Após três décadas, jornalista abandona o Jornal Nacional e vai para a TV Paga


Âncora da Globo, que apresentou o Jornal Nacional se envolve em tumulto nas redes sociais (Foto: Reprodução)
Logo do Jornal Nacional (Foto: Reprodução)

Todos na Globo foram surpreendidos com a saída repentina do jornalista José Roberto Burnier, de 57 anos, do Jornal Nacional. Ele era um dos principais repórteres da Globo, onde trabalhava há mais de três décadas. Agora, seu destino é a GloboNews, mas ainda não há informações sobre o motivo da troca.

O próprio diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, se encarregou de anunciar a sua saída nesta terça-feira (22), de acordo com informações do Notícias da TV. “Não dou detalhes do programa, porque tudo ainda é segredo”, disse ele sobre o remanejamento do profissional.

Ele continuará no JN até o mês de julho, já que foi escalado para cobrir a Copa do Mundo na Rússia, e na sua volta, irá diretamente para a GloboNews, passando a trabalhar na Redação de São Paulo. Burnier começou a trabalhar na Globo em 1983, no Globo Rural.

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O repórter começou a trabalhar no Jornal Nacional a partir de 1988, há trinta anos, e também passou pelo Bom Dia São Paulo e pela função de correspondente internacional em Buenos Aires. Recentemente, ele chegou a produzir pautas para o Jornal Hoje e Jornal da Globo.

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José Roberto Burnier trabalhava no Jornal Nacional (Foto: Divulgação)

Suas participações no principal telejornal da casa foram “engolidas” pelas dos repórteres de Brasília, que ganharam força nos últimos anos com os recentes escândalos políticos. Confira na íntegra a nota de Ali Kamel sobre a saída de José Roberto Burnier:

“Cris Piasentini [diretora regional de Jornalismo] costuma dizer que [José Roberto] Burnier sempre foi novidadeiro. Já conversamos a respeito e é com entusiasmo que ela me conta a história profissional dele. E eu fico encantado. Burnier nem tinha acabado a faculdade, já estava cobrindo a greve de trabalhadores rurais do interior de São Paulo, uma das mais longas e importantes paralisações do período final da ditadura. Inquieto, disposto, cheio de adrenalina, logo deu por concluída a etapa de estreia, na EPTV em Campinas, para desembarcar em São Paulo.

Era 1983 e o Globo Rural logo tratou de juntar a garra do jovem recém-chegado do interior às artes minuciosas de uma edição caprichada. Ninguém sabia, mas estava sendo lapidado um dos melhores repórteres que a TV brasileira já botou no ar.

Na Redação do Jornalismo da Globo na praça Marechal [Deodoro], onde chegou em 88, Burnier não teve tempo para pensar em mudança. Ou melhor, tudo mudava rápido, nem dava muito tempo para pensar nisso. Eram anos agitados no país e para um repórter sempre havia uma novidade: Assembleia Constituinte para escrever uma nova Carta, novas levas de eleitores votando pela primeira vez para presidente, novas moedas e planos econômicos se sucedendo, novas palavras entrando no dia a dia da redação e na boca do povo: overnight, mintchura, impeachment. Quem não se lembra?

Burnier participou de todas essas coberturas e muitas mais. Quando o país voltou aos trilhos e o noticiário sossegou, era hora buscar outras experiências. Burnier passou dois anos pulando da cama em plena madrugada para editar e apresentar o Bom Dia São Paulo, tudo ao vivo, como no dia do enterro do Ayrton Senna, que ele narrou emocionado.

Em 2004, novos ares. Burnier foi para a Argentina estrear no papel de correspondente internacional. Montou o primeiro escritório da Globo em Buenos Aires e de lá desdobrou-se na cobertura de toda a América Latina, assunto que continua até hoje na sua agenda de repórter. Mesmo na volta ao Brasil, nunca deixou de acompanhar o noticiário turbulento dos nossos vizinhos, como as idas e vindas na Venezuela, os mineiros soterrados no Chile e a deposição do presidente Manuel Zelaya, em Honduras.

Nos últimos tempos, é raro o dia em que seu nome não aparece no espelho do Jornal Nacional. E não é à toa. Como repórter experiente e atento que é, nenhuma matéria é menos importante, nenhuma informação é deixada de lado. Burnier está sempre atrás de uma fonte, de um assunto. E quando o tema é da área de saúde, a redação respira com alívio: Dr. Burnier sempre será o primeiro a saber.

Burnier tem um jeito próprio de contar aas histórias que cobre, uma linguagem própria, de texto e de imagem. Sabe se colocar diante da câmara com um único objetivo: fazer o público entender melhor o que lhe é contado. É um talento, porque a espontaneidade está sempre a serviço da notícia. Quando vejo uma reportagem de Burnier, sempre me sinto feliz com o resultado. É uma opinião que muitos compartilham comigo.

De vez em quando algum repórter que está começando na profissão me diz que se mira no exemplo do Burnier (e eu penso sempre: esse repórter tem futuro). Nos últimos meses, ele se entusiasmou com a possibilidade de compartilhar suas apurações e seus talentos de repórter em outras plataformas, e foi um dos primeiros a perceber a importância da radicalização da integração entre TV Globo, GNews e G1.

E é para se manter fiel à sua sempre renovada busca por novidades que Burnier vai se dedicar, depois da Copa da Rússia, que cobrirá com o brilho de sempre, ao mais novo produto do Jornalismo da Globo, um telejornal, na Globo News. Será um telejornal inovador, criativo, informativo. E nós só tínhamos um nome para liderá-lo. Burnier.

Não dou detalhes do programa, porque tudo ainda é segredo. Mas como ele já está fazendo peças promocionais, como anda muito grudado com a News e, como depois da Copa, deixará o vídeo para se dedicar ao novo projeto, resolvi contar a novidade. Aguardem, vai ser um show. De informação, com a assinatura Burnier. Boa sorte a ele!”

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