televisão e celebridades.