Folha: Endemol quer fazer novelas no Brasil para vender


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Fábrica de maldades

Folha visita mega parque cenográfico na Argentina onde até a Globo, apesar de ter os estúdios do Projac, desembarcou para gravar novos programas

LAURA MATTOS
ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES

O rímel borra o rosto da celebridade alemã que intercala um choro baixinho com gritos desesperados. De salto alto, ela tenta se equilibrar em uma estreita prancha, de costas para um abismo de mais de 30 metros de altura.
Em uma sala ao lado, a cena está ao vivo em um monitor. Ninguém entende os queixumes em alemão, mas quanto mais a mulher se apavora, mais as pessoas riem.
“Ela está se cagando de medo, isso é bom para o show”, comenta uma produtora da sucursal argentina da Endemol, a criadora do “Big Brother” e de vários outros reality shows e games.
Em Benavidez, a 35 km de Buenos Aires, a produtora de TV multinacional tem dois megaparques cenográficos, onde redes de quase 30 países já gravaram programas.
Em cenários forrados por tapetes de grama sintética, com piscinas gigantes cheias de água e de lama fornecidas por uma empresa especializada, estão as mais malucas parafernálias para a produção de gincanas televisivas.
Foram quase US$ 10 milhões investidos para que os participantes se estrepem e façam cara de horror -para deleite da audiência.
A Globo, que já gravou no local os quadros “Maratoma do Faustão” e “Os Encolhidos”, do “Domingão” (confira as fotos ao lado), desembarcou novamente no país vizinho na semana passada.

BICHOS NOJENTOS
Desta vez, a rede brasileira aproveitará a infraestrutura e os baixos custos argentinos para produzir “Hipertensão”, versão do formato da Endemol “Fear Factor” (fator medo).
Na quarta passada, em um mercado de Buenos Aires, uma equipe da Endemol Argentina iniciou as gravações com o diretor J.B. de Oliveira, o Boninho, a apresentadora Glenda Kozlowski e os 16 candidatos brasileiros.
O programa mostrará provas de resistência física, psicológica e gastronômica -com bichos nojentos no cardápio- e a convivência dos participantes em uma mansão em Buenos Aires (verdade verdadeira, eles vão dormir em um hotel, mas isso a Globo não divulgou).
Nessa “buena onda” com os argentinos, a Globo está prestes a fechar contrato para outro formato, o “101 Ways to Leave a Game Show” (101 maneiras de deixar um game show), segundo contou à Folha Martin Kweller, diretor criativo da Endemol na América Latina e presidente da empresa na Argentina.
Esse programa tem um cenário que impressiona. Com US$ 3,5 milhões, foi erguida uma espécie de esqueleto de concreto de um prédio, com três níveis, cada um deles com 10 metros de altura.
No vão entre os pilares, um estúdio móvel de ferro sobe e desce conforme a etapa do jogo. Do último nível, com 30 metros de altura, os perdedores, a exemplo da alemã de salto alto, são jogados em uma piscina imensa.
A depender da prova, também são arremessados carros, içados até lá por um guindaste gigante. No alto, o vento chega a 70 km/h, o que inviabiliza as gravações em razão do ruído e do risco para as pessoas.
Um funcionário da segurança que acompanhou a Folha até o segundo piso -o terceiro estava proibido devido à gravação da versão alemã- contou que só se pode filmar com ventos de até 25 km/h. E faz frio, muito frio, um brinde da fábrica de maldades para os candidatos com pouca roupa.

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Endemol quer fazer novelas no Brasil para vender

DA ENVIADA A BUENOS AIRES

Se a Endemol Argentina interessa à Globo por sua fábrica de games, a Globo interessa à Endemol Argentina pela de novelas.
Martin Kweller, presidente da Endemol portenha, contou à Folha que negocia com a Globo parceria para produção e exportação de novelas.
Essa troca, algo novo na Globo, é tendência mundial. Por que ela gastaria mais de US$ 3 milhões num parque de piscinas para só um programa?
Investimento assim só se justifica num esquema de produção em série. Um programa pode ter o roteiro de um país, ser gravado por equipe de outro em estúdio de um terceiro.
Foi o caso de “Desperate Housewives”, da Disney (EUA), que teve versões para vários países, Brasil inclusive, gravadas em estúdio na Argentina.
O país se tornou um polo de produção audiovisual atraente. Quando o peso valia o mesmo que o dólar, suas produtoras se equiparam com os mais caros equipamentos.
Com a desvalorização do peso, os custos se tornaram baixos para outros países. E a crise fez com que as produtoras olhassem para fora.
Nesse contexto, em 2003, Kweller vendeu sua produtora, a P&P, para a Endemol. A crise parece ser passado para ele, que emprega 400 pessoas.
(LM)

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