Banco tradicional e nº 1 de Fortaleza, Ceará – CE, tem falência decretada pelo Banco Central e deixa cerca de mil funcionários desempregados
Os bancos não apenas operam como instituições financeiras; eles sustentam a economia, impulsionam o desenvolvimento e moldam o futuro de gerações no país.
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No Brasil, especialmente no Nordeste, algumas dessas instituições ergueram-se como símbolos de progresso e orgulho regional.
Entre elas, destacou-se o Bancesa (Banco Comercial Bancesa S/A).
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Com sede em Fortaleza, CE, o Bancesa encerrou uma era de protagonismo no cenário bancário cearense ao ter sua falência decretada em 2003, após décadas de atuação.
Com base nas informações do portal Wiki e do Diário do Comércio, a equipe especializada em economia do TV Foco revisita essa história que marcou para sempre o setor financeiro.
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Das raízes em Sobral à expansão nacional
- Fundado em 1927 como Banco Popular de Sobral pela Ação Social Católica, o Bancesa evoluiu ao longo do tempo até consolidar-se como uma das principais instituições financeiras do Ceará.
- Na década de 60, os irmãos José Raimundo e Manoel Machado de Araújo assumiram o comando, mudando a razão social para Banco do Ceará S/A e, posteriormente, para Banco Comercial Bancesa S/A.
- Sob a liderança de Manoel Machado de Araújo e com a visão expansionista do diretor Jackson Pereira, o Bancesa ampliou sua atuação em diversas regiões do Brasil, contando com 28 agências e cerca de 1.186 funcionários em todo o país.
Um calote alarmante
Em 1994, o Bancesa começou a apresentar sérios problemas financeiros ao deixar de repassar tributos federais e contribuições previdenciárias, acumulando uma dívida de R$ 134 milhões.
Em fevereiro de 1995, o Banco Central revelou um passivo de R$ 421 milhões frente a ativos de apenas R$ 136 milhões.
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Essa intervenção marcou o início do processo de liquidação da instituição.
A falência e o adeus definitivo
Após anos de tentativas fracassadas de reestruturação, o Banco Central decretou oficialmente a falência do Bancesa em fevereiro de 2003, deixando cerca de mil funcionários na rua.
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De acordo com o juiz federal George Marmelstein Lima, desde a apropriação dos valores federais, o banco jamais demonstrou interesse real em devolvê-los.
Diversos indícios apontaram que a diretoria do Bancesa pretendia usar o dinheiro arrecadado — mas não repassado — para tentar salvar financeiramente a instituição, em benefício próprio, às custas do dinheiro público.
Desde a liquidação extrajudicial decretada em 1995, a Fazenda Nacional e o INSS moveram esforços para recuperar as quantias desviadas.
Massa falida
A Justiça Federal apurou diversas irregularidades cometidas pelos representantes da massa falida, incluindo uma tentativa frustrada de saque de mais de R$ 20 milhões.
Atualizando os valores até junho de 2010, a dívida referente a tributos federais e contribuições previdenciárias somava R$ 475.427.821,89.
Além disso, em 2023, vinte anos após a falência, a Justiça Federal bloqueou R$ 286.256.775,45 da massa falida e transferiu imediatamente ao Tesouro Nacional.
A decisão corrigiu a histórica falha ao patrimônio público e, além disso, garantiu as execuções fiscais anteriores à quebra, prevenindo prejuízos maiores.
O que ficou no lugar do Bancesa?
No local onde ficava o Bancesa (Banco do Ceará) em Fortaleza, atualmente está o edifício da Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz-CE).
A Sefaz-CE, com suas seis plantas, ocupa um espaço de 3.120m² e está localizada no centro de Fortaleza, perto de outras obras importantes como o Palácio Coronado e o Palácio do Progresso.
Hoje, o edifício abriga diversas empresas, entre lojas, escritórios e estabelecimentos de serviços.
Ao procurar declarações oficiais sobre a falência por parte dos responsáveis, os mesmos não foram identificados, no entanto, o espaço segue em aberto.
Conclusão:
O Bancesa representou mais do que um banco: foi um símbolo de desenvolvimento e orgulho para o Ceará.
Sua ascensão meteórica e queda abrupta expuseram os desafios de gestão e as fragilidades do sistema financeiro.
Atualmente, suas ruínas servem como alerta: sem responsabilidade e transparência, até os gigantes tombam. O que resta são histórias, lições e a saudade de um tempo que não volta mais. Mas, para saber mais sobre outros bancos e histórias como essa, clique aqui*.