“Na transação, a gente reconhece a externalidade positiva dos bioinsumos e reflete isso em preço de captação, a gente cobra mais juros dessas linhas” – Disse o executivo que continuou:

“Vimos que esses produtos trazem diferenciais em termos de serviços ambientais e por isso reconhecemos. Temos a preocupação de ter a certeza de que estamos dando o benefício econômico atrelado ao benefício ambiental”.

A operação entre Agrivalle e Nutrien  foi feita intermédio da emissão da modalidade de Cédula de Produto Rural (CPR) 3.0, que permite o financiamento de atividades “depois da porteira”, como é o caso das revendas de insumos.

Fernandes ainda frisou que a  linha foi construída em conjunto com os clientes que participaram da operação, mas que já está “na prateleira” também para produtores, que poderão ir atrás de recursos via CPR tradicional ou nas linhas de custeio do Plano Safra disponíveis no Itaú BBA.

O diretor comentou que o mercado de bioinsumos tem crescido de forma significativa  no país, e a criação da linha é uma contribuição da instituição para fomentar ainda mais o uso das práticas regenerativas no manejo produtivo.

Além da teoria …

Ainda segundo Pedro Fernandes, um dos objetivos foi encontrar parâmetros “verdes” que tornassem a medida viável, com a comprovação “menos dolorosa” aos produtores e o custo operacional adequado.

Para acessar o recurso mais em conta, o produtor precisa comprovar o uso do dinheiro para a compra dos bioinsumos.

Além disso, o receituário agronômico precisa provar  que aquele produto é indicado para a cultura. Um fato interessante é que esse também é um interesse em apostar em condições diferenciadas de juros para estimular uma agricultura mais sustentável no Plano Safra 2023/24 que está em processo de construção

 O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, tem dito que a âncora do novo plano será o Programa ABC+, que incentiva técnicas de baixa emissão de carbono no campo com taxas mais baratas aos produtores que investirem nessa rota.

O primeiro produto “verde” desse portfólio  foi o Reserva Legal+, criado para estimular a conservação da floresta em pé e premiar produtores que preservam além do mínimo exigido por lei.

O programa foi lançado em novembro do ano de  2021, mas ainda não decolou. Foram 18 operações e R$ 32,2 milhões desembolsados em operações para produtores rurais.

Esse recurso ajudou a preservar mais de 100 mil hectares de florestas passíveis de desmatamento legal.