São João: Decisão da ANVISA revela bolo de milho com pedaços de inseto

São João, comidas típicas e Vigilância Sanitária: Entenda como uma decisão da ANVISA afeta as delícias das festas juninas, incluindo o clássico bolo de milho

Como muitos sabem e até mesmo aguardavam, junho é o mês que mais celebra a cultura popular brasileira, com a festa de São João.

Com suas fogueiras, danças de quadrilha, bandeirinhas e roupas caipiras, a festa tem papel fundamental na preservação das tradições regionais, especialmente no Nordeste.

Mas a mesa farta de comidas típicas é o elemento mais aguardado da celebração.

• Pé de moleque, cocada;
• Canjica;
• Pamonha;
• Milho cozido;
• Batata-doce;
• E o tradicionalíssimo bolo de milho

Todos eles são apenas algumas das iguarias que marcam essa época do ano.

E é justamente por movimentarem tanto a cadeia produtiva de alimentos que a segurança sanitária ganha ainda mais relevância nesse período.

Produtos como farinha de trigo (essencial para o bolo de milho), leite condensado e açúcar — amplamente usados nas receitas juninas — estão entre os mais fiscalizados por órgãos reguladores.

O que poucos consumidores sabem é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) regulamenta, por meio da Resolução RDC nº 14 de 2014, a presença de matérias estranhas em muitos desses alimentos industrializados.

Isso inclui fragmentos de insetos, pelos de roedores e outras impurezas, desde que em níveis considerados seguros para o consumo humano.

Sendo assim, a partir de informações oficiais da autarquia, a equipe especializada em fiscalização do TV Foco traz abaixo mais detalhes desse “fato estranho” e como ele pode “rechear” o seu bolo de milho com insetos.

ANVISA e os fragmentos “permitidos” nos alimentos

Sim, é permitido — dentro de certos limites — encontrar traços de insetos e roedores em itens que fazem parte do nosso dia a dia. A justificativa? Essas impurezas são quase impossíveis de eliminar completamente durante a colheita, transporte, armazenamento e processamento industrial.

Os limites tolerados em produtos comuns

De acordo com a norma da ANVISA, os limites de tolerância variam conforme o tipo de alimento.

Veja alguns exemplos oficiais:

• Farinha de trigo: Até 75 fragmentos de insetos por 50 g — Base de bolos, biscoitos e massas.
• Molho de tomate e derivados: Até 10 fragmentos de insetos e 1 fragmento de pelo de roedor por 100 g.

• Café torrado e moído: Até 60 fragmentos de insetos por 25 g.
• Orégano seco: Até 20 fragmentos de insetos por 10 g.
• Chá de hortelã ou menta: Até 300 fragmentos de insetos e 2 pelos de roedor por 25 g.
• Biscoitos e confeitaria: Até 225 fragmentos de insetos por 225 g.

Essas tolerâncias estão baseadas em padrões microbiológicos aceitos internacionalmente e também são aplicadas em outros países.

Inclusive, a FDA (Food and Drug Administration), nos Estados Unidos, adota práticas semelhantes às da ANVISA.

Por que a ANVISA permite esses fragmentos “estranhos” em alimentos?

Conforme dito acima, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelece regras claras sobre a presença de fragmentos indesejáveis em alimentos industrializados.

A Resolução RDC nº 14, de 28 de março de 2014, define os limites máximos toleráveis para fragmentos de insetos, pelos de roedores e outras matérias estranhas em diversos produtos consumidos diariamente.

Esses limites existem porque, de acordo com a própria ANVISA, é impossível eliminar totalmente essas impurezas durante os processos de colheita, transporte, armazenamento e industrialização — sem que isso encareça ou inviabilize a produção em larga escala.

Ou seja, a norma busca equilibrar a segurança alimentar com a viabilidade técnica e econômica da indústria, garantindo que, dentro de certos parâmetros, esses resíduos não representem risco à saúde.

Portanto, não estranhe se, na hora de preparar o seu bolo de milho, você dê de cara com esses fragmentos de insetos.

Esses fragmentos fazem mal?

De acordo com a própria ANVISA, desde que respeitados os limites estipulados, esses fragmentos não oferecem risco à saúde humana.

A ingestão acidental dessas partículas em níveis baixos não representa toxicidade nem provoca reações imediatas.

No entanto, ultrapassar esses limites configura risco de contaminação microbiológica, e nesse caso, os alimentos podem ser interditados, recolhidos ou até mesmo levar à suspensão de alvarás sanitários.

Quais são as penalidades para quem não respeitar a RDC-14 da ANVISA?

Empresas que desrespeitam os limites estabelecidos pela RDC-14 estão sujeitas a multas que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, além de interdição do lote, suspensão da venda e obrigações de ressarcimento ao consumidor.

A fiscalização é feita de forma rotineira, especialmente em datas comemorativas que aumentam a circulação e o consumo de produtos alimentícios.

Conclusão:

Em suma, as festas juninas são mais do que celebração: são cultura, memória e sabor.

E, diante disso, conhecer os bastidores daquilo que comemos se torna essencial.

A RDC-14 da ANVISA assegura que, mesmo com a presença de impurezas naturais, os alimentos continuem seguros para o consumo.

Assim, ao saborear seu próximo pedaço de bolo de milho, saiba: informação também é parte do cardápio. Mas, para saber mais sobre outros casos bizarros envolvendo a alimentação, clique aqui. *