Entrevistado de Bianca Ramoneda no ‘Ofício em Cena’ desta terça-feira (26), Tonico Pereira contou, entre outras coisas, que dorme durante os ensaios, não sente necessidade de concentração para compor um personagem e odeia fazer laboratório. “Um grande mau exemplo”, resume, brincando.

Quem lembra de Ascânio e Mendonça, seus mais recentes personagens na TV, em ‘A Regra do Jogo’ e ‘A Grande Família’, rapidamente identifica que a comédia, de certa maneira, sempre permeia os seus personagens. “Eu tenho certeza de que a linguagem do homem, do ser humano, é tragicômica e procuro levar sempre isso para os meus personagens”, explica.

E como será o processo de trabalho desse ator, que tem quase 50 anos de carreira e é conhecido por improvisar bastante em cena? “Cada um tem ou cria o seu próprio método. A falta de método é o meu”, brinca. Apesar disso, Amora Mautner, que dirigiu o ator em sua última novela diz que Tonico é altamente dirigível. “Indirigível?” ele pergunta, sempre bem humorado.

Em meio à aparente falta de concentração e à aparente liberdade e rebeldia com relação ao texto, Tonico se mostra muito fiel a uma observação profunda das complexidades do ser humano para criar seus personagens e a um conceito fundamental: é preciso estar vivo em cena.”O que eu quero é ser matéria-prima. Quero ser um canteiro onde nasce e brota todo tipo de vida”, define.

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