O filme A Vida Invisível de Eurídice Guimarães foi o escolhido para representar o Brasil no Oscar
Nesta terça-feira (27), a Academia Brasileira de Cinema definiu qual filme vai representar o Brasil na disputa por uma vaga na lista de indicados à categoria de melhor longa internacional no Oscar 2020.
O grande favorito era Bacurau, filme dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, que venceu o Prêmio do Júri no festival de Cannes, um dos mais importantes do mundo, e vinha sendo selecionado para outros festivais importantes ao redor do mundo. Porém, o escolhido acabou sendo A Vida Invisível de Eurídice Guimarães.
O filme, dirigido por Karim Aïnouz, tem no elenco nomes como os de Fernanda Montenegro e Carol Duarte, e também foi reconhecido em Cannes, levando o prêmio principal da mostra Um Certo Olhar. Mesmo com a torcida maior por Bacurau, teria pesado a favor de A Vida Invisível o fato do filme contar com o apoio da gigante Amazon, que adquiriu os direitos de exibição do longa e tem um maior poder de investimento para distribuição e realização de uma campanha eficiente para emplacar a produção nos Estados Unidos.
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Porém, em entrevista ao jornal O Globo, Anna Muyalert, que presidiu a comissão da Academia Brasileira, admitiu que a escolha do filme não foi unânime, e A Vida Invisível teve uma vitória apertadíssima sobre Bacurau, com cinco votos a quatro. “A comissão, dividida ou não, deseja o melhor para “A vida invisível. Que faça uma grande campanha e faça e consiga a tão desejada vaga no Oscar”, declarou.
Nas redes sociais, Fernanda Montenegro e Carol Duarte celebraram a escolha do filme para representar o Brasil na maior premiação do cinema mundial. “Isso demonstra que a cultura cinematográfica brasileira, num momento como este, nos credencia como artistas e cidadãos. Karim merece”, escreveu Fernanda.
“Que momento incrível do nosso cinema. É uma honra o Vida Invisível ser o representante! Parabéns pra essa equipe foda que fez e faz esse filme ser tão grande!”, disse Carol.
Essa é a segunda vez consecutiva que um filme Kleber Mendonça Filho pinta como favorito para escolha do representante brasileiro no Oscar, mas acaba de fora. O pernambucano já havia sido escolhido em 2013, com o Som ao Redor, mas em 2016, foi alvo de uma grande polêmica, quando o seu longa, Aquarius, que era o amplo favorito, perdeu a vaga para O Pequeno Segredo, em uma decisão do Ministério da Cultura que foi bastante contestada, com a acusações de interferência política, uma vez que Kleber, que é militante do PT, fez um protesto contra o governo do então presidente Michel Temer, no festival de Cannes.
Essa polêmica, aliás, teria motivado a decisão do Ministério da Cultura de deixar de ser o responsável por escolher o longa brasileiro indicado ao Oscar e passar essa definição para as mãos da Academia Brasileira de Cinema.
Vale lembrar que o Brasil não tem um filme na lista definitiva de indicados ao Oscar desde 1999, quando Central do Brasil, que também tinha Fernanda Montenegro no elenco, apareceu na cerimônia. No ano passado, o escolhido foi Bingo — O Rei das Manhãs, que foi eliminado nas fases permiliares e não apareceu na lista final de indicados à premiação.
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