Cidade cenográfica de Segundo Sol foi o grande desafio da cenografia da Globo; saiba porquê


Laureta (Adriana Esteves) em Segundo Sol (Foto: Globo/João Miguel Júnior)
Dodô (José de Abreu) e Naná (Arlete Salles) em Segundo Sol (Foto: Globo/João Cotta)
Dodô (José de Abreu) e Naná (Arlete Salles) em Segundo Sol
(Foto: Globo/João Cotta)

A cidade cenográfica de Segundo Sol, a próxima novela das nove, foi o grande desafio para a cenografia da Globo na produção da trama, que terá sua história contada tendo a Bahia como cenário.

A pesquisa ‘in loco’ foi fundamental para as equipes de cenografia e de produção de arte começarem a criar cenários e vivências de uma novela passada inteiramente na Bahia. Foram quatro viagens para Salvador e sul do estado antes do início das gravações, com o objetivo de observar tudo o que pudesse contribuir para criar uma ambientação moderna, preservando as características locais. “Decidimos por uma paleta de cores muito interessante, que não remete a uma Bahia colorida demais, mas também fugimos do conceito ‘clean’, porque aí não ficaria fiel. Usamos muitos tons, como verdes, castanhos, berinjela e cobre para mostrar uma Bahia cosmopolita, menos regional, que é como a observamos hoje”, explica a cenógrafa May Martins.

O grande desafio foi a construção da cidade cenográfica, que abriga, na maior parte, o histórico bairro de Santo Antônio Além do Carmo, onde mora a família Falcão. Para recriar a atmosfera desse lugar, a cenógrafa conta que optou pelos sobrados com fachadas estreitas e comprimento extenso, sempre terminando perto do mar. “Percebemos que essa arquitetura traria para a casa dos Falcão uma característica que é do bairro todo. Na parte de dentro do imóvel, colocamos bandeiras – aqueles vidros em cima das portas – para a luz passar, porque como os terrenos são estreitos e compridos, a luz vem do fundo, e assim temos luminosidade em todos os ambientes”, explica May.

No interior da casa da família, a divisão privilegia uma grande sala de estar, onde todos se reúnem para conversar ou ver TV, e uma cozinha maior, onde fazem a maioria das refeições. “São ambientes grandes e a família está quase sempre junta”, revela a cenógrafa. No Santo Antônio de ‘Segundo Sol’ a equipe reproduziu a famosa Cruz do Pascoal no tamanho original, com os mesmos azulejos portugueses seculares, mas quis mostrar a religiosidade local sem copiar exatamente o que existe em Salvador. “Fizemos um quarteirão sacro, com convento e igreja, porque achamos tudo isso muito baiano. Mas da nossa maneira, de um jeito que não existe lá”, explica May.


A cidade cenográfica também terá lojas de artesanatos para turistas, de instrumentos musicais, e de roupas usadas nos terreiros de candomblé. “Isso tudo é muito presente na Bahia, não poderia faltar. Nas viagens percebi que essas roupas de candomblé são feitas de forma bem artesanal, quase exclusivas para quem compra. Me impressionou observar que na Bahia existe uma forma orgânica de transformar os objetos que é muito bacana”, enaltece a produtora de arte da novela Andrea Penafiel. A vocação noturna do bairro de Santo Antônio também estará presente com força em ‘Segundo Sol’. “De dia, o bairro tem uma cara e, à noite, outra. Cada dia da semana tem uma programação cultural; as mesas dos bares são colocadas ao lado de fora, reunindo bastante gente”, conta a cenógrafa.

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Além do bairro de Santo Antônio Além do Carmo, a cidade cenográfica abriga o casarão ocupado onde vivem alguns jovens da trama. A inspiração veio das ocupações desse tipo no bairro Dois de Julho. “Visitamos alguns casarões e fomos às festas promovidas pelos moradores, para entender bem a forma como vivem. É impressionante como são organizados e estabelecem um rodízio de tarefas. Observamos que nos banheiros o box é separado, para que uma pessoa possa tomar banho sem impedir que alguém use o banheiro ao mesmo tempo, e os armários também são coletivos, divididos apenas entre femininos e masculinos”, revela May Martins.

Por conta dessa dinâmica de vida em comunidade, o interior do casarão também foi erguido na cidade cenográfica, com três andares distribuídos de forma irregular na construção, que tem 13 metros de altura e 140 metros quadrados de área. “Assim todos podem estar em cena ao mesmo tempo. Foi a melhor forma de adequar o espaço ao que a dramaturgia pede”, analisa a cenógrafa.

Entre os cenários de estúdio, os que mais demandam atenção são a mansão da família de Severo (Odilon Wagner), a luxuosa casa de Laureta (Adriana Esteves) e a cobertura de Karola (Deborah Secco), que só aparece na segunda fase da trama. “Na mansão de Severo, montamos quase um museu com o que há de mais tradicional e representativo da aristocracia baiana. Tem um certo barroquismo na decoração e nos tecidos, muitos móveis antigos, luminárias e coleções de castiçais, é um clássico fácil de identificar”, explica May.

Já a casa de Laureta revela uma ostentação moderna, com elementos contemporâneos como as cores preta e branca na decoração. Um tanto ‘over’, a personagem espalha pela casa diversos objetos de arte regional, como santos e patuás. “Tudo é de um tamanho fora do normal. Ela tem bom gosto, mas passa um pouco da conta”, diz a produtora de arte Andrea Penafiel. Na cobertura que Karola (Deborah Secco) vive com Beto (Emilio Dantas) e Valentim (Danilo Mesquita), o exagero é ainda mais evidente. “Karola é deslumbrada com a riqueza e por isso na casa dela tudo é luxuoso, o oposto daquela máxima de que menos é mais”, define a cenógrafa May Martins, sem esconder o orgulho do resultado final do trabalho.

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