Transgressor e parcial, Tá no Ar é uma “faca de dois gumes” na Globo


Tá no Ar fez sátira crítica com evangélicos. (Foto: Reprodução/TV Globo)
Tá no Ar criticou postura conservadora dos evangélicos sobre o Carnaval. (Foto: Reprodução/TV Globo)
Tá no Ar critica postura conservadora de alguns evangélicos sobre o Carnaval. (Foto: Reprodução/TV Globo)

Com seu humor ácido e liberal para os padrões da Globo, o Tá no Ar chega à sua quinta temporada na emissora, e com a garantia de mais uma leva de episódios em 2019. Em termos de resultados, nenhuma novidade: sucesso nas redes sociais, mas com audiência regular bem razoável na TV.

Essa oposição de resultados, aliás, pode fazer o humorístico de Marcelo Adnet e Marcius Melhem ser classificado como uma “faca de dois gumes”, ou seja, traz prós e contras, quase que na mesma proporção, para a emissora. Os índices regulares mais do que evidenciam que o programa tem um público limitado, com um humor sofisticado, que procura muito mais fazer média com as redes sociais do que atrair novos telespectadores. E isso parte da proposta parcial do humorístico.

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Em recente entrevista, Melhem afirmou que o programa “não toma partido ou que partidariza”, mas na prática, não é bem isso que acontece. Nas últimas temporadas, e especialmente na atual, o Tá no Ar impõe críticas sociais quase que exclusivamente pela ótica liberal. Já exaltou as minorias (com justiça), repreendeu o machismo, mas fez questão de “bater” nos conservadores e na religião. A edição desta terça-feira (31) do programa, por exemplo, foi “dedicada” a satirizar e fazer críticas generalizadas a religiões, algo que já é de praxe do humor. Houve críticas aos católicos, e até aos evangélicos, pelo fato de uma parcela ser contra a erotização no Carnaval, ideia defendida principalmente pelo atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella. A “web”, como sempre, vibrou. Mas afinal, quem vibrou? A maioria da população, que é conservadora e cristã, ou o público-alvo do programa?

É claro que o Tá no Ar não pode vir a se abster de sátiras desse gênero pelo simples receio de “ofender” alguém. A discussão aqui é em torno da real necessidade de se tomar partido na TV em um país cada vez mais vítima da intolerância política, e expor a emissora, que zela pela sua imagem imparcial; é sobre a falta de capacidade de realizar um humor um tanto mais popular para englobar novos telespectadores; é sobre acreditar que as opiniões concentradas no Twitter não refletem necessariamente a opinião da maioria da população ou dos próprios telespectadores; e finalmente, é sobre a hipocrisia de afirmar que não há “limite no humor”, e que todos serão “vítimas” das “brincadeiras”, mas na prática, poupar alguns grupos da sociedade e colocar outros como único alvo. Se não é conveniente “oprimir quem já é oprimido”, talvez essa própria proposta de humor não seja, e se for, que critique quem realmente fez por merecer, sem generalização.

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Formado em jornalismo, fui um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.