Faustão e a Rede Globo tiveram que enfrentar os tribunais após serem processados por ex-funcionários do Domingão

Fausto Silva e a Rede Globo estão envolvidos em polêmicas com ex-funcionários. Três ex-empregados do Domingão do Faustão processaram a emissora reclamando de declarações feitas pelo apresentador enquanto eles ainda eram colaboradores. O assistente de palco Renato Oliveira Cardoso, o Renatinho, e os cinegrafistas, Renato Laranjeira, o Renatão, e Ivalino Raimundo da Silva, o Gaúcho, acionaram a emissora na Justiça pedindo danos morais.

Das três ações, apenas Gaúcho saiu vitorioso, recebendo indenização por dano moral. Renatinho e Renatão receberam somente valores por questões trabalhistas.

ENTENDA

A ação aberta por Renatinho se deu por conta de uma declaração de Faustão sobre seu casamento. Por meio de seus advogados, o ex-assistente de palco disse que comentários como “havia sido noivo por oito vezes” e “mulherengo” feitos pelo apresentador desencadearam brigas entre Renato e sua esposa, culminando no término do casamento.

O Tribunal Regional do Trabalho, no entanto, considerou a ação de dano moral improcedente. “Compartilho do entendimento da sentença de que não há prova de que o apresentador tenha usado as expressões ou as frases sustentadas pelo Autor, sendo notório que se tratava de uma brincadeira combinada pela produção, não caracterizando, ao meu ver, excesso ou abuso que causasse constrangimento, humilhação, dor ou angústia hábil a justificar o pagamento de indenização por danos morais”, apresentou a Justiça. No final de 2018, a Globo acatou a decisão judicial e pagou R$ 813 mil para Renatinho referentes a hora extra, acúmulo de função e reflexos. Porém, o ex-assistente recusou e contestou

Já no processo de Renatão, ele pede danos morais dizendo ter sido obrigado a usar fantasias durante seu trabalho. O cinegrafista ficou conhecido por aparecer sempre fantasiado no Domingão. Na ação, Renato informou que era obrigado a usar fantasias vexatórias, como “gatinha”, “mergulhador” e “leão marinho”. Assim como no processo de Renatinho, Renatão também teve seu pedido negado. “O autor foi ouvido como testemunha em outro processo, tendo declarado que não foi humilhado e nem se sentiu ofendido; que postula direitos conexos, uma vez que trabalhava fantasiado de palhaço, foca e leão marinho e não ganhava para isso”, explicou a decisão.

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Já no caso de Gaúcho, único vitorioso na ação de danos morais, o processo foi aberto contra Fausto Silva e a Globo. O ex-cinegrafista do Domingão alegou que havia sido contratado para atuar como cinegrafista, mas que sua imagem era explorada indevidamente pelo programa. A decisão, de 2004, rejeitou contestação da Globo, dizendo que “caráter humorístico que é peculiar ao programa afastaria qualquer possibilidade de violação de sua dignidade”.

O então Ministro do Supremo Tribunal Federal, Sepúlveda Pertence, negou o recurso e decidiu pelo pagamento de indenização. “Exploração da imagem de câmera man, usando em quadro de programa, em meio ao qual o mesmo era submetido a toda sorte de humilhações, constrangimentos e ofensas morais. Responsabilidade solidária da empresa de televisão e do apresentador do programa pelos danos material e moral pelo autor sofrido”.

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