300 mil pessoas devem ficar sem TV; Globo e Record divergem nas opiniões
26/10/2016 às 12h30
Por: Lucas Medeiros
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O fim da TV analógica está muito perto. De acordo com o colunista Daniel Castro, em reunião realizada nesta terça-feira (25) em Brasília, as duas maiores emissoras do país, Globo e Record, divergiram sobre o apagão analógico que está previsto para ocorrer em 17 de novembro.
Ele acontecerá no Distrito Federal e em algumas cidades de Goiás. As previsões são que o apagão deixará de 300 mil a 500 mil pessoas sem TV aberta. A Globo, o SBT e a Abert (Associação Nacional das Emissoras de Rádio e Televisão) defendem o adiamento do desligamento.
Já a Record, a Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) e as companhias telefônicas mudaram de posicionamento e passaram a defender o apagão analógico já, baseando-se em uma pesquisa do Ibope realizada entre os dias 10 e 21 de outubro.
Pelos critérios do Gired (Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV), que congrega todas as emissoras, associações, governo e teles, o Distrito Federal e seu entorno já têm 90% dos domicílios aptos a receberem televisão digital.
A normatização da TV digital diz que o apagão analógico (quando os sinais analógicos são desligados) só deve ocorrer quando houver 93% de digitalização. Esse índice de 90% está dentro da margem de erro, portanto, já subsidia uma decisão pelo desligamento.
Esses números significam que entre 300 mil e 350 mil pessoas ficarão sem TV. O Gired considera como digital todo televisor de tela fina. Já os radiodifusores (Globo, SBT e Abert) defendem que nem todo televisor de tela fina é digital, ou seja, não possuem conversor integrado ou acoplado.
Por esse critério, a mesma pesquisa do Ibope informa que há 85% de digitalização em Brasília e arredores. Isso quer dizer que 150 mil casas, ou meio milhão de pessoas, ficarão sem TV aberta. Além disso, o índice de 85% está longe dos 93% recomendados.
Globo e Abert são contra o desligamento amanhã porque entendem que muita gente ficará sem TV, e pressionam o ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) a adiar o desligamento. Record e telefônicas afirmam que a TV digital não pode mais esperar.
Segundo essas empresas, o adiamento irá comprometer a credibilidade do processo de migração, que no ano que vem deve chegar a São Paulo, o maior mercado do país. A TV digital foi lançada no Brasil em 2007 e já deveria estar quase toda implantada.
No final do dia, Globo, SBT e Abert saíram vencedoras. O Gired decidiu que o apagão analógico será opcional a partir desta quarta e que em 17 de novembro haverá uma nova avaliação. Na prática, nenhuma emissora vai desligar seus transmissores analógicos até lá.